UMA PEDAGOGIA DOS LIMITES
Este é um tema que parece esgotado. Muito, ou quase tudo, já se escreveu sobre a necessidade de se propor limites para os filhos. A explicação mais trabalhada é a de que saímos de um processo educacional doméstico bastante autoritário para um estágio oposto, o outro lado do pêndulo. O que assistimos é uma total liberalidade, que chega a beira de um descontrole. Sempre ouvimos dizer que esse caminho pendular vai nos levