Neste domingo celebramos a Ascensão do Senhor. A plenitude pascal atualizada na Eucaristia e na mesa da partilha. Jesus ascende-se ao céu e, ao se despedir, deixa-nos a tarefa de continuar a sua missão. Elevado ao céu, Cristo é a cabeça da Igreja e Senhor da humanidade, pois nos garante sua presença na Igreja e nos envia em missão. Ao longo desta semana, devemos nos preparar para a vinda do Espírito Santo.
ASCENSÃO DO SENHOR
1ª Leitura: Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos 1, 1-11
Salmo: 46
2ª Leitura: Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Efésios 1, 17-23
Evangelho: Mateus 28, 16-20
EVANGELHO – MATEUS 28, 16-20
Naquele tempo, os onze discípulos voltaram à Galiléia, à montanha que Jesus lhes tinha indicado. Quando o viram, prostraram-se; mas alguns tiveram dúvida. Jesus se aproximou deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos".
Palavra da Salvação – Glória a vós, Senhor.
HOMILIA PROF. DIÁCONO MIGUEL A. TEODORO
Maria Madalena e a outra Maria chegando ao túmulo de Jesus, ao raiar do primeiro dia da semana, encontraram um anjo que lhes anuncia que Jesus não está ali, pois ressuscitou. E o anjo completa dizendo-lhes que Jesus precedia os discípulos na Galiléia, para onde eles deveriam se dirigir. A seguir o próprio Jesus vem ao encontro delas e também lhes comunica que elas devem anunciar aos discípulos que se dirijam para a Galiléia – é importante ver Mt 28,1-10.
O retorno dos discípulos à Galiléia, que é mencionado também nos evangelhos de Marcos e João, indica a continuidade da missão aí inaugurada por Jesus. Na Galiléia, encontram Jesus na montanha. Na montanha Moisés recebera de Deus os mandamentos da Lei para o povo de Israel.
Por sua vez, sobre a montanha Jesus proclamara às multidões os mandamentos das bem-aventuranças. Agora, na montanha os discípulos recebem de Jesus o mandato para a missão a todas as nações gentílicas.
O contexto indica que o ressuscitado é o próprio Jesus de Nazaré, que continua presente entre os discípulos, até o fim dos tempos. A missão vai gerar novos discípulos. A iniciação do discipulado se dá com o batismo. João Batista deixou a marca do seu anúncio do batismo para a conversão à prática da justiça que supera o pecado.
Jesus assumiu, no Espírito Santo, o batismo de João como a expressão do amor de Deus e a integração na vida divina. Jesus, que iniciara seu magistério com o batismo de João, agora envia os discípulos a batizarem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Em sua missão os discípulos serão iluminados pelo Espírito Santo, que é o espírito da verdade que Deus infunde nos corações – observem a segunda leitura -. A missão se dará em um mundo dominado pelos poderosos que se enriquecem cada vez mais, insensíveis exploradores dos pobres que produzem as riquezas.
Os discípulos são enviados para testemunhar o que receberam de Jesus, tudo que ele havia ordenado. É a continuidade do ministério de Jesus de Nazaré. Ao longo dos sucessos ou das dificuldades, os discípulos terão a presença confortante de Jesus, até o fim dos tempos.
De maneira diferenciada dos demais evangelistas, no capítulo 24 do evangelho de Lucas – versículos 49-53 e na primeira leitura de hoje - Atos dos Apóstolos -, a recomendação é de que os discípulos permaneçam em Jerusalém, e a subida aos céus acontece ou em Betânia, conforme Lc 24,50 ou, de acordo com Atos, no monte das Oliveiras, nas vizinhanças de Jerusalém. Com isto Lucas privilegia a comunidade de Jerusalém em seu papel centralizador nas origens da Igreja.
ORAÇÃO
Pai Santo, que a certeza da presença de teu Filho Jesus seja estímulo para o cumprimento da missão que recebi: a de proclamar o Reino a todos os povos.