UM ANO DEPOIS...
Um ano atrás escrevi uma prosa intitulada “Esperando Vinicius”. Nela tratei do tempo de espera de mais um neto. Vinicius agora completa um ano. Sua festa será nesse próximo sábado. É uma criança acostumada a festas. Seus pais adotaram por hábito comemorar cada mês de sua existência. Parece ser uma criança feliz, mais ri do que chora. Aliás, nunca o vi chorando.
Tem toda chance de continuar sendo feliz. Além de ter pais extremamente dedicados, recebe o permanente carinho de Bubu (minha sogra). Ela, desde o seu nascimento, mudou-se de mala e cuia para a casa de Annelise, assumindo a responsabilidade de cuidar de mais um (agora bis) neto, como fez praticamente com todos os meus filhos.
Tenho trabalhado muito fora de Maceió e, nesse sábado, já tinha agendado um compromisso na cidade de Campinas. Há duas semanas recebi um e-mail de minha filha Annelise lastimando a minha ausência já devidamente registrada. Fiquei com a sua tristeza atormentado a minha cabeça e tomei a decisão de falar com o patrocinador de minha ida sobre esse compromisso familiar. Fui atendido e liberado. Não gosto de fugir de compromissos agendados, mas desta feita fui praticamente intimado a desistir do trabalho.
No entanto, não fiz isso apenas pelo Vinicius. Fiz mesmo pela minha filha Annelise. É de fato uma filha especial e uma guerreira. Este primeiro ano de Vinicius foi para ela um ano desafiador. Mãe pela primeira vez, e, neste mesmo ano, enfrentou uma batalha científica, que foi a realização e conclusão de seu mestrado em epidemiologia na área de Nutrição pela UFAL. Além de tudo isso, continuou com suas funções de professora e coordenadora da Clínica de Nutrição do CESMAC, e nos intervalos coordenando as atividades de nosso Centro de Pesquisas Clínicas.
Costumo dizer que sou totalmente governado e dirigido por mulheres (especialmente três). Annelise é uma delas. Todo o meu trabalho nesta área de Pesquisas Clínicas obedece ao seu comando. Ano passado estendemos as atividades de nosso Centro para o Hospital do Coração. Realizamos uma pesquisa em enfarte, que não tem hora certa para acontecer. Muitas vezes tinha conhecimento dos atendimentos realizados pela madrugada, e de suas saídas para completar a inclusão dos pacientes. Uma guerreira essa minha filha, insisto em afirmar.
Não estive presente no nascimento de Vinicius, e tampouco no dia de sua defesa de tese. Os compromissos de trabalho venceram. No entanto, nesse sábado eu marco a minha presença. Que me desculpe o meu neto, mas, a minha decisão não foi tomada por causa dele. A minha decisão foi tomada em homenagem à mãe dele. Esse aniversário de um ano de Vinicius terá para você minha filha o simbolismo de que tudo é possível, e, quando a vontade, a disciplina e a disposição estão presentes, alcançamos o inimaginável.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
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