ANO NOVO
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stamos a viver o décimo segundo mês do ano. Parece não ser verdade, mas temos que encarar, pois estamos em pleno dezembro. É o fim de um tempo que finda, para outro começar. É assim a nossa vida, no tempo dos homens: dia após dia, semana após semana, mês após mês, e por fim ano após ano. E tudo recomeça e assim será, até o fim da caminhada de cada um de nós. Como podemos observar, o tempo é algo precioso em nossas vidas, daí a máxima de que não podemos perder tempo, no tempo dos homens, o khronos, como chamavam os gregos na antiguidade.
É justamente em nosso viver diário, que quase somos estrangulados pelo encontro de três tempos que buscam habitar o nosso interior, o nosso coração, nas sábias palavras do Padre Fábio de Melo, no prefácio do Livro Kairós (Padre Marcelo Rossi): “O passado, com sua facilidade de nos imputar culpas, tornando nossa vida um eterno tribunal, cujo julgamento nunca poderá nos conceder uma sentença satisfatória. O presente, com suas pressões que nos cegam, com urgências que nos privam de saborear as escolhas. E o futuro, esse senhor misterioso tecido de névoas, esperanças e incertezas...” É, pois, nesse conflito constante e eterno, que vivemos no tempo de nossa passagem pelo mundo, até quando formos chamados de volta pelo Criador de tudo e de todos. Não podemos desanimar, temos que ter fé e esperança no objetivo sonhado e planejado. Para os que têm fé, o amor e a esperança são os analgésicos necessários para combater a dor da insegurança diante do conflito do passado, presente e futuro em nosso coração.
Não podemos esquecer de que para tudo existe o tempo certo, o tempo de acontecer, o momento oportuno, que os gregos denominavam de kairos, em português kairós, que também podemos afirmar: ser o tempo de Deus. Assim, se o kairós é tempo de Deus, não adianta pressa, nem quando irá acontecer, pois ele somente virá, quando for da vontade de Deus. Daí a importância do planejamento, da fé e da esperança. Com muita sabedoria Padre Marcelo Rossi cita, em sua obra referida, uma passagem em que Abraão falando com Ló, diz: “O entendimento de Deus não é o nosso entendimento. E o que acontecerá e como terminará não cabe a nós saber. Somente na promessa do que há de vir podemos prosperar.” Não devemos nos estressar, pois somos todos criaturas, filhas do Criador, somos a sua imagem e semelhança, logo não podemos duvidar do seu amor por nós e que nada nos faltará, quer na alegria quer na tristeza.
Em concluindo, temos que o ano novo é mais uma oportunidade que teremos, de viver uma vida mais planejada e realista, com uma fé bem mais fortalecida, na esperança de conquistar as metas desejadas, trabalhando com sabedoria o tempo cronológico, enquanto aguardamos o tempo de Deus, o nosso particular kairós. Agradeço ao meu Deus pelo momento iluminado que tive para escrever esta mensagem, desejando a todos um feliz ano novo. Tenhamos todos uma vida de muito amor e de muita paz no fluir de dois mil e catorze.