sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

CORREIO MFC BRASIL Nº 251

O balanço que faço de 2010 vai ser diferente. Enfatizo um dado pouco referido nas análises: o imenso sofrimento humano, a desestruturação subjetiva especialmente dos assalariados, devido à reorganização econômico-financeira mundial.

CRISE NEOLIBERAL E SOFRIMENTO HUMANO
Leonardo Boff
Autor de Proteger a Terra - Cuidar da vida:
Como evitar o fim do mundo, Record 2010
Há muito que se operou a “grande transformação” (Polaniy), colocando a economia como o eixo articulador de toda a vida social, subordinando a política e anulando a ética. Quando a economia entra em crise, como sucede atualmente, tudo é sacrificado para salvá-la. Penaliza-se toda a sociedade como na Grécia, na Irlanda, em Portugal, na Espanha e mesmo dos USA em nome do saneamento da economia. O que deveria ser meio transforma-se num fim em si mesmo.

Colocado em situação de crise, o sistema neoliberal tende a radicalizar sua lógica e a explorar mais ainda a força de trabalho. Ao invés de mudar de rumo, faz mais do mesmo, colocando pesada cruz sobre as costas dos trabalhadores. Não se trata daquilo relativamente já estudado do “assédio moral”, vale dizer, das humilhações persistentes e prolongadas de trabalhadores e trabalhadoras para subordiná-los, amedrontá-los e, por fim, levá-los a deixar o trabalho. O sofrimento agora é mais generalizado e difuso afetando, ora mais ora menos, o conjunto dos países centrais. Trata-se de uma espécie de “mal-estar da globalização” em processo de erosão humanística.

Ele se expressa por grave depressão coletiva, destruição do horizonte da esperança, perda da alegria de viver, vontade de sumir do mapa e até, em muitos, de tirar a própria vida. Por causa da crise, as empresas e seus gestores levam a competitividade até a um limite extremo, estipulam metas quase inalcançáveis, infundindo nos trabalhadores, angústias, medo e, não raro, síndrome de pânico. Cobra-se tudo deles: entrega incondicional e plena disponibilidade, dilacerando sua subjetividade e destruindo as relações familiares. Estima-se que no Brasil cerca de 15 milhões de pessoas sofram este tipo de depressão, ligada às sobrecargas do trabalho.

A pesquisadora Margarida Barreto, médica especialista em saúde do trabalho, observou que no ano passado, numa pesquisa ouvindo 400 pessoas, que cerca de um quarto delas teve idéias suicidas por causa da excessiva cobrança no trabalho. Continua ela: “é preciso ver a tentativa de tirar a própria vida como uma grande denúncia às condições de trabalho impostas pelo neoliberalismo nas últimas décadas”.  Especialmente são afetados os bancários do setor financeiro, altamente especulativo e orientado para a maximização dos lucros. Uma pesquisa de 2009 feita pelo professor Marcelo Augusto Finazzi Santos, da Universidade de Brasília, apurou que entre 1996 a 2005, a cada 20 dias, um bancário se suicidava, por causa das pressões por metas, excesso de tarefas e pavor do desemprego. Os gestores atuais mostram-se insensíveis ao sofrimento de seus funcionários, acrescentando-lhes ainda mais sofrimento.

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de três mil pessoas se suicidam diariamente, muitas delas por causa da abusiva pressão do trabalho. O Le Monde Diplomatique de novembro do corrente ano denunciou que entre os motivos das greves de outubro na França, se achava também o protesto contra o acelerado ritmo de trabalho imposto pelas fábricas causando nervosismo, irritabilidade e ansiedade. Relançou-se a frase de 1968 que rezava: ”metrô, trabalho, cama”, atualizando-a agora como “metrô, trabalho, túmulo”. Quer dizer, doenças letais ou o suicídio como efeito da superexploração capitalista.

Nas análises que se fazem da atual crise, importa incorporar este dado perverso que é o oceano de sofrimento que está sendo imposto à população, sobretudo, aos pobres, no propósito de salvar o sistema econômico, controlado por poucas forças, extremamente fortes, mas desumanas e sem piedade. Uma razão a mais para superá-lo historicamente, além de condená-lo moralmente. Nessa direção caminha a consciência ética da humanidade, bem representada nas várias realizações do Fórum Social Mundial entre outras.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

NASCE O "ITG - INTERNATIONAL TRAVEL GROUP" FORMADO POR MEFECISTAS MACEIOENSES

Um grupo formado pelos casais do MFC - Movimento Familiar Cristão de Maceió: James e Fátima (Grupo Mãos Dadas), Vamberto e Marly (Grupo Amizade), Rainey e Anamaria (Grupo Genezaré), Miguel e Patrícia (Grupo Renovação), Helion e Verônica (Grupo Amizade), Ermir e Sandra (Grupo Amizade), Antonino e Wilza (Grupo Amizade) e os amigos Ricardo, Graça e Karinne, partiram no último dia 8 de dezembro, para um passeio turístico de cinco dias ao Chile.

A viagem foi fantástica, o grupo visitou os principais pontos turísticos do Chile, mas o que mais marcou a viagem foi a união do grupo e resolveram fundar o ITG - INTERNATIONAL TRAVEL GROUP, um grupo de mefecistas maceioenses exclusivo para viagens internacionais que acontecerá uma vez a cada ano, com estatuto, regimento, camisas padronizadas e com reunião/jantar uma vez por mês, sempre na casa de um membro diferente.


Durante a viagem ao Chile, o grupo se reuniu e já definiu as três primeiras reuniões que acontecerá em janeiro na residência do casal Vamberto e Marly, em fevereiro na residência do casal Rainey e Anamaria e em março na residência do casal Ermir e Sandra.

Definiram também a primeira diretoria que tem o casal Miguel e Patrícia na coordenação, Ermir e Sandra na vice-coordenação, Helion e Verônica na secretaria e Rainey e Anamaria na coordenação de relações exteriores.

Os membros do ITG - INTERNATIONAL TRAVEL GROUP por votação decidiram que o grupo terá no máximo dez casais e será formado pelos casais James e Fátima (Grupo Mãos Dadas), Vamberto e Marly (Grupo Amizade), Rainey e Anamaria (Grupo Genezaré), Miguel e Patrícia (Grupo Renovação), Helion e Verônica (Grupo Amizade), Ermir e Sandra (Grupo Amizade), Antonino e Wilza (Grupo Amizade), Luiz e Ângela (Grupo Amizade) Sexta e Luciana (Grupo Luz) e os amigos Ricardo e Graça.

Outros cinco casais foram inscritos como suplentes, em caso de desistência de algum titular por um motivo qualquer para viajar, o suplente será convocado para viajar com o grupo. Confirmaram inscrição de suplente os casais mefecistas Miltinho e Val (Grupo Irmãos na Fé) e Paulo e Teresa (Grupo Irmãos na Fé), Fiel e Claudete (Grupo Amigos para Sempre), Mauricio e Luciana (Grupo Amigos para Sempre) e Gilson e Nana (Grupo Mãos Dadas).

A primeira viagem do ITG - INTERNATIONAL TRAVEL GROUP será para Buenos Aires e Bariloche, na Argentina, em agosto de 2011.
MARIDOS NECESSITAM DE CUIDADO

Todos nós precisamos de alguém especial que entenda como nos sentimos e nos trate com ternura. Mas muitos, especialmente os homens, educados numa sociedade que vê as necessidades de dependência como sinais de fraqueza, não querem admitir que têm tais desejos.

Quando as mães empurram os meninos para fora de seu colo, insistindo que não chorem ou mostrem vulnerabilidade, forçando sua independência, podem estar colaborando para que eles criem um verniz de dureza com um cerne de carência até mais profunda do que as próprias mulheres.

Os homens também precisam de cuidado maternal e, neste sentido, são estimulantes e esclarecedoras as considerações da terapeuta Susan Block, que apresentamos a seguir:

CUIDE DO SEU MARIDO
Sabemos que, mesmo o homem mais “durão”, tem necessidades infantis, mas, devido à vergonha de parecer “carente” ou “feminino”, não pede diretamente para ser cuidado e confortado. Em vez disso, ele expressará sua necessidade de cuidado de maneira indireta, ficando doente, mal humorado ou tendo ataques de raiva. Por isso, é importante que você aprenda a reconhecer os sinais de carência no companheiro e dê a ele uma superdose de cuidados maternais.

Abrace seu companheiro, esfregue seus ombros, afague sua cabeça e diga-lhe quanto o ama. Acalme-o quando estiver com dor, deixe-o chorar quando precisar, console-o quando sofrer alguma perda e, quando tiver êxito, comemore com ele como uma mãe orgulhosa. Pode ser uma terapia fantástica, melhor do que sentar no consultório de um psiquiatra.

E não se preocupe: esse tipo de cuidado não vai torná-lo um “bebê crescido”, mas o contrário. A satisfação das ocasionais necessidades de dependência do menininho que existe nele realmente o ajuda a ser um cavalheiro saudável, feliz e amadurecido.

... MAS NÃO O SUFOQUE
Quando os cuidados maternais são excessivos ou em desacordo com aquele homem específico, podem se transformar em sufocamento, fazendo com que ele se sinta esmagado, superalimentado, importunado até não poder mais, engolido, consumido e até castrado. Os homens adoram que cuidem deles. Mas querem ser fortes, não agüentam ficar indefesos, portanto, não fique em volta do seu marido o tempo todo. Ser livre é um prazer de todo homem. Deixe-o em paz ..

O equilíbrio entre o afastamento e a proximidade, a liberdade e a limitação, a dependência e a autonomia é um importante ponto de prazer e uma das chaves para um caso de amor feliz, saudável e duradouro.
           
QUANDO VOCÊ ESTARIA SUFOCANDO?
Em que ponto os cuidados maternais passam a sufocar seu companheiro? Quando é que acalentar se transforma em importunar?

Há momentos em que seu companheiro precisa conversar e outros momentos em que precisa ficar sozinho. Algumas vezes ele deseja profundamente um aconchego, outras, ele precisa correr em volta do quarteirão ou fechar-se no escritório. Estude seu comportamento e descubra o que o faz sentir-se melhor e em que circunstâncias. Às vezes você consegue torná-lo mais comunicativo, simplesmente deixando-o sozinho. Ele sentirá sua falta e voltará para você, se souber que vai recebê-lo bem.

O cuidado maternal prazeroso é tão importante como fazer amor. Faça experiências com seus comportamentos maternais como faria com receitas – veja do que ele gosta, veja o que o faz sentir-se enjoado.

