terça-feira, 3 de abril de 2012

A COR DA TRAIÇÃO


    A COR DA TRAIÇÃO    

C
ontinuamos a viver o tempo quaresmal, nos preparando para reviver e meditar, em nosso interior e com fé, a caminhada de Jesus de Nazaré rumo ao Monte Calvário, onde, após passar por toda espécie de humilhação e sofrimento físico, iniciou o seu retorno espiritual e físico para o Pai, nosso Deus e Salvador. Tudo aconteceu por volta das três da tarde, quando Jesus, exaurido, estremece e, num estertor, diz com um fio de voz: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito. (in Um Homem Chamado Jesus, de Frei Beto p. 352). É o que nos conta a história sagrada, portanto só nos resta crer ou não crer.

Por algum tempo Jesus viveu e conviveu com todos nós, pregando o amor e a certeza de uma vida eterna, e que Ele seria o caminho para chegar ao Pai. Assim pregou anunciando o reino de Deus, um reino espiritual, somente perceptível através de uma fé verdadeira, pura e sem qualquer dúvida. Com seu carisma projetou-se nas comunidades por onde passava, tornando-se uma pessoa pública e de importância, culminando por abalar a estrutura político-administrativa daquela época. A partir dessa projeção natural, passou a ser alvo de críticas de todos os tipos, sendo, então, amado e odiado.

Lendo a coluna do Mons. Pedro Teixeira Cavalcante, de 18/03/2012 (domingo), intitulada JESUS HISTÓRICO, como de costume, ele afirma: “A inveja, o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a falsidade e interesses secundários e malévolos são os motivos principais que nos levam ao descrédito à perseguição, à maledicência. Por outro lado, a humildade, a caridade, a compreensão, o desejo da verdade e a prudência nos fazem mais abertos, mais compreensivos, mais solidários.”

Esses fatos são verdadeiros e continuam acontecendo no mundo de hoje, principalmente quando se galga um cargo ou uma função, pública ou privada, de certa importância, ou quando a pessoa consegue realizar alguma coisa ou emitir opinião própria sobre determinada matéria. Quando isso acontece, você é aplaudido e elogiado por uns, e vaiado e odiado por outros. É quando nasce o ódio e a traição.

Por muito pouco, trinta moedas de prata, a traição  configurou-se na pessoa de Jesus, por volta das onze da noite, no Monte das Oliveiras, através de um beijo no rosto. Portanto, era noite e tudo estava escuro. Mesmo traído e sabedor do cálice de sofrimento que teria a partir daquele momento, Jesus pede que ilumine o chão, apanha a orelha de Malco, e a coloca em seu lugar, sem dores, para desespero de Pedro. Afinal, era noite, tudo estava escuro, mas, ali mesmo, configurou-se a traição.

Dizem os estudiosos no assunto, que o corpo humano é circundado por uma luz, esbranquiçada, como consequência de nossa bio energia, também conhecida como aura material. Igualmente que o nosso corpo vivo possui vibrações advindas de nossos pensamentos, tendo como resultado a aura espiritual. Ora, qual seria a cor da aura espiritual de Judas, quando de sua morte voluntária, no Vale do Hinom?


Naquele momento o traidor agiu com remorso ao saber da sentença de morte de Jesus, portanto sua ação contra a sua própria vida, foi sem a luz da razão, que culminou nas trevas da morte.