domingo, 17 de outubro de 2010

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Prof. Diácono Miguel A. Teodoro

Hoje, como discípulos de Jesus, reunidos em comunidades, somos chamados a viver a fé e a proclamação da Palavra com perseverança e justiça. Essa experiência de fé deve nos levar a romper com os falsos valores da sociedade injusta, submissa à ideologia do poder do dinheiro. Assim, na liturgia deste XXIX Domingo, podemos perceber o poder e a força da oração, bem como sua importância e seus vários aspectos. A oração é uma prática presente em toda a Bíblia e em todas as religiões.

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Cor Litúrgica: Verde
1ª Leitura: Êxodo 17,8-13
Salmo: 120(121)
2ª Leitura: Segunda Carta de São Paulo a Timóteo 3,14-4,2
Evangelho: Lucas 18,1-8

EVANGELHO
Naquele tempo, Jesus contou a seguinte parábola, mostrando aos discípulos que deviam orar sempre e nunca desanimar:

- Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava ninguém. Nessa cidade morava uma viúva que sempre o procurava para pedir justiça, dizendo: "Ajude-me e julgue o meu caso contra o meu adversário!"

- Durante muito tempo o juiz não quis julgar o caso da viúva, mas afinal pensou assim: "É verdade que eu não temo a Deus e também não respeito ninguém. Porém, como esta viúva continua me aborrecendo, vou dar a sentença a favor dela. Se eu não fizer isso, ela não vai parar de vir me amolar até acabar comigo."

E o Senhor continuou:

- Prestem atenção naquilo que aquele juiz desonesto disse. Será, então, que Deus não vai fazer justiça a favor do seu próprio povo, que grita por socorro dia e noite? Será que ele vai demorar para ajudá-lo? Eu afirmo a vocês que ele julgará a favor do seu povo e fará isso bem depressa. Mas, quando o Filho do Homem vier, será que vai encontrar fé na terra?

COMENTÁRIO
A oração é uma prática presente em toda a Bíblia e em todas as religiões. No Segundo Testamento ela assume uma nova dimensão a partir da prática de Jesus em orar e da oração ensinada aos discípulos, o "Pai-Nosso".

Nos Evangelhos, particularmente em Lucas, são revelados a importância e os vários aspectos da oração. A oração é o pedir, com fé, associado ao agir. A viúva da parábola vai à procura do juiz para fazer seu pedido por justiça. Ela, sofredora e oprimida, não se cansa em insistir no pedido. O juiz, instalado no seu comodismo, sente-se importunado e é abalado pela insistência da viúva.

A viúva é a expressão da categoria dos excluídos e oprimidos da sociedade. O juiz é a expressão da classe dirigente, elitista e opressora. A insistência e a perseverança da viúva vencem a indiferença e a omissão do juiz iníquo. Se o pedido insistente da viúva demoveu o juiz iníquo de sua posição omissa, com maior razão Deus fará justiça aos seus, que a ele clamam dia e noite. É o clamor do seu povo, oprimido por um poder injusto, violento, e idólatra do dinheiro. Este poder acumula as riquezas que deveriam ser destinadas à promoção da vida no mundo e as aplica nas fabulosas e sofisticadas armas de destruição.

É o clamor que também exprime o desejo de uma nova sociedade, fundada nos valores humanos de dignidade, fraternidade e partilha, com o desabrochar da vida plena para todos.

Os discípulos de Jesus, reunidos em comunidades, hoje, são chamados a viverem a fé e a proclamação da Palavra com perseverança e na justiça (segunda leitura), rompendo com os falsos valores da sociedade injusta, submissa à ideologia do poder do dinheiro.
Na primeira leitura, do Primeiro Testamento, temos a contraditória e pouco edificante mistura de fé e violência, em que a oração de Moisés leva à vitória de Josué, que passa a fio da espada os vizinhos amalecitas, cujo território foi ocupado pelos israelitas.

ORAÇÃO
Pai, faze-me pobre e simples diante de ti, de modo que minhas súplicas sejam atendidas, pois jamais deixas de atender a quem se volta para ti na humildade de coração.

HOJE, 57ª MISSA DO MFC NO ALDEBARAN