quinta-feira, 30 de abril de 2009

17º ENCONTRO NACIONAL DO MFC SERÁ NO ESPÍRITO SANTO


SENFOR – Secretaria Nacional de Formação
Ferrari e Palmira e Tiquinho e Tânia



Em mais de meio século de vida o Movimento Familiar Cristão - MFC construiu sua mística e seus carismas e perseguiu seus objetivos a partir da constante busca pela integração das famílias, primeiro reunindo-as em Equipes Base e a partir delas organizando-se numa estrutura que se ramifica por todo o território brasileiro. A manutenção dessa unidade sempre foi possível não apenas porque a Equipe de Coordenação Nacional, assim como as regionais e estaduais, se reúne regularmente avaliando a caminhada e propondo metas de ação, mas principalmente porque os objetivos são os mesmos para todas as células e famílias que integram o MFC. Desde cedo, os dirigentes do MFC perceberam que uma Equipe Base jamais poderia desenvolver-se isoladamente e que a inter-relação com outras equipes de uma mesma cidade, estado ou país era absolutamente necessária. Perceberam também que os mesmos carismas que integram as famílias numa Equipe Base eram essenciais para integrar o MFC em todos os níveis e, assim, em cada encontro onde mefecistas se reúnem a serviço do próprio MFC ou em quaisquer outras situações, o acolhimento, a fraternidade e as trocas de experiências se fazem necessárias. Por isso, encontros nacionais teriam que ser realizados como forma de se manter a unidade de objetivos e como resposta aos anseios que brotavam das células.

Os Encontros Nacionais realizados com a periodicidade de três anos se constituem em necessidades absolutas para a vida e a existência do MFC, apesar de todas as dificuldades de organização que lhes são inerentes. À parte de todas as demais providências, para as quais se faz necessário a organização de equipes de serviço específicas, o núcleo de um Encontro Nacional é sem dúvida, o desenvolvimento do tema central ao longo do mesmo. Convencionou-se denominar de “Equipe de Metodologia e Conteúdo” a equipe de trabalho responsável pela operacionalização e sistematização do tema escolhido para ser desenvolvido. Uma das etapas desse processo, talvez a mais importante delas, é aquela em que a Equipe deve “ouvir” com atenção, as manifestações das Equipes Base sobre o tema. Esta etapa é chamada de “pré-ENA” porque é a partir dela que o Encontro propriamente dito irá se desenvolver. De um pré-ENA bem elaborado e participado dependem o sucesso ou o fracasso do ENA.

Iº ENA: Aconteceu em 1957
Local: Rio de Janeiro, RJ
Tema: Unidade e Mística do MFC
Já existia o nosso primeiro temário: PAULO E MARINA

O ultimo aconteceu de 15 a 21 de julho de 2007, o XVI ENA em Araraquara, São Paulo.
Tema: “O MFC: Seus desafios e perspectivas no mundo de hoje".
Lema: “Não tenhasmedo, pois eu venci o mundo" (Jo 16, 33)

O próximo será na cidade de Vila Velha-ES, 18 a 24 de julho de 2010.
Tema: "Família, promotora da justiça e da integridade da criação”.
Lema: "Eu vi e escutei o clamor das famílias" (Ex 3,7).
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UMA PEDAGOGIA DOS LIMITES

Este é um tema que parece esgotado. Muito, ou quase tudo, já se escreveu sobre a necessidade de se propor limites para os filhos. A explicação mais trabalhada é a de que saímos de um processo educacional doméstico bastante autoritário para um estágio oposto, o outro lado do pêndulo. O que assistimos é uma total liberalidade, que chega a beira de um descontrole. Sempre ouvimos dizer que esse caminho pendular vai nos levar ao ponto de equilíbrio, e a relação construída livre de uma educação desprovida de autoritarismo, mas centrada no respeito, forjará gerações educadas e livres.
No entanto, essa geração que está ainda atônita e sem muitas estratégias não pode apenas ficar esperando o lento movimento pendular. Tem que sair a buscar formas que ajudem a construir uma pedagogia para os limites. Afinal é essa geração de transição que construirá a nova.
Lembrei-me deste tema depois de uma conversa que tive com colegas, num jantar acontecido na cidade de Buenos Aires, na última sexta-feira. Do grupo eu era o de maior idade e fiquei atento à discussão, porque ainda tenho filhos pequenos. Eles desejavam saber qual a minha estratégia para impor limites, e eu desejava saber também deles o que estavam fazendo, pelo fato de ter educado (e estar educando) gerações que estavam situadas em várias fases do movimento pendular.
Fiquei mais ouvindo do que falando e também refletindo sobre o que aconteceu com essa questão de limites com meus filhos. Para os mais velhos posso me considerar vitorioso, criei-os livres e, ao mesmo tempo, dependentes. Digo isto porque percebo que alçaram vôo, mas sempre retornam em busca de conselhos. O que consegui foi inverter a ordem (se para melhor ou pior ainda não tenho a resposta definitiva). Primeiro a ousadia e depois a reflexão. Gostam de aprender com os erros (digamos equívocos), mas no momento oportuno são abertos para refletir sobre um novo caminho.
A mesma tática não se aplica aos do meio, e tampouco aos mais jovens. Continuo nesse permanente desafio de aprimorar as estratégias na construção de limites. Para os do meio parece que a melhor tática ainda é a do estica e puxa. O difícil é determinar quanto de corda podemos esticar. Algumas vezes já fui extremamente duro e, em outras, benevolente (quase frouxo). Então, caminho ainda entre o autoritarismo e o relaxamento consequente.
E para os pequenos (ainda os tenho), criá-los como netos? Não parece adequado. Netos são desafios educacionais para os pais. Tarefa de avô é assistir e, vez por outra, deseducá-los (risos).
No meio da conversa, um dos amigos virou-se para mim e perguntou: “lembra-se do “papafigo” (significava na verdade o papa fígado). Figura que habitava a imaginação das crianças de nossa época. Podia ser descrito como um velho com um saco nas costas que roubava as criancinhas para comer seus fígados. Claro que lembro, respondi. E como deixei de fazer determinadas traquinagens por medo dessa estranha figura. Nesse momento descobri que a pedagogia dos limites para os meus pais fora forjada na figura do “papafigo”.
Qual figura pode representar para os nossos filhos pequenos o “papafigo”? Caso descubramos, daremos alguns passos na construção de uma nova pedagogia dos limites.
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