Observe quais gestos maternais o irritam ou ofendem. Ele odeia quando você se torna a controladora de sua vida e vive lhe dando bronca.

Mas se você considerar muito importante dizer-lhe que precisa de mais aconchego na sua vida, que ele é um ausente ou que ele deve parar de perder no jogo suas economias mútuas, então você precisa discutir o assunto com ele. Encontre um momento oportuno para este tipo de conversa.

E não entre no time das que pensam que empenhar-se para manter um relacionamento marital agradável e duradouro é algo ultrapassado.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MENSAGEM DA COORDENAÇÃO DO MFC ALAGOAS E CONDIR NORDESTE


DEIXE A LUZ DO CÉU ENTRAR


“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado de Emanuel, que significa: Deus está conosco.”


A sentença nos foi trazida pelo próprio Deus através do profeta e foi cumprida integralmente, no Novo Testamento. É o que nos informa o evangelista Mateus, no capítulo 1, versículo 23.

Com o engravidamento de Maria, pela ação do Espírito Santo, e a concordância de José, após ouvir o anjo do Senhor, quando disse: “José, filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados.” (Mateus, 1, 20), passamos a ter a certeza da presença de Deus em nosso mundo e da existência da Sagrada Família.

É Paulo que transmite essa verdade, quando diz que o Filho é descendente de Davi segundo a carne, mas autenticado como filho de Deus com poder, pelo Espírito de Santidade que o ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, Nosso Senhor. (Rm 1, 3-4)

Duas pessoas se destacam nos fatos trazidos para meditação, no período em que estamos a viver: Maria, que aceitou a concepção divina, e José, que concordou esposar Maria, sem afrontá-la, segundo as leis e costumes da época.

Assim sendo, nasceu a Sagrada Família a quem temos o dever de venerá-la, segundo o tamanho da nossa fé, ou cremos, ou não cremos.

Os exemplos de Maria e José servem para as nossas vidas nos dias de hoje, enquanto famílias cristãs ou igrejas domésticas, visto que não podemos nos divorciar do mistério da Sagrada Família, mas termos como paradigma.

Logo, se estamos integrados a um movimento de famílias cristãs, não podemos desprezar as ações de Maria e José na construção da Sagrada Família, enfrentando todos os tabus e preconceitos, as perseguições e turbulências daquela época, mas tê-las como exemplos de humildade e diálogo.

Quando na família não existe humildade e diálogo, o amor se ausenta, também, dando lugar ao divórcio e ao caos, conduzindo o casal para o fim. São os exemplos que temos nos dias atuais.

Como cristãos não podemos deixar que isso aconteça, devemos sim exaltar, com toda a nossa fé, o amor, o amor verdadeiro, o amor que salva, pois acreditamos que nasceu o Salvador.

Não poderia concluir estas breves palavras, sem afirmar que ”O amor é a raiz e o fruto de toda verdadeira religião; e a experiência de Deus, de toda autêntica fé.” – segundo o pensamento de Frei Beto, em artigo intitulado “Dez conselhos para viver a religião”, publicado no Correio Brasiliense, de 17/12/2010.

Esta é a nossa mensagem de final de ano para todos os nossos irmãos de Alagoas e do Nordeste do Movimento Familiar Cristão – MFC, para que possamos viver um novo ano em nossas vidas com mais amor, diálogo e humildade.

Deixemos que a luz do céu entre em nossos corações e em nossas vidas.

Boas festas para todos e um feliz 2011, e que Deus nos abençoe, sempre.


James e Fátima Medeiros
Coordenadores do MFC ALAGOAS
e CONDIR NORDESTE   

SÉRGIO E EVELINE - 14 ANOS DE CASADOS

MEFECISTAS PARTICIPARÃO DO 11º RÉVEILLON DO BETO

Mais uma vez, a praia de Ponta Verde será o palco da Festa de Réveillon de vários membros do Movimento Familiar Cristão. O casal Vamberto e Marly (Grupo Amizade) reunirá sessenta e dois amigos e familiares para o 11º RÉVEILLON DO BETO que o casal promove em seu apartamento localizado na lindíssima praia de Ponta Verde e defronte ao show pirotécnico que tradicionalmente acontece nos primeiros minutos do Ano Novo.

Já é tradição para o casal Vamberto e Marly passar o Réveillon em Maceió e reunidos com familiares e amigos para comemorarem a chegada do Ano Novo com muita energia positiva, integração e muita alegria.

O 11º RÉVEILLON DO BETO começará às 22 horas e terá Show musical com DJ, Luz Neon, Gelo Seco, Barraca de Capfrutas, Bebidas, Champagne, Petiscos, Telão, Show Pirotécnico, Ceia de Ano Novo, muita Diversão com espaço para Dança e se encerrará com um delicioso Café da Manhã ao nascer do sol.

