quarta-feira, 4 de agosto de 2010


DUALIDADE, RELACIONAMENTOS E FENÔMENO DO DESENVOLVIMENTO
Robert Happé

Em nosso mundo convivem dois tipos de pessoas. As que adquiriram a percepção consciente da totalidade e as que continuam dirigidas pelos valores do ego.

Para os que se conduzem pelos valores do ego prevalece o desejo de possuir tudo aquilo que julgue atraente e, ou rejeitar tudo aquilo que julga não ser atraente. Para os que adquiriram a percepção do consciente, verifica-se que eles se relacionam consigo mesmo num nível profundo, descobrindo as qualidades que possuem.

A grande maioria da humanidade está num nível de desenvolvimento em que sempre se pensa em termos de dualidade, em vez de se observar as polaridades e enxergar a conexão entre todas as coisas. De fato, muitos sentem hostilidade em relação ao conceito da unidade e da reconciliação, porque estão em conflito com alguém ou alguma coisa.

Um sentimento de superioridade parece impulsionar essa tendência de sempre discordar. Concordar e se unir aos outros parece representar uma ameaça à individualidade.

A mente de muitas pessoas tende a pensar dualisticamente. Quando essa dualidade é aplicada a programas sociais e políticos, à religião ou a relacionamentos pessoais, ela cria problemas ao invés de soluções. As pessoas sentem que precisam tomar partido ou tomar ações tais como gostar disso e não gostar daquilo. Desse modo criam intolerância em relação aos outros e criam separações. Aqueles que possuam uma consciência mais elevada que a puramente materialista têm a tendência de serem mais tolerantes e compreensivos.

A questão que se coloca é a de como podemos aumentar nossa percepção consciente e de como podemos passar do pensamento dualista para a consciência superior, uma vez que é nessa consciência superior que podemos experimentar a unidade de todas as coisas.

A mudança começa a acontecer quando o pensador passa a tornar-se objetivo, questionando tudo aquilo que sabe e acredita. Poucas pessoas ousam questionar padrões, atitudes e comportamentos que os motiva. Elas (pessoas) não se dão conta de que só quando a mente se volta para si mesma e questiona tudo aquilo que acredita, é que conseguirão lidar efetivamente com os eventos da vida. O questionamento leva a exercícios mais profundos, e a mente alcança ora a confirmação, ora a mudança do ponto de vista.

Aqueles que estão determinados e desejosos de reconciliar os opostos, constituem-se num verdadeiro enigma para aqueles que ainda se mantêm controlados por sua própria mente dualista. Eles não conseguem entender que as coisas podem ser certas e erradas, morais e imorais ao mesmo tempo, e sentem então uma necessidade de julgar e criticar.

Porém, quando o individuo se conecta com o poder interno e o amor penetra o coração, torna-se fácil e confortável assumir a visão holística.
Quando a maioria desejar a paz, nós a teremos. Isso significa que todas as batalhas precisam ser resolvidas, e isso começa com cada um resolvendo suas próprias batalhas interiores.

Na transformação que está por vir, o amor será a moeda mais valiosa, e as posses materiais terão sua importância reduzida. Isso acontecendo, passamos a nos perceber conscientemente como humanos, interagindo com humanos, como família humana. Os pensamentos estreitos e mesquinhos já não terão lugar na realidade do nosso mundo.

QUESTÕES:
1. Como entender a dualidade, mais especificamente, a maneira de julgar e agir dualmente?
2. Como entender o que seja “percepção consciente da totalidade”?
3. É possível somente pensar na unidade de forma a não entrar em conflitos?
4. A frase: “Na transformação que está por vir, o amor será a moeda mais valiosa”, já não foi dita por alguém?