domingo, 1 de maio de 2011

LITURGIA DO II DOMINGO DA PÁSCOA


Na semana que passou vivenciamos os primeiros momentos da ressurreição de Cristo e, hoje, celebramos o segundo Domingo da Páscoa. Não permitamos que o medo, a covardia e a insegurança nos privem de nos tornarmos testemunhas de Cristo Ressuscitado. Inspirados pela ressurreição de Jesus devemos vivenciar a experiências das primeiras comunidades cristãs. Não com medo, mas como comunidades fortalecidas pela oração e pela vivência solidária, ao ponto de colocarmos nossos bens e nossos dons como frutos de partilha. Na atualidade, a realidade que vivemos carece de testemunhas valentes, corajosas e autênticas, que se devem permitir iluminar pela Luz do Ressuscitado e, assim, possam brilhar com Cristo em sua glória. Todavia, reflitamos sobre a seguinte questão: O que nos impede de sermos testemunhas do Ressuscitado e acolhermos o dom da paz e da reconciliação? Aproveitemos este Domingo e celebremos em comunhão com todos os trabalhadores neste seu dia, sem esquecer os que estão à procura de trabalho.

II DOMINGO DA PÁSCOA
1ª Leitura: Leitura do Livro dos Atos dos Apóstolos 2,42-47
Salmo: 117
2ª Leitura: Leitura da Primeira Carta de São Pedro 1,3-9
Evangelho: João 20, 19-31
  
EVANGELHO – JOÃO 20, 19-31
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: "A paz esteja convosco". Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: "A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio". Então, soprou sobre eles e falou: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos". Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe: "Nós vimos o Senhor!" Mas Tomé disse: "Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei". Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: "A paz esteja convosco". Depois disse a Tomé: "Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!" Tomé respondeu: "Meu Senhor e meu Deus!" Jesus lhe disse: "Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!" Jesus fez diante dos discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.

Palavra da Salvação – Glória a vós, Senhor.

HOMILIA PROF. DIÁCONO MIGUEL A. TEODORO
A APARIÇÃO DE JESUS AOS DISCÍPULOS

Neste segundo Domingo da Páscoa, podemos observar que João inicia esta narrativa de aparição do ressuscitado tomando a mesma fonte da narrativa de Lucas. Veja: Jesus aparece entre os discípulos reunidos, anuncia-lhes a paz e mostra-lhes as chagas.

Em João os discípulos estão com as portas trancadas com medo dos judeus. Este detalhe exprime a situação da comunidade de João, excluída pelos judeus, os quais, inclusive, denunciavam os cristãos aos romanos. Porém, o ressuscitado liberta a comunidade do medo e lhes traz a alegria. Em João, Jesus mostra as chagas das mãos e a do lado. É a confirmação de sua identificação com Jesus de Nazaré que foi crucificado. Agora, conforme anunciara nos discursos de despedida, Jesus comunica aos discípulos a Paz e o Espírito, com seu sopro amoroso sobre eles.

Entretanto, em Lucas há apenas a comunicação da Paz, pois o dom do Espírito, como línguas de fogo sobre cada um, no estilo de Teofania do Primeiro Testamento, é transferido para o episódio de Pentecostes, em Atos.

Os discípulos são enviados em missão, com o conforto do Espírito. Suas comunidades são responsáveis pela prática da misericórdia no acolhimento dos pecadores convidados à conversão.

Importante lembrar sempre que Tomé, ausente por ocasião da aparição de Jesus, ao reencontrar os demais discípulos poderia ter acreditado no testemunho deles, afirmando sua fé sem ver o ressuscitado. Mas assim não foi. Tomé quer ver e tocar. Oito dias depois, Jesus volta ao meio deles, agora com a presença de Tomé. Vendo e ouvindo Jesus, sem tocá-lo, Tomé faz sua confissão de fé. Tomé, ao vacilar entre o ver e o crer, motivou o pronunciamento de Jesus sobre a bem-aventurança dos que crêem sem ver o ressuscitado.

As narrativas das aparições do ressuscitado são um fator de convencimento da continuidade de Jesus em vida. Porém para crer na presença de Jesus entre nós não são necessárias aparições. A exemplo da segunda leitura somos chamados de bem-aventurados, porque cremos sem ver.

Prova marcante é a fé das primeiras comunidades que viviam a partilha no amor, conforme nos narra a primeira leitura. A fé em Jesus de Nazaré, ressuscitado, que continua vivo entre nós, leva-nos a reconhecer a sua presença nos sinais do amor que se manifesta nas inúmeras e diversas comunidades, nas mais diversas manifestações culturais dos tempos de hoje.

Assim, quando assumimos nossa fé, somos movidos pela solidariedade global que induz à paz e à vida, o que nos faz superar as situações de morte promovidas pelos impérios da fome, pobreza, miséria e as guerras que assolam os seres humanos: filhos e filhas de Deus. É preciso que todos nós, cristãos, ressuscitemos com Jesus e, juntos, possamos devolver aos seres humanos e ao planeta a dignidade da vida plena e abundante que Deus tanto quer e deseja para cada um de nós.

ORAÇÃO
Pai, abre todas as portas que me mantém fechado no medo, na covardia e na insegurança, para que eu me torne testemunha autêntica e, assim, que eu possa ir ao encontro do mundo a ser evangelizado e anunciar a ressurreição de vosso Filho.

HOJE, 84ª MISSA DO MFC NO ALDEBARAN