A Igreja ficou pequena para tanta gente |
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Igreja de São Lucas em Maceió - Alagoas não comportou a quantidade de pessoas que compareceu à Missa de 7º Dia do médico José Alfredo Vasco Tenório, na última sexta-feira, 1º de junho, celebrada pelo padre Manoel Henrique - assessor eclesiástico do Movimento Familiar Cristão de Alagoas. José Alfredo era cunhado da mefecista Virginia de Dorgivan (Grupo Vida) e foi assassinado no sábado, 26 de maio, no corredor Vera Arruda, no bairro da Jatiúca, após ter sido vítima de um latrocínio.
Muitos participaram da caminhada |
Com o encerramento da Missa, membros do Movimento Familiar Cristão, familiares e amigos de José Alfredo se organizaram em torno da entrada da Igreja com faixas, cartazes, cruzes, velas e rosas para darem início à uma caminhada luminosa em direção ao corredor Vera Arruda, local do assassinato do médico.
Velas e rosas foram colocadas sobre cruzes |
MANIFESTO A FAVOR DA VIDA
Na quarta-feira, 30 de maio, o Movimento Familiar Cristão de Maceió, diante do quadro de insegurança pública que reina em Maceió e em toda Alagoas, e solidário com a população que clama por segurança, divulgou o seguinte manifesto público:
MANIFESTO A FAVOR DA VIDA
A banalização da violência urbana e os crescentes índices de criminalidade amedrontam cada vez mais a população alagoana, especialmente a maceioense. Não se vive hoje sem o medo constante da agressão a vida; não se consegue mais estabelecer um sentimento de segurança plena.
O quadro se agrava com a constatação da incapacidade da polícia em controlar ou diminuir essa onda de violência utilizando-se do sistema tradicional de Segurança Pública. Isso porque a ação isolada das diversas forças policiais e o policiamento repressivo, feito exclusivamente por homens fardados, já não são suficientes.
Essa violação constante da ordem pública, já extrapola o limite do suportável pelo homem. O caminhar da humanidade está numa encruzilhada: ou se faz alterações sérias nas políticas de segurança pública, ou se chegará ao estado da inviabilidade da vida em nosso Estado.
Conhecer e estudar o sistema constitui o primeiro passo na luta contra a violência. Mas não bastam. É preciso o engajamento sincero e comprometido dos que acreditam na mudança. É preciso que se elaborem medidas realmente eficazes e possíveis de serem executadas, despidas de toda e qualquer intenção eleitoreira. É preciso uma mudança de mentalidade, em que as pessoas não aceitem passivamente a violência, e realmente lutem contra ela. É preciso que se restaurem valores éticos e morais, de preservação da dignidade humana. É preciso que as pessoas se unam em prol de um mesmo objetivo. Enfim, é preciso uma mudança de paradigmas, o que requer tempo e esforço.
Nessa busca pela construção de uma nova consciência é que se pretende dar ênfase à responsabilidade da sociedade pela segurança pública, prevista no art. 144 da Constituição Federal. Para tanto, revelam-se primordiais os programas de policiamento comunitário, policiamento ostensivo, policiamento investigativo, colocando em pratica uma política de segurança preventiva.
Diante disso, e com o intuito de encontrar soluções efetivamente fortes, o MFC - MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO DE MACEIÓ, se junta aos inúmeros alagoanos que, vivem atualmente, momentos de insegurança total.
Nós, cidadãs e cidadãos, temos permanecido calados, inertes, desesperançados ou amedrontados, reclamando no interior de pequenos grupos, aceitando palavras e promessas novas a cada quatro anos. Não temos oferecido à resistência política necessária à construção de um cenário social diferente, mais justo e mais humano.
Não basta culpar a inépcia do poder público ou a atuação de criminosos, nem aguardar que essa mortalidade obscena seja reduzida com o correr do tempo. Mais do que em qualquer outro momento, a realidade exige a mobilização de todos nós que reconhecemos o valor incalculável da vida humana. Precisamos unir o trabalho dos governantes à indignação de cidadãs e cidadãos de todas as origens e com suas diferentes histórias, no resgate do respeito à pessoa e na valorização da vida sobre a banalização absurda da morte.
Não podemos aceitar em hipótese alguma, o argumento derrotista de que não há o que fazer para evitar que o inaceitável número de homicídios continue perpetuando a violência como uma condenação coletiva inevitável.
O MFC – MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO, a partir da conjugação de esforços e do apoio da ação da sociedade civil organizada, acredita que com a vontade sincera e consciente de cada indivíduo que integra a sociedade, a Segurança Pública pode, e deve melhorar.
Maceió-AL, 30 de Maio de 2012
Francisco Marinho Neto e Rita de Cássia Lucena Marinho
Coordenadores da Equipe de Coordenação de Cidade