quinta-feira, 23 de julho de 2009


AMPLIANDO O CONCEITO DE AMIZADE
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Nesta semana comemorou-se (pelo menos na internet) o dia do amigo. É interessante quando alguém, que curte esse tipo de comemoração, faz uso de sua longa lista de e-mails e dispara uma mensagem lembrando da data e do valor de se cultivar amigos. Na verdade, a lista corresponde aos que pertencem à sua realidade de amizades, mas, quando começa a circular, muitos vão se identificando e acaba virando uma verdadeira corrente de mensagens positivas.
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Estava alimentando uma dessas correntes, que até me ajudou a descobrir uma amiga com quem não falo há bastante tempo, quando tive vontade de refletir sobre essa necessidade, tão forte e humana, de se ter amigos. Sempre alimentei essa inclinação como a melhor política a ser exercitada. Ter amigos representa a certeza de que temos sempre alguém com quem repartir as nossas derrotas e vitórias. De que adianta almejar uma grande conquista, se não temos com quem compartilhar a alegria sem perceber nenhuma atitude de inveja ou de estranhamento. Do mesmo modo, como é difícil num momento de dor ou de inquietação não encontrarmos com quem dividir a nossa tristeza.
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Lembro-me de um colega que uma vez me disse que não sentia necessidade de ter muitos amigos. Vivia bem na sua solidão, embora revelasse que ao regressar sem ter com quem conversar ou mesmo contar as surpresas de uma viagem sentava-se ao lado do seu cão de estimação e desabafava. Dizia ele que um cachorro amigo é sempre melhor que um amigo cachorro. Até porque, seu cão de estimação ouvia tudo atentamente, parecendo concordar com seus pensamentos, sem interrompê-lo enquanto falava.
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Costumamos dizer que amigos a gente conta nos dedos. Que pena! Se adicionarmos os dedos dos pés, assim mesmo a nossa lista de amigos chegará ao máximo de vinte.
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Tenho em São Paulo vários amigos, mas vou dedicar esse dia a um deles. Meu colega de clínica, o Jassen, está com sua esposa fazendo um tratamento médico em São Paulo desde novembro do ano passado. Logo que para lá eles se deslocaram, procurei ativar a minha rede de amigos para apoiá-los. Um desses amigos ativado, o Carlos Machado, logo se apresentou, e tenho certeza de que a sua presença ajudou-os bastante. Ele mora no outro lado da cidade e para chegar ao local da visita cumpre uma longa viagem.
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Recentemente nos encontrarmos e fui agradecer pela solidariedade prestada ao Jassen e a Jaqueline. Ele não deixou nem que concluísse essa minha tentativa, arrematando: “Marco, eu é que devo a você essa chance de conhecer um casal tão maravilhoso”. Essa caminhada que realizamos aos sábados (eu e Toninha – sua esposa) já faz parte de nossa vida. Nós é que já estamos pensando como será no dia em eles voltarem para casa. Ser amigo é: “gostar do amigo do amigo”.