Além do casal Vamberto e Marly e seus familiares, participam do 11º RÉVEILLON DO BETO os mefecistas Cláudio e Seilza (Grupo Mãos Dadas), Jorginho e Penha (Grupo Caná da Galileia), Miguel e Patrícia (Grupo Renovação), Sérgio e Eveline (Grupo Genezaré), Antonino e Wilza (Grupo Amizade), Miltinho e Val (Grupo Irmãos na Fé), Paulo e Teresa (Grupo Irmãos na Fé), Charley e Dani (Grupo Irmãos na Fé), Fernando e Luciana Fon(Grupo Irmãos na Fé), Dárcio e Anne (Grupo Nova Aliança), Cristiano e Viviane (Grupo Nova Aliança), Gilson e Nana (Grupo Mãos Dadas), Bruno e Manuela (Grupo Girassol), e os amigos Alaô e familiares, Eraldo e familiares, Rafael e CatarinaAlan e Rubinete, Luciano e Eliane, Ricardo e Mauriceia, Neide, Severina, Paulo, Severino e José Roberto.

Como convidados especiais, participarão do 11º RÉVEILLON DO BETO o casal Osmar e Noeliza, membros da Coordenação de Cidade do MFC Curitiba-PR, e seu filho, que chegarão à Maceió na tarde desta quarta-feira (29).

“Nosso desejo era reunir todos os nossos amigos no 11º RÉVEILLON DO BETO, mas o espaço é limitado e infelizmente temos que limitar a quantidade de convidados, mas aproveito a oportunidade para desejar um Feliz 2011 para todos os nossos amigos”. Disse Marly.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

GRUPO LUZ SE CONFRATERNIZAM NO CARIBE

O domingo, 26, foi marcado por uma brilhante festa de confraternização realizada pelo GRUPO LUZ do Movimento Familiar Cristão de Maceió, que tem como acompanhantes os casais Miltinho e Val (Grupo Irmãos na Fé)  e Charley e Dany (Grupo Irmãos na Fé).

O evento aconteceu no “Caribe Alagoano”, a conhecida e famosa praia de Paripueira, na casa de praia do casal Sexta e Luciana, com muito churrasco, bebidas, banho de mar, passeio de catamarã à piscina natural de Paripueira, show musical, bate papo, jogo de futebol, troca de presentes e muita alegria.

O casal vice-coordenador estadual do MFC, Vamberto e Marly (Grupo Amizade), se fizeram presente juntamente com o casal comunicação estadual, Jorge e Penha (Grupo Caná da Galileia). Prestigiou também o evento o casal Paulo e Teresa (Grupo Irmãos na Fé).
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A festa foi muito bem organizada pelos que fazem o GRUPO LUZ tão bem administrado e formado por pessoas determinadas que primam pela amizade.



O GRUPO LUZ é formado pelos casais Eduardo e Roberta, PC e Renata, Fernando e Manú, Sexta e Luciana, Emerson e Michelle, Fábio e Camila, e Geraldo e Euzi.

A festa teve ainda a participação de familiares do anfitrião, Sexta e Luciana e dos pais e irmão de Dany.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CORREIO MFC BRASIL Nº 250

O SALÁRIO É MÍNIMO...

Helio Amorim
MFC/RJ

É verdade que a regra adotada permitiu que esse mínimo passasse em dez anos de 80 para 300 dólares – embora dólares cada vez mais desvalorizados. Essa progressão infelizmente tem que ser lenta para não quebrar as finanças de prefeituras e da previdência social nem reativar a inflação que corrói os salários e anularia os aumentos que viessem a provocá-la.

Mas deverá ser firme, ao longo dos próximos anos, em busca de patamares mínimos compatíveis com o custo de vida real das famílias dos assalariados da base da pirâmide.

Sem a pretensão de chegar sequer ao sopé da montanha dos generosos salários atuais de 26,7 mil reais com mordomias dos ministros dos tribunais superiores que agora reivindicam aumento para 30,6 mil; os parlamentares federais aprovaram para si mesmos a título de equiparação com o judiciário os atuais 26,7 mil. Com esse assalto, o efeito cascata vai ser incalculável em todos os níveis da federação, chegando ao mais modesto vereador dos mais pobres municípios brasileiros. E ainda mais incompreensível: Suas Excelências na Câmara Federal recebem 13º, 14º e 15º salários!!! Os senhores senadores, mais modestos, contentam-se com apenas o 13º e 14º salário. Já o trabalhador...

Há tempo de mobilização popular contra essa farra. A lenta mas persistente progressão praticada do salário mínimo, combinada com programas de distribuição de renda, o bolsa-família e a aposentadoria rural, permitiram uma ascensão social importante em menos de uma década: 30 milhões de brasileiros ascenderam da pobreza indigna às novas classes médias.

Por outro lado, o desenvolvimento econômico do Brasil nos últimos anos levou à redução do desemprego, baixando a níveis invejáveis se confrontados com o que se passa na Europa e Estados Unidos, imersos em grave crise econômica e social.
Outro fato ainda pouco destacado na mídia é o crescimento do emprego com carteira assinada. O trabalhador informal passa a ter os direitos da formalidade: 13°
salário, férias e FGTS, o fundo de garantia depositado na Caixa Econômica que ele saca se for despedido. Essa opção “espontânea” do empregador pela formalização do contrato de trabalho resulta de novos procedimentos de fiscalização combinada da previdência, da receita federal e da legislação trabalhista, que penalizam duramente os que burlam essa obrigação legal e social.

Novo incentivo para isso já é anunciado pelo novo governo: a desoneração da folha de pagamento. É o seguinte: o empregador deixará de pagar a contribuição patronal para a previdência, até agora calculada sobre o salário do empregado formal, compensada por um aumento em contribuição calculado pelo faturamento da empresa. Assim, o melhor para o empregador é assinar a carteira do empregado, por não mais aumentar os custos do trabalho e evitar multas ou ações na justiça do trabalho. Ao mesmo tempo, assinando a carteira do trabalhador, este passa a ser contribuinte da previdência, aumentando a arrecadação social, e a contar tempo para a sua aposentadoria.

