quarta-feira, 8 de abril de 2009

Havia um homem muito rico, possuía muitos bens, uma grande fazenda, muito gado e vários empregados.

Tinha ele um único filho, um único herdeiro, que, ao contrário do pai, não gostava de trabalho nem de compromissos. O que ele mais gostava era de fazer festas, estar com seus amigos e de ser bajulado por eles. Seu pai sempre o advertia que seus amigos só estavam ao seu Aldo enquanto ele tivesse o que lhes oferecer, depois o abandonariam. Os insistentes conselhos do pai retiniam os ouvidos e logo se ausentavam sem dar o mínimo de atenção.

Um dia o velho pai, já avançado na idade, disse aos seus empregados para construírem um pequeno celeiro e dentro do celeiro ele mesmo fez uma forca, e junto a ela uma placa com os dizeres: Para você nunca mais desprezar as palavras de seu pai”.

Mais tarde chamou o filho, levou-o até o celeiro e disse: “Meu filho, eu já estou velho. Quando eu partir, você tomará conta de tudo o que é meu, e sei qual será o seu futuro. Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá gastar todo dinheiro com seus amigos, irá vender os animais e os bens para se sustentar, e quando não tiver mais dinheiro, seus amigos vão se afastar de você. E quando você não tiver mais nada, vai se arrepender amargamente de não ter me dado ouvidos. É por isso que eu construí esta forca, sim, ela é para você, eu quero que você me prometa que se acontecer o que eu disse você se enforcará nela. O jovem riu, achou absurdo, mas para satisfazer o pai prometeu e pensou que jamais isso pudesse ocorrer. O tempo passou, o pai morreu e seu filho tomou conta de tudo, mas assim como o pai havia previsto, o jovem gastou tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade. Desesperado e aflito, começou a refletir sobre a sua vida e viu que havia sido um tolo, lembrou-se do pai e começou a chorar e dizer: “Ah, meu pai, se eu tivesse ouvido os teus conselhos, mas agora é tarde, é tarde demais...”

Pesaroso, o jovem levantou os olhos e longe avistou o pequeno celeiro, era a única coisa que lhe restava. A passos lentos se dirigiu ao celeiro. Entrando viu a forca e a placa empoeirada e disse: “Eu nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegrá-lo quando estava vivo, mas pelo menos desta vez vou fazer a vontade dele, vou cumprir minha promessa, não me resta mais nada”.

Então subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço, e disse: “Ah, se eu tivesse uma nova chance!”. Então pulou, sentiu por um instante, a corda apertar sua garganta. Mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente. O rapaz caiu no chão, e sobre ele caíram as jóias, esmeraldas, perolas e diamantes. A forca estava cheia de pedras preciosas, e por fim um bilhete que dizia:

- “ESSA É A SUA NOVA CHANCE, EU TE AMO MUITO”.

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