sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
IGREJA CELEBRA NATAL EM MACEIÓ
Hoje no Bom Dia Alagoas, programa jornalístico matutino da TV Gazeta (Globo), o vigário geral da Arquidiocese de Maceió, Monsenhor José Augusto Melo Silva (foto), ressaltou a importância da valorização do ser humano, não só no período natalino, mas durante toda vida.
“Natal é um tempo de reflexão, é o momento de refletirmos sobre o dom da vida, Jesus alerta para que se observe a dignidade de cada ser humano. É preciso entender que acolher o dom maior que Deus nos oferece. Ele abre perspectivas para as respostas”, disse o vigário geral.
Monsenhor José Augusto afirmou que não se pode pensar que o Natal é o momento de resolver todos os problemas e sim de refletir os cominhos para a solução dos obstáculos da vida.
“Não é correto pensar que o natal é a solução dos problemas, e sim o momento de encaminhar o pensamento para as soluções de forma humana e correta”, disse o monsenhor.
Quanto à troca de presentes na noite de natal, o vigário enfatizou que estamos vivendo uma cultura de individualismo, o bem-estar. “A cultura do individualismo, não podemos perder o sentido do outro e de solidariedade. A experiência do natal precisa ser enfocada na mensagem de que Deus vem para fazer o homem liberto, capaz de servir numa sociedade justa e fraterna” – explica.
Segundo monsenhor José Augusto, a ceia natalina é o momento de confraternização para todos, mas é muito importante que o ser humano tenha o compromisso de construir a solidariedade durante todo o ano.
Já o Arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, celebrará às 17 horas, na Casa do Pobre, no bairro do Vergel do Lago, uma Missa de Natal para os idosos e comunidade. Em seguida, será servida a ceia de natal. Às 22, na Igreja de São Gonçalo, no bairro Farol, Dom Antônio celebra a Missa do Natal. Na Igreja do Aldebaran, bastante frequentada por membros do MFC - Movimento Familiar Cristão de Maceió, a Santa Missa de Natal acontecerá às 21 horas, com celebração do Cônego João Neto. Nas diversas paróquias da Arquidiocese de Maceió, haverá Missas de Natal e os fieis devem procurar saber o horário de sua paróquia e participar da Missa de Natal.
BISPO RECUSA COMENDA CONCEDIDA PELO SENADO
O bispo emérito de Limoeiro do Norte (CE), dom Manuel Edmilson da Cruz, 86, recusou a COMENDA DE DIREITOS HUMANOS DOM HELDER CÂMARA, entregue no dia 21 de dezembro, no Senado Federal, a pessoas que se destacaram na defesa dos Direitos Humanos. Dom Edmilson, que teve seu nome indicado pelo senador Inácio Arruda (CE), disse que “receber a Comenda seria um desrespeito aos direitos humanos do contribuinte” por causa do aumento de 61% do salário que os parlamentares se deram na semana passada.
“A condecoração hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Camara. Desfigura-a, porém. Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os Senhores e Senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la!”, disse o bispo.
Para dom Edmilson, o aumento do salário recebido pelos parlamentares deveria ser na mesma proporção do aumento do salário mínimo e do aposentado. “O aumento a ser ajustado deveria guardar sempre a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e da aposentadoria. Isto não acontece. O que acontece, repito, é um atentado contra os Direitos Humanos do nosso povo”.
Além de dom Edmilson, foram condecorados o bispo emérito de São Felix do Araguaia (MT), dom Pedro Casaldáliga; os defensores públicos, Wagner de La Torre e Antônio Roberto Cardoso e o deputado estadual do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo. A escolha dos nomes foi feita pelo Conselho da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara, e pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal (CDH).
CONFIRA A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE DOM EDMILSON
Discurso de Dom Manuel Edmilson da Cruz, Bispo Emérito da Diocese de Limoeiro do Norte – CE, durante a outorga da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Camara, conferida pelo Senado Federal, no dia 21 de dezembro de 2010.
A surpresa chegou aos meus ouvidos à noitinha, quinta-feira 16 de dezembro. Como o alvorecer da aurora e a vibração cantante de um bom-dia. Mais que surpresa: era como se alguém de extraordinária generosidade tivesse enfocado uma libélula projetando a sua leveza e levando-a a atingir as proporções de um águia ou de um condor.
Passa por esse crivo o meu cordial agradecimento ao senhor Senador Inácio Arruda, aos seus ilustres Pares que o apoiaram e a todo Congresso Nacional.
Pensei, em vista dos meus oitenta e seis anos, em receber essa honraria por meio de um representante. Mas Congresso Nacional merece respeito. Verdadeiro Congresso Nacional é sinal de verdadeira democracia.
A honrosa condecoração, porém, dos Pais da “Pátria”, (como diriam os Romanos “Patres Conscripti”), me faz refletir. Precatórios que se arrastam por décadas; aposentados, idosos com suas aposentadorias reduzidas; salários mínimos que crescem em ritmo de lesmas... depois de três meses de reivindicações e de greves, os condutores de ônibus do transporte coletivo urbano de Fortaleza, dos cerca de 26% de aumento pretendido, mal conseguiram e a duras penas, pouco mais de 6%, quer para a categoria, quer para o povo, principalmente os pobres da quinta maior cidade do nosso Brasil.
Pois é exatamente neste momento que o Congresso Nacional aprova o aumento de 61% dos honorários de seus Parlamentares que em poucos minutos chegam a essa decisão e ao efeito cascata resultante e o impõe ao povo brasileiro, o seu, o nosso povo. O povo brasileiro, hoje de concidadãos e concidadãs, ainda os considera Parlamentares? Graças ao bom Deus há exceções decerto em tudo isso. Mas excetuadas estas, a justiça, a verdade, o pundonor, a dignidade e a altivez do povo brasileiro já tem formado o seu conceito. Quem assim procedeu não é Parlamentar. É para lamentar. Prova disto? Colha na Internet.
Bem verdade é que a realidade não é assim tão simples e a desproporção numérica, um dado inarredável. Já existe – e é de uma grandeza bem aventurada! – o SUS; o bolsa família. Aí estão trinta milhões de brasileiros, que da linha de pobreza, às vezes até da indigência, alcançaram a classe média. É verdade a atuação do Ministério da Saúde. Existe o Ministério da Integração Nacional. É verdade! Mas não são raros os casos de pacientes que morreram de tanto esperar o tratamento de doença grave, por exemplo, de câncer, marcado para um e até para dois anos após a consulta. Maldita realidade desumana, desalmada! Ela já é em si uma maldição. E me faz proclamar em pleno Congresso Nacional , como já o fiz em Assembléia Estadual e em Câmara Municipal : Quem vota em político corrupto está votando na morte! Mesmo que ele paradoxalmente seja também uma pessoa muito boa, um grande homem. Ainda não do porte de um Nelson Mandela que, ao ser empossado Presidente da República do seu país, reduziu em 50% o valor dos seus honorários.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Senhores e Senhoras,
Sinto-me primeiro, perplexo; depois, decidido. A condecoração hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Camara. Desfigura-a, porém. Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os Senhores a Senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la! Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, a cidadã contribuintes para o bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade do seu trabalho. É seu direito exigir justiça e eqüidade em se tratando de honorários e de salários. Se é seu direito e eu aceitar, estou procedendo contra os Direitos Humanos. Perderia todo o sentido este momento histórico. O aumento a ser ajustado deveria guardar sempre a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e da aposentadoria. Isto não acontece. O que acontece, repito, é um atentado contra os Direitos Humanos do nosso povo.
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