Do novo governo deve ser exigida a continuidade e aperfeiçoamento do processo em curso, introduzindo outras variáveis para o dimensionamento mais justo e generoso do salário mínimo, do bolsa-família e dos demais mecanismos de distribuição de renda para acelerar a ascensão social dos milhões de pobres ainda presos a uma baixa e degradante condição desumana de vida. A nova presidente anuncia sua meta promissora: acabar com a pobreza em quatro anos. Deus a ajude a cumprir essa disposição de assumir a guerrilha anunciada: chegar à Copa do Mundo sem pobres no Brasil. Vale mais do que o hexacampeonato.

Por outro lado, cabe a todos os brasileiros uma parte fundamental nessa luta. Para realizar esse projeto, haverá necessidade de cortes orçamentários do governo, já anunciados, desemprego de funcionários ociosos de indicação política, apoio à contenção de aumentos escandalosos de daqueles vencimentos estratosféricos de parlamentares e magistrados, controle feroz e punição exemplar da corrupção, esse câncer com metástases que corrói a sociedade penetrando em todos os recantos do seu organismo.

Todos os cidadãos das classes médias serão convidados a mais austeridade de vida, menos gastos supérfluos e desperdícios, menos predação da natureza - por opção livre ou forçada por políticas de contenção de despesas públicas. Melhor se a austeridade for vivenciada pelas famílias como solidariedade aos mais pobres, uma exigência para a sua ascensão social. Nosso entendimento do Reino prometido assim na terra como no céu não é compatível com um mundo de disparidades sociais degradantes.

domingo, 26 de dezembro de 2010

EQUIPE LITÚRGICA

Muitas vezes procuramos Grupos de Oração, Movimentos e Pastorais da Igreja para que pessoas orem por nossas necessidades e nos esquecemos que na Santa Missa podemos encontrar tudo aquilo que necessitamos.

Numa Missa bem participada podemos encontrar a cura para todas as nossas ansiedades. O Grupo de Oração, Movimentos e Pastorais ajuda, é bom, mas não substitui a participação na Missa.

Para que aja uma verdadeira unção e que Deus realize maravilhas no meio do povo, a Missa precisar ser bem preparada por uma Equipe Litúrgica.

Não adianta o sacerdote estar “repleto do Espírito Santo” se a sua volta à Equipe Litúrgica não esteja presente na Missa para colaborar na celebração, para que a graça de Deus aconteça.

O termo Liturgia significa expressão de fé. Fé como dom do Espírito Santo. É uma ação que se faz com o povo. E toda ação supõe uma reação, que no caso da Equipe Litúrgica é o Serviço.

E sendo Liturgia o assunto central deste artigo, em primeiro lugar creia que o Espírito Santo quer que você esteja a seu serviço na sua Igreja.

É Ele que lhe dá o dom de rezar, o dom de cantar, de compor, de tocar algum instrumento, o dom de fazer uma boa leitura, de fazer reflexões sobre um tema da Bíblia ou sobre outros temas, o dom de arrumar o altar, o dom de receber os irmãos à porta da Igreja, de receber bem os idosos, as crianças, de ser delicado com as pessoas consideradas “inconvenientes”, paciente para com os bêbados e outros que, às vezes, “atrapalham” as celebrações, o dom para arrumar os folhetos da missa e dos cantos, etc, etc.

A Equipe Litúrgica é composta por um grupo responsável que assume os cuidados da preparação e da execução da Missa. Nela é escolhido um coordenador para que seja o elo entre o sacerdote e a equipe. Nesta equipe de Liturgia participam todos que ajudam na execução dos comentários, leituras, preces, ritos, etc.

Uma Equipe Litúrgica existe para um grande trabalho, uma grande realização: Animar as celebrações. Para animar, a Equipe não pode ser desanimada. Para isto tem que estar coesa, no qual é o segredo de grandes vitórias.

A causa da Equipe Litúrgica é justamente o significado da palavra Liturgias: “SERVIÇO”. A Equipe deve gostar do que faz, deve ser apaixonada pelo que faz, pois o amor é criativo. O amor não deixa nada faltar, anda sem esquecer e nem desanimar. Por isso o amor e serviço caminham juntos.

Na Igreja de Nossa Senhora das Graças, paróquia de Santa Catarina Labouré, no Aldebaran, o MFC - Movimento Familiar Cristão de Maceió mantém uma Equipe Litúrgica que administra, aos domingos, a Missa das 17h30min, celebrada pelo Cônego João Neto.

A Equipe formada pelos casais Neto e Rita (Grupo Renovação), Ailson e Simone (Grupo Caná da Galileia), Rainey e Anamaria (Grupo Genezaré), João e Patrícia Cassella (Grupo Genezaré) e por mim e Penha (Grupo Caná da Galileia), vêm se revezando nas Missas a serviço do Pai Maior.

É evidente a necessidade de que mais pessoas participem da Equipe Litúrgica, ajudando a fazer o melhor para a Igreja. Se aumentarmos a quantidade de pessoas, o compromisso de trabalhar na Missa será de apenas um domingo por mês ou um a cada dois meses, já que são necessários apenas dois casais para administrar bem a Missa.

