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o
Brasil a origem do carnaval também é objeto de muita discussão. Alguns
historiadores se baseiam na festa de comemoração realizada pelo povo carioca
para receber a Família Real no Rio de Janeiro como o marco zero do carnaval.
Outros
estudiosos já citam o aparecimento dos primeiros cordões de foliões nas ruas do
Rio de Janeiro, no início dos anos 20, como o surgimento do que mais se
aproxima do carnaval de hoje.
Mas
a popularização do carnaval no Brasil acontece mesmo é com o surgimento das
marchinhas, com destaque para a primeira composição realizada especialmente
para o carnaval, Abre Alas de Chiquinha Gonzaga, feita sob encomenda para o
cordão Rosas de Ouro, em 1899.
Em
1917 surge no Rio de Janeiro, o samba, um novo gênero musical, nascido nas
festas das tias baianas, com um ritmo que mistura o lundu, o frevo e a polca e
que se tornou a identidade de expressão do povo brasileiro.
Foi
ao som do samba que o carnaval se consagrou com a festa mais brasileira das
festas, marcando a identidade do País. E hoje, com certeza, a festa mais
consagrada no Mundo, sendo considerado o maior espetáculo da terra.
OS PRIMEIROS BAILES DE CARNAVAL NO
BRASIL
O
primeiro baile de máscaras de que se tem notícia no Brasil foi realizado no
Hotel Itália, no antigo Largo do Rócio, no Rio de Janeiro, em 1840, por
iniciativa dos próprios proprietários italianos, empolgados pelo sucesso dos
grandes bailes de máscaras da Europa.
A
repercussão foi tamanha que muitos outros se seguiram a este, marcando, também
através do carnaval, as diferenças sociais que atingiam a sociedade brasileira:
de um lado, a festa de rua, ao ar livre e popular; do outro, o carnaval de
salão que agradava, sobretudo à classe média emergente no País.
Dos
salões, os bailes transferiram-se aos teatros, animados principalmente pelo
ritmo da polca - primeiro gênero a ser adotado como música carnavalesca no
Brasil - e depois, envolvidos pelo som da quadrilha, da valsa, do tango, do
"cake walk", do "charleston" e do maxixe. Até então, esses
ritmos eram executados apenas em versão instrumental.
Somente
por volta de 1880 os bailes passaram a incluir a versão cantada, entoada pelos
coros. Em 1907, foi realizado o primeiro baile infantil, dando início às
famosas matinês.
As
novidades não pararam por aí e as modalidades se multiplicavam, como as festas
em casas de família, bailes ao ar livre, em praças públicas, bailes infantis, e
até mesmo bailes em circo.
EM 1909, SURGE O PRIMEIRO CONCURSO,
PREMIANDO:
A
mais bela mulher, a fantasia mais bonita e a melhor dança. Os prêmios eram
jóias valiosas e somente os homens tinham direito a voto. Enfim, o carnaval
crescia a cada ano, passando a fazer parte da realidade cultural do país,
enquanto na Europa já se notava a sua decadência.
Por
essa mesma época, a classe média preparava-se para invadir as ruas com outra
novidade européia: os desfiles de carros alegóricos. O pioneiro da idéia foi o
romancista José de Alencar, um dos fundadores de uma Sociedade denominada
Sumidades Carnavalescas.
O CARNAVAL NO RIO DE JANEIRO
No
decorrer dos anos, diferentes manifestações populares caracterizaram o carnaval
no Rio de Janeiro, cada qual com um objetivo que ia além da mera diversão.
As
grandes sociedades, com seu “teor crítico-educativo”, e os blocos e ranchos,
com seu caráter de resistência, apesar das diferentes formas de manifestações
que utilizavam no carnaval de rua para se expressar, souberam conviver entre si
durante anos, utilizando um espaço público em comum, que é a rua, para desfilar
sua folia.
Foi
firmada então a identidade de propósitos na sociedade carioca.
AS ESCOLAS DE SAMBA
Nas
primeiras décadas do século XX, o quadro de manifestações do carnaval de Rua do
Rio de Janeiro estava formado.
As
grandes sociedades desfilavam seus enredos de crítica social e política
apresentadas ao som de óperas, ornamentadas por luxuosas fantasias em cima de
enfeitados carros alegóricos.
Os
ranchos passaram ao som de sua marcha característica e os blocos carnavalescos
servindo como diversão às camadas mais pobres da sociedade, que habitavam os
morros e subúrbios cariocas formaram os ingredientes necessários para a
formação das escolas.
O
surgimento das escolas de samba veio desorganizar essas distinções.
Através
de uma rápida ascensão na vida cultural da cidade, que culminou, em parte, com
a decadência e o gradual desaparecimento do carnaval de rua carioca, as escolas
de samba tornaram-se o destaque maior dos dias de reinado de Momo, interligando
diferentes camadas sociais em seus dias de desfile.
As
escolas sambas, nascidas nos morros e subúrbios cariocas, ocupam hoje com o seu
desfile o lugar de “maior espetáculo” (do carnaval do Rio de Janeiro e do
Brasil).
As
escolas de samba surgiram por volta de 1920, período histórico no qual cada
camada social tinha uma forma particular de brincar o carnaval.
O
núcleo social de formação das escolas de samba foram os blocos: eles tinham a
função de representar de forma positiva, em diferentes áreas da cidade, o grupo
social que os compunham. Uma maior ampliação do espaço social desses moradores
dos morros e subúrbios cariocas era pretendida, então, por detrás da formação
das escolas.
A
primeira disputa entre escolas de samba aconteceu em 7 de fevereiro de 1932, na
Praça Onze, no Rio de Janeiro e foi organizada pelo jornalista Mário Filho.
Preocupado
com a falta de assunto para o seu jornal, O Mundo Sportivo, entre os meses de
dezembro e março, criou o primeiro concurso de escolas de samba.
A
promoção teve grande repercussão na imprensa e no carnaval seguinte, em 1933, o
jornal O Globo assumiu o desfile. Dois anos depois a Prefeitura do Rio passou a
subvencionar o evento, oficializando-o como parte do carnaval carioca.
Em
1942, surge a Avenida Presidente Vargas, com a demolição da Praça Onze. Surge
assim o novo local de desfiles, que perduraria por muitos anos.
As
escolas começam a ganhar espaço dos ranchos e das grandes sociedades na disputa
pela hegemonia do carnaval.
Em
1946, surge o samba-enredo, com o governo municipal proibindo que as escolas
cantem versos improvisados, levando para o local da apresentação uma música
pronta.
O
desfile das escolas de samba não parava de crescer e na metade da década de 50
a classe média passa a frequentar os ensaios das escolas.
Em
1957, o desfile foi realizado na Avenida Rio Branco. A alta sociedade se rende
à popularização crescente e passa a assistir o desfile.