segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

AS COISAS MUDAM? OU MUDAMOS NÓS?

Rainey Barbosa Alves Marinho
Vice-Coordenador MFC ALAGOAS
Rainey Barbosa Alves Marinho
Vice-coordenador estadual do MFC ALAGOAS

S
empre que chega o final de ano somos tomados de assalto por questões que envolvem o desejo de alterar, para melhor, nosso futuro. Pedimos aos céus oportunidades profissionais, viagens, saúde, felicidade, amor...

Sobrecarregamos - nossos anjos-da-guarda, Deus, deuses – até algumas entidades heterodoxas que acreditamos que possam ajudar a realizar nossa cesta de brindes futuros. Pulamos ondas, comemos alimentos que transmitem bons fluídos, usamos vestimentas de cores específicas que na crendice popular até suspeitamos que sejam ímãs que atraem o amor eterno e o dinheiro dependendo do pigmento.

Muito inteligente o cidadão que inventou o tempo. Muito mais o que dimensionou um reinício em nosso calendário, depois de passados trezentos e sessenta e cinco dias – um ano.

Sabe, emocionalmente funciona. Todos são invadidos por um sentimento de esperança em um ano melhor - que as coisas que nos cercam finalmente mudem. “Esse ano vou ser feliz” dizia uma pessoa ao meu lado no final de 2012. Eu até poderia encarar o pedido como uma coisa tão genérica que pareceria vaga, mas fui invadido por uma tristeza enorme ao me depara com alguém muito mais velho, que até aquele momento da vida não tinha experimentado a felicidade. Muito assustador.

Mas, as coisas mudam? Ou mudamos nós?

Carlos Heitor Cony tem uma frase muito interessante: “Ano novo, vida velha. A vida é mais do que calendários, fusos ou orbita gravitacional”. Eu proponho a todos um desafio. Olhe-se em um espelho antes da virada do ano. Fitem-se por alguns segundos e digam a si mesmos: “aí está o cara que vai cuidar de seu corpo, por isso terá saúde; esse é o cidadão que irá correr atrás de seus sonhos, por isso pode até não alcançar a felicidade completa, mas estará lutando por ela; vejo o homem que vai trabalhar duro, por isso vai conseguir sua promoção; enxergo alguém que irá abrir seu coração, por isso estará bem mais perto de descobrir o amor”. A parte relativa ao imponderável nestes pedidos, deixemos a Deus resolver.

A palavra chave é audácia. Não é fácil sair da zona de conforto.

Carlos Drumond de Andrade tem um poema que fala exclusivamente do ano novo, no seu final versa assim:

“Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”

Desejo a todos nesse ano que entra: atitude, coragem, caridade e amor ao próximo. Rezo que Jesus vele pela paz e saúde de todos.

Um 2014 com Deus em seus pensamentos.

Feliz Ano Novo!