Os casais ou pessoas mefecistas que desejarem participar da Equipe Litúrgica do MFC, serão bem vindos. A Equipe e o Senhor estão de braços abertos para recebê-los. Todos os domingos, a partir das 17 horas, vai ter alguém da Equipe do MFC, na Igreja do Aldebaran, aguardando os mefecistas que desejarem participar desse trabalho a Serviço do Pai. A porta está aberta.

Tenhamos em mente as palavras de São Francisco de Assis: “Irmãos, vamos começar, porque até agora pouco ou nada fizemos”. 

Que Deus abençoe e Maria interceda por todos nós.

Amém!

LITÚRGIA DA MISSA DA SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ

   
Neste Domingo celebramos a festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, onde a páscoa de Jesus se manifesta em todas as famílias que encarnam valores vividos pela família de Nazaré. Eles são exemplos de obediência à vontade de Deus, uma vez que o mandamento do amor gera perdão e alegria; e famílias generosas geram comunidades santas.


SAGRADA FAMÍLIA: JESUS, MARIA E JOSÉ
1ª Leitura: Livro do Eclesiástico 3,3-7.14-17
Salmo: 127
2ª Leitura: Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses 3,12-21
Evangelho: Mateus 2,13-15.19-23
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EVANGELHO - Mateus 2,13-15.19-23
Depois que os magos partiram, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse:

- Levante-se, pegue a criança e a sua mãe e fuja para o Egito. Fiquem lá até eu avisar, pois Herodes está procurando a criança para matá-la.

Então José se levantou no meio da noite, pegou a criança e a sua mãe e fugiu para o Egito. E eles ficaram lá até a morte de Herodes. Isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito por meio do profeta: "Eu chamei o meu filho, que estava na terra do Egito."

Depois que Herodes morreu, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse:

- Levante-se, pegue a criança e a sua mãe e volte para a terra de Israel, pois as pessoas que queriam matar o menino já morreram.

Então José se levantou, pegou a criança e a sua mãe e voltou para a terra de Israel. Mas, quando ficou sabendo que Arquelau, filho do rei Herodes, estava governando a Judéia no lugar do seu pai, teve medo de ir morar lá. Depois de receber num sonho mais instruções, José foi para a região da Galiléia e ficou morando numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que os profetas tinham dito: "O Messias será chamado de Nazareno."

Palavra da Salvação – Glória a vós, Senhor.

HOMILIA DO DIÁCONO MIGUEL A. TEODORO
Com esta narrativa do assassinato dos meninos de Belém, Mateus vai encerrando sua narrativa da infância de Jesus, iniciada com a genealogia de José. Temos aqui uma antecipação do conflito que envolverá Jesus ao longo de seu ministério, rejeitado, naquele tempo, pelos poderosos da Judéia e, hoje, por toda casta sequitária enquistada no poder, simbolizados por aqueles que mentem, enganam e praticam atos de corrupção e lascívia em detrimento daqueles que são fiéis a Deus.

Na narrativa pode-se ver uma inversão do contexto do Êxodo e da própria História, quando o Egito era a terra da opressão, e o povo oprimido fugiu pelo deserto, invadindo, em seguida, a terra dos sete povos de Canaã, tida como prometida, dando origem a Israel. Agora, em lugar dos primogênitos das famílias oprimidas do Egito mortos pelo anjo exterminador, as vítimas são as crianças de Belém e aqueles que vivem nas ruas, debaixo de pontes e marquises; as vitimas são os que sofrem nas filas de hospitais mendigando atendimento médico; os que não recebem salários dignos, os sem-tetos, sem vez e nem voz; e o exterminador são aqueles que se sentem ameaçados pelas verdades da luz de Cristo e pela justiça do Reino: os inescrupulosos políticos e falsos profetas, aqui representados pela figura de Herodes.

A opressão, agora, está na própria Judéia, remanescente de Israel, a partir de Jerusalém, sede do poder teocrático judaico. O Rei Herodes, o Grande, beduíno das tribos árabes, estabelecido, por Roma, em Jerusalém, e mais tarde os chefes religiosos do Templo e das sinagogas procuram matar Jesus. José, o menino e a mãe, buscam abrigo no Egito, porém a matança se efetivará. O poder, com casa em Jerusalém e nos palácios de governantes, ameaça e extermina não somente os pequeninos de Belém, mas os pequeninos do Reino em nosso tempo.

Conforme a primeira e segunda leitura, na família e nas comunidades de discípulos, apesar de todas as tribulações, deve vigorar sempre a harmonia, na estima, no respeito e na gratidão mútuos. Entretanto, devemos lembrar que Jesus testemunhou um amor vivido na família, aberto e transbordante para com todos os demais carentes da sociedade e do mundo. Na família que hoje é desintegrada por todos os instrumentos de comunicação, bem como por leis que a deteriora no dia-a-dia das comunidades eclesiais.

ORAÇÃO
Pai, que a fidelidade demonstrada pela Sagrada Família de Nazaré seja exemplo para as famílias cristãs, cuja fé é provada em meio a tribulações.

HOJE, 67ª MISSA DO MFC NO ALDEBARAN

sábado, 25 de dezembro de 2010

É NATAL!










