domingo, 30 de agosto de 2009

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM


O PESO DA TRADIÇÃO
Pe. José Bortolini, ssp

A palavra tradição faz pensar em algo que recebemos, conservamos e passamos aos que vêm depois de nós para que a geração futura seja mais feliz (cf. Sl 78,1ss). Portanto, é em si uma coisa boa com bons objetivos. Mas nem sempre é assim, como no caso dos que são católicos por tradição e batizam seus filhos “porque sempre foi assim”. Tradição, traição.

Entendida sob esse aspecto, a tradição se torna um peso e não favorece a vida. Mais ainda, quando se trata de tradição religiosa, ela engessa a religião, impedindo-a de caminhar à altura dos tempos e de iluminar a história da humanidade. Além disso, faz uma caricatura ridícula de Deus. É o que se conclui lendo Mc 7,1ss.

Os fariseus e alguns mestres da lei conservaram muitas coisas da tradição dos antepassados, defendiam-nas (tinham, para eles, a mesma importância do Antigo Testamento) e condenavam os que não as observassem. Coisinhas que, no máximo, se referiam à higiene pessoal. E incluíam Deus nessa história, amparados pela religião do puro e do impuro. A conclusão é evidente: não lavar as mãos antes de comer seria ato impuro que desagradava a Deus. A pureza, portanto, segundo eles, viria de fora para dentro das pessoas. E deveríamos, assim, assumir o papel de detetives das pessoas e coisas impuras como prova de amor à religião.

Jesus declara puras todas as coisas e mostra o verdadeiro itinerário da impureza: ela nasce dentro da pessoa, do seu coração, e se manifesta fora, em atos maus, provando que quem faz o mal é a primeira vítima desse mal, aninhado em sua consciência (para o povo da Bíblia, “coração” equivale a “consciência”).

E nós, será que já nos libertamos de todas as tradições que impedem nossa vida e a dos outros?

EVANGELHOS DA SEMANA: DE 30/08 A 05/09/2009

DOMINGO Marcos 7,1-8.14-15.21-23

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. 3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. 5Os fariseus e os mestres da lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”. 14Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai todos e compreendei: 15o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. 21Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem”. – Palavra da salvação.

SEGUNDA-FEIRA Lucas 4,16-30

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 16veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”. 20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. 22Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Não é este o filho de José?” 23Jesus, porém, disse: “Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum”. 24E acrescentou: “Em verdade eu vos digo que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25De fato, eu vos digo, no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e houve grande fome em toda a região, havia muitas viúvas em Israel. 26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27E, no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel. Contudo, nenhum deles foi curado, mas, sim, Naamã, o sírio”. 28Quando ouviram essas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no até o alto do monte sobre o qual a cidade estava construída com a intenção de lançá-lo no precipício. 30Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho. – Palavra da salvação.

TERÇA-FEIRA Lucas 4,31-37

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 31Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e aí ensinava-os aos sábados. 32As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus falava com autoridade. 33Na sinagoga, havia um homem possuído pelo espírito de um demônio impuro, que gritou em alta voz: 34“O que queres de nós, Jesus nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o santo de Deus!” 35Jesus o ameaçou, dizendo: “Cala-te e sai dele!” Então o demônio lançou o homem no chão, saiu dele e não lhe fez mal nenhum. 36O espanto se apossou de todos e eles comentavam entre si: “Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos impuros, com autoridade e poder, e eles saem”. 37E a fama de Jesus se espalhava em todos os lugares da redondeza. – Palavra da salvação.

QUARTA-FEIRA Lucas 4,38-44

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 38Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela. 39Inclinando-se sobre ela, Jesus ameaçou a febre, e a febre a deixou. Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los. 40Ao pôr-do-sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males os levaram a Jesus. Jesus colocava as mãos em cada um deles e os curava. 41De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus”. Jesus os ameaçava e não os deixava falar, porque sabiam que ele era o Messias. 42Ao raiar do dia, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, indo até ele, tentavam impedi-lo que os deixasse. 43Mas Jesus disse: “Eu devo anunciar a boa nova do reino de Deus também a outras cidades, porque para isso é que eu fui enviado”. 44E pregava nas sinagogas da Judéia. – Palavra da salvação.

QUINTA-FEIRA Lucas 5,1-11

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus estava na margem do lago de Genesaré, e a multidão apertava-se ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. 2Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago. Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. 3Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois, sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. 5Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. 6Assim fizeram e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. 7Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. 8Ao ver aquilo, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” 9É que o espanto se apoderara de Simão e de todos os seus companheiros por causa da pesca que acabavam de fazer. 10Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante, tu serás pescador de homens”. 11Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus. – Palavra da salvação.

SEXTA-FEIRA Lucas 5,33-39

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 33os fariseus e os mestres da lei disseram a Jesus: “Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com freqüência e fazem orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”. 34Jesus, porém, lhes disse: “Os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? 35Mas dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, naqueles dias, eles jejuarão”. 36Jesus contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém tira retalho de roupa nova para fazer remendo em roupa velha; senão vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combinará com a roupa velha. 37Ninguém coloca vinho novo em odres velhos; porque, senão, o vinho novo arrebenta os odres velhos e se derrama; e os odres se perdem. 38Vinho novo deve ser colocado em odres novos. 39E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo; porque diz: o velho é melhor”. – Palavra da salvação.

SÁBADO Lucas 6,1-5

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 1Num sábado, Jesus estava passando através de plantações de trigo. Seus discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. 2Então alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” 3Jesus respondeu-lhes: “Acaso vós não lestes o que Davi e seus companheiros fizeram quando estavam sentindo fome? 4Davi entrou na casa de Deus, pegou dos pães oferecidos a Deus e os comeu, e ainda por cima os deu a seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães”. 5E Jesus acrescentou: “O Filho do homem é senhor também do sábado”. – Palavra da salvação.