terça-feira, 14 de abril de 2009

O COMPROMISSO COM O OUTRO: UM EXERCÍCIO DE CIDADANIA E FÉ NA VIDA

A vida humana diferencia-se da vida animal em inúmeros aspectos bio-físico-sociais. Entretanto, nossa singularidade, o que nos faz realmente humano, são os diversos símbolos e significados simbólicos que atribuímos a nós mesmos, aos outros e a tudo o que nos cerca e que povoa o nosso universo moral, constituído de elementos tirados da materialidade e espiritualidade das nossas vidas.

O nosso universo moral é, então, aquilo que elegemos sozinhos, em família, em grupo ou em sociedade, e que nos faz sentir verdadeiramente humanos, dotados de um sentido de vida ao qual atribuímos valor e significado. Ao longo da nossa existência terrena elegemos o outro como o portador desses valores e significados. Depositamos nesse outro aquilo que acreditamos ser a nossa própria essência de vida. Porém, uma série de acontecimentos cotidianos e extra-ordinários, muitas vezes nos coloca em conflito com esse outro e, portanto, com a nossa própria essência humana.

Superar esses conflitos é, por seu lado, um desafio muitas vezes maior que a nossa própria capacidade de discernimento e enfrentamento do problema. Diante disso estamos sempre a nos perguntar: preocupar-se e querer cuidar do outro faz sentido e significa alguma coisa para a nossa vida? A resposta, ainda que cultural e socialmente deva ser sim, do ponto de vista da nossa individualidade, das nossas motivações pessoais pode, muitas vezes, não ser tão óbvia assim.

Esse conflito que nos desvia do caminho solidário encontro e cuidado com o outro acaba por abalar a nossa própria essência fundadora: não existe vida humana que não tenha sido estabelecida em comunhão com o intensamente humano e com o supremo divino. Construímos verdadeiramente nossa humanidade na exata medida que compartilhamos experiência, significado e sentido de vida entre humanos. Não há caminho que nos faça ser diferente.

O MFC acredita, piamente, que não há caminho em sentido diverso da solidariedade e do cuidado com o outro para que possamos realizar plenamente a nossa humanidade. Esse é o verdadeiro dom divino: a comunhão humana na terra. Mas esse dom só se efetiva enquanto ação de homens e mulheres que fazem à opção pelo outro. Quanto a isto, a forma de caminhar que nos faz percorrer nosso destino é aquela que nos permite conciliar fé e política: o mundo espiritual e o mundo material que, enquanto instrumentos do supremo divino e do intensamente humano, nos permite uma militância de valor em prol do outro, o nosso próximo, o incrivelmente nosso semelhante.

Mas não nos basta comungar a crença no outro para a afirmação da nossa humanidade. É preciso agir em prol do outro. Nossa ação, enquanto cidadãos cristãos devem ser profundamente marcados pela fé que nos move e pelas estratégias que adotamos para alcançar e cuidar do outro. A nossa estratégia militante consiste em ocupar e transformar os cenários público-políticos desonrados e sem valor em cenários de efetivação do bem e do interesse público pelas coisas verdadeiramente humanas. Nossa militância, portanto, tem que ser exemplar e estar assentada naquela outra qualidade fundamental que nos separa dos animais: o trabalho transformador da nossa própria natureza. Para isso é imprescindível uma prática política transformadora e educadora dos homens e mulheres para o bem comum. E isso, acreditamos nós do MFC, se faz com o nosso trabalho abnegado porque coroado com o dom do Espírito Santo. Venha militar conosco e cuidar do outro com a determinação de quem quer construir uma nação digna do seu povo.

Rita e Luiz Carlos Torres Martins
MFC Juiz de Fora – MG.


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