Se Jesus de Nazaré acordasse de repente de um sono de dois milênios, neste tempo de Natal, no Brasil ou em qualquer parte deste estranho ocidente cristão, ficaria perplexo e assustado. Que mundo é esse, meu Pai? - perguntaria aflito.
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É NATAL!

Passados os primeiros sustos, provocados pelos avanços da ciência e da técnica, ainda atordoado, perguntaria o que estaria acontecendo nesses dias. "Ora, amigo, não sabes que é tempo de Natal?" - explicariam as pessoas apressadas, carregadas de embrulhos vistosos, agora um pouco menores por causa da crise econômica.
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A explicação não explica nada, pensaria Jesus. Trataria de indagar melhor. Mostrariam a árvore iluminada da Lagoa, as lâmpadas piscando por toda parte. Papai Noel em cada esquina. Falariam de um certo aniversário de um certo Jesus. "Meu xará..." - imaginaria Ele.

Então entraria numa igreja cheia de gente cantando, orando com as mãos erguidas, celebrando algo com gestos estranhos, regidas por alguém de vestes diferentes, talvez um homem da corte romana, quem sabe? Perguntaria o que estavam fazendo. "É a missa solene de Natal, amigo!" - diriam. Perceberiam que Ele não entendia nada (só conhecia as sinagogas e ritos do seu tempo, que nem eram do seu agrado), Almas caridosas o convidariam a fazer um cursinho de catequese para adultos, aos domingos, para que pudesse entender a missa, os gestos e as palavras estranhas na celebração que nada significariam para Ele. Porque veria ricos e pobres em abraços de paz, os ricos continuando ricos e os pobres continuando pobres.
-Só na saída do templo veria um raro presépio. "Pelo menos isto parece com o que mamãe me contava" - lembraria. "O resto é confuso demais para mim".
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E partiria para as ruas. Tentaria encontrar algum discípulo. "Onde se esconderam?"
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Talvez nem Pedro, em seus aposentos distantes, ficasse sabendo que Alguém estaria à sua procura.-
Temos muito o que pedir neste Natal, abusando da paciência de Deus.
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Precisamos de um mundo de Paz, sem fome, miséria, armas, prepotência e arrogância.
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Precisamos que o governo do nosso sofrido país seja capaz de corresponder às esperanças derradeiras que o levaram ao poder. Que jamais possamos sentir saudades da esperança. Precisamos que haja trabalho, teto, educação e saúde para todos, para que a paz e a tranquilidade se instalem em nossas famílias, recuperada a auto-estima onde ela foi abalada, e o amor onde ele se esgarçou, tantas vezes pela perversidade de um modelo de sociedade que não corresponde ao Reino anunciado.
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Precisamos de coragem para produzir sinais de amor, justiça e paz, para ter o direito de pedir-lhe: "Venha a nós o vosso Reino".
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Que todos esses dons estejam presentes na vida de cada família, neste tempo de natal e em cada dia do Novo Ano.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

MFC ALAGOAS DESEJA FELIZ NATAL!

IGREJA CELEBRA NATAL EM MACEIÓ

Hoje no Bom Dia Alagoas, programa jornalístico matutino da TV Gazeta (Globo), o vigário geral da Arquidiocese de Maceió, Monsenhor José Augusto Melo Silva (foto), ressaltou a importância da valorização do ser humano, não só no período natalino, mas durante toda vida.

“Natal é um tempo de reflexão, é o momento de refletirmos sobre o dom da vida, Jesus alerta para que se observe a dignidade de cada ser humano. É preciso entender que acolher o dom maior que Deus nos oferece. Ele abre perspectivas para as respostas”, disse o vigário geral.

Monsenhor José Augusto afirmou que não se pode pensar que o Natal é o momento de resolver todos os problemas e sim de refletir os cominhos para a solução dos obstáculos da vida.

“Não é correto pensar que o natal é a solução dos problemas, e sim o momento de encaminhar o pensamento para as soluções de forma humana e correta”, disse o monsenhor.

Quanto à troca de presentes na noite de natal, o vigário enfatizou que estamos vivendo uma cultura de individualismo, o bem-estar. “A cultura do individualismo, não podemos perder o sentido do outro e de solidariedade. A experiência do natal precisa ser enfocada na mensagem de que Deus vem para fazer o homem liberto, capaz de servir numa sociedade justa e fraterna” – explica.

Segundo monsenhor José Augusto, a ceia natalina é o momento de confraternização para todos, mas é muito importante que o ser humano tenha o compromisso de construir a solidariedade durante todo o ano.

Já o Arcebispo Metropolitano de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, celebrará às 17 horas, na Casa do Pobre, no bairro do Vergel do Lago, uma Missa de Natal para os idosos e comunidade. Em seguida, será servida a ceia de natal. Às 22, na Igreja de São Gonçalo, no bairro Farol, Dom Antônio celebra a Missa do Natal. Na Igreja do Aldebaran, bastante frequentada por membros do MFC - Movimento Familiar Cristão de Maceió, a Santa Missa de Natal acontecerá às 21 horas, com celebração do Cônego João Neto. Nas diversas paróquias da Arquidiocese de Maceió, haverá Missas de Natal e os fieis devem procurar saber o horário de sua paróquia e participar da Missa de Natal.

BOAS FESTAS DE JORGE E PENHA!

