AMAR DO JEITO QUE O OUTRO ENTENDA
Casal: As diferentes linguagens do amor
O modo como expressamos amor tem muito a ver com o jeito como fomos criados. Tem a ver com tudo aquilo que fomos entendendo como expressão de amor, no curso de nossa história, desde a infância. Assim, fica fácil perceber que cada pessoa internalizou uma “linguagem” peculiar para expressar amor e que esta linguagem pode ser muito diferente daquela que seu parceiro, ou sua parceira, entendeu como sendo expressão de amor.
Dito de outra maneira: No curso de sua história uma pessoa entendeu que quem ama tem de usar palavras ternas e de estímulo para expressar seu amor. Já outra pessoa sente que prestar serviços e executar tarefas para ajudar o outro é a máxima expressão de amor. Uma terceira acha que é preciso tocar, abraçar, acarinhar... E uma quarta, que a pessoa sabe que eu a amo, e não precisa mais muito demonstrar. Cada pessoa criou seu “mapa” do que entende ser o amor. O desafio do casamento é descobrir qual é o “mapa” do amor do seu companheiro ou companheira e dar-se conta que ele pode ser muito diferente do meu próprio mapa. A partir daí, é preciso mostrar amor de um jeito que o outro entenda, do jeito que o outro espera ser amado. Além disso, é fundamental abrir-se ao outro, mostrando-lhe que sua história é diferente e que você tem outro jeito de amar, mas que tem chance de adequar-se à linguagem daquele ou daquela com quem convive diariamente.
Ele (ela) não me ama mais
Estou querendo dizer aos casais que, muitas vezes, o companheiro ou companheira espera ser amado com palavras estimulantes e carinhosas ou com muito toque e carícias, mas que você, como cresceu entendendo que amar é prestar serviços ao outro, fica procurando tarefas para ajudar em casa e não dedica tempo para sentar-se e conversar, ouvir e acarinhar... Ou o contrário, conversa e conversa ... mas nunca ajuda nas tarefas diárias. Então, o outro se decepciona e fica frustrado em suas expectativas; esta é a queixa que muitas mulheres e homens apresentam ao terapeuta: “Ele (ela) não me ama mais”. Mas, se você questiona os dois, verifica que o que está acontecendo é que um ou os dois estão sendo sinceros e pensam que estão mostrando amor, só que a linguagem de amor que ele ou ela, ou os dois, estão utilizando não é aquela que a outra pessoa conheceu de primeira mão como sendo a melhor linguagem do amor. Não é a linguagem que o outro entende como sendo expressão de amor.
Não estou dizendo que temos uma única linguagem para expressar amor, mas, que temos sim uma linguagem que é a primeira, a mais forte, introjetada desde bem cedo na nossa vida. E que esta nos é peculiar. E que é importante que seu parceiro ou sua parceira conheçam qual é.
Atenção para as críticas que muitas vezes fazemos ao jeito das pessoas expressarem amor, achando que são muito melosas, ou muito pegajosas, ou muito tarefeiras, ou muito deslumbradas e espalhafatosas... Melhor fora que respeitássemos o particular mapa de expressão do amor que cada uma traçou no curso de sua vida, levada pelas circunstâncias em que viveu e pela sua própria química. E deixássemos de imaginar que nosso jeito seco de amar e de viver é o único e o melhor jeito de amar do mundo.
Um toque vale mil palavras
Se eu falasse ao casal sobre suas crianças, diria que importa abraçá-las, tocá-las e acarinhá-las para que introjetem desde cedo esta particular linguagem de expressão do amor. Pesquisas super atuais afirmam que cinco segundos de toque têm o poder de transmitir as mais diversas emoções àqueles que são tocados (crianças ou adultos). Cinco segundos de toque são suficientes para que a pessoa tocada identifique o que estão querendo lhe passar, se raiva, medo, ternura, ódio, alegria, tristeza ou nojo. As palavras são muito importantes, prestar serviço também, mas o toque merece particular cuidado. Deveria ocupar um lugar destacado no mapa do amor.