quarta-feira, 20 de junho de 2012

PADRE TEÓFANES – CEM ANOS


PADRE TEÓFANES – CEM ANOS

É
 verdade. Passou toda a sua vida assim chamado e conhecido: Padre Teófanes. Sempre foi uma pessoa humilde. Também não foi rico de bens materiais. Viveu com o necessário para viver. Sempre gostou de ajudar ao próximo. Muitos que passaram pelo Colégio Guido de Fontgalland podem testemunhar sobre a grandeza do ajudar, que o Padre Teófanes desenvolveu, como verdadeiro dom. Os títulos que recebeu, quer da Igreja, quer de instituições, enquanto de sua passagem por esta terra, nunca ofuscaram o seu caráter.

Não poderia me omitir, neste momento marcante, quando se comemora o centenário de nascimento do Padre Teófanes Augusto de Araújo Barros, pois nascido em 13 de julho de 1912. Aos quinze anos cheguei ao Colégio Guido de Fontgalland, para cursar a quarta série do antigo Curso Ginasial, após deixar o Seminário Metropolitano de Maceió, em dezembro de 1964. Posso dizer que toda a minha formação foi construída no Seminário e no Colégio Guido. Após ter concluído o segundo grau no Curso Técnico em Contabilidade e no Curso de Administração (um ano), fui para a UFAL, fazer o Curso de Direito, o qual foi concluído no ano de 1973.

Vivi momentos marcantes e inesquecíveis em minha vida, durante o período em que estudei no Colégio Guido. Foi através do Padre Teófanes que consegui o meu primeiro emprego, como secretário dos Cursos de Suficiência, que foram realizados naquela época, na então Faculdade de Filosofia. Aproveitei, por sua orientação, e concluir o Curso de Suficiência em Moral e Cívica, me credenciando como professor, na recém criada disciplina. Os vários Cursos de Suficiência foram idealizados pelo Padre Teófanes e, com o apoio do antigo MEC, foram ministrados, capacitando professores para suprirem as redes públicas e privada de ensino, no Estado de Alagoas.

Relembro a criação do Mini Ginásio, ou seja, o Curso Ginasial em dois anos e no horário noturno, do qual fui professor, beneficiando muitas pessoas que trabalhavam pelo dia e que não tinham oportunidade de continuar seus estudos. Aluno ilustre desse curso, dentre tantos, foi o poeta e escritor Jucá Santos, atual e eterno Presidente da Academia Maceioense de Letras, com muita honra e glória.

Podemos observar e asseverar que o Padre Teófanes foi uma pessoa que fez, e quem faz, fica, nunca é esquecido, sempre será referenciado pelo tempo. E o foco principal, em toda a sua vida, foi o ensino, a educação, principalmente das pessoas menos favorecidas. O Padre Teófanes direcionou muitas ações para a educação e a cultura do nosso Estado, se tornando, sem nenhum demérito, no maior educador de todos os tempos.

Quando de minha posse na Cadeira nº 30, da Academia Alagoana de Letras, em maio do fluente ano, prestei solene homenagem ao seu centenário, ocasião em que relatei um pouco de sua vida e de suas realizações, concluindo com a declamação da poesia VELHO CASARÃO, de sua autoria, pela declamadora incomparável – Dra. Neilde Cavalcante.

Concluo esta minha homenagem ao Padre Teófanes, transcrevendo uma estrofe do Hino do Colégio Guido de Fontgalland, em que conclama a juventude a lutar pelo bem, sempre com fé e aspiração de vencer: “Mocidade, futuro de glória: /Aprendei a lutar pelo bem /. Sede heróis tende fé, a vitória, /Vos sorrir brilhante além. Para frente marchai com valor, /Vossa fé, vosso deus e o Brasil, /Defendei com grande ardor /Com denoto varonil.”

Na verdade foi o Padre Teófanes uma pessoa que soube trabalhar o seu tempo, realizando os seus ideais sempre direcionados para exercício de seu sacerdócio, como padre da Igreja Católica Apostólica Romana, e como mestre da educação e da cultura do Estado de Alagoas.