BISPO RECUSA COMENDA CONCEDIDA PELO SENADO

O bispo emérito de Limoeiro do Norte (CE), dom Manuel Edmilson da Cruz, 86, recusou a COMENDA DE DIREITOS HUMANOS DOM HELDER CÂMARA, entregue no dia 21 de dezembro, no Senado Federal, a pessoas que se destacaram na defesa dos Direitos Humanos. Dom Edmilson, que teve seu nome indicado pelo senador Inácio Arruda (CE), disse que “receber a Comenda seria um desrespeito aos direitos humanos do contribuinte” por causa do aumento de 61% do salário que os parlamentares se deram na semana passada.

“A condecoração hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Camara. Desfigura-a, porém. Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os Senhores e Senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la!”, disse o bispo.

Para dom Edmilson, o aumento do salário recebido pelos parlamentares deveria ser na mesma proporção do aumento do salário mínimo e do aposentado. “O aumento a ser ajustado deveria guardar sempre a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e da aposentadoria. Isto não acontece. O que acontece, repito, é um atentado contra os Direitos Humanos do nosso povo”.

Além de dom Edmilson, foram condecorados o bispo emérito de São Felix do Araguaia (MT), dom Pedro Casaldáliga; os defensores públicos, Wagner de La Torre e Antônio Roberto Cardoso e o deputado estadual do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo. A escolha dos nomes foi feita pelo Conselho da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara, e pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal (CDH).

CONFIRA A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE DOM EDMILSON
Discurso de Dom Manuel Edmilson da Cruz, Bispo Emérito da Diocese de Limoeiro do Norte – CE, durante a outorga da Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Camara, conferida pelo Senado Federal, no dia 21 de dezembro de 2010.

A surpresa chegou aos meus ouvidos à noitinha, quinta-feira 16 de dezembro. Como o alvorecer da aurora e a vibração cantante de um bom-dia. Mais que surpresa: era como se alguém de extraordinária generosidade tivesse enfocado uma libélula projetando a sua leveza e levando-a a atingir as proporções de um águia ou de um condor.

Passa por esse crivo o meu cordial agradecimento ao senhor Senador Inácio Arruda, aos seus ilustres Pares que o apoiaram e a todo Congresso Nacional.

Pensei, em vista dos meus oitenta e seis anos, em receber essa honraria por meio de um representante. Mas Congresso Nacional merece respeito. Verdadeiro Congresso Nacional é sinal de verdadeira democracia.

A honrosa condecoração, porém, dos Pais da “Pátria”, (como diriam os Romanos “Patres Conscripti”), me faz refletir. Precatórios que se arrastam por décadas; aposentados, idosos com suas aposentadorias reduzidas; salários mínimos que crescem em ritmo de lesmas... depois de três meses de reivindicações e de greves, os condutores de ônibus do transporte coletivo urbano de Fortaleza, dos cerca de 26% de aumento pretendido, mal conseguiram e a duras penas, pouco mais de 6%, quer para a categoria, quer para o povo, principalmente os pobres da quinta maior cidade do nosso Brasil.

Pois é exatamente neste momento que o Congresso Nacional aprova o aumento de 61% dos honorários de seus Parlamentares que em poucos minutos chegam a essa decisão e ao efeito cascata resultante e o impõe ao povo brasileiro, o seu, o nosso povo. O povo brasileiro, hoje de concidadãos e concidadãs, ainda os considera Parlamentares? Graças ao bom Deus há exceções decerto em tudo isso. Mas excetuadas estas, a justiça, a verdade, o pundonor, a dignidade e a altivez do povo brasileiro já tem formado o seu conceito. Quem assim procedeu não é Parlamentar. É para lamentar. Prova disto? Colha na Internet.

Bem verdade é que a realidade não é assim tão simples e a desproporção numérica, um dado inarredável. Já existe – e é de uma grandeza bem aventurada! – o SUS; o bolsa família. Aí estão trinta milhões de brasileiros, que da linha de pobreza, às vezes até da indigência, alcançaram a classe média. É verdade a atuação do Ministério da Saúde. Existe o Ministério da Integração Nacional. É verdade! Mas não são raros os casos de pacientes que morreram de tanto esperar o tratamento de doença grave, por exemplo, de câncer, marcado para um e até para dois anos após a consulta. Maldita realidade desumana, desalmada! Ela já é em si uma maldição. E me faz proclamar em pleno Congresso Nacional, como já o fiz em Assembléia Estadual e em Câmara Municipal: Quem vota em político corrupto está votando na morte! Mesmo que ele paradoxalmente seja também uma pessoa muito boa, um grande homem. Ainda não do porte de um Nelson Mandela que, ao ser empossado Presidente da República do seu país, reduziu em 50% o valor dos seus honorários.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Senhores e Senhoras,

Sinto-me primeiro, perplexo; depois, decidido. A condecoração hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi Dom Helder Camara. Desfigura-a, porém. Sem ressentimentos e agindo por amor e por respeito a todos os Senhores a Senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la! Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, a cidadã contribuintes para o bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade do seu trabalho. É seu direito exigir justiça e eqüidade em se tratando de honorários e de salários. Se é seu direito e eu aceitar, estou procedendo contra os Direitos Humanos. Perderia todo o sentido este momento histórico. O aumento a ser ajustado deveria guardar sempre a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e da aposentadoria. Isto não acontece. O que acontece, repito, é um atentado contra os Direitos Humanos do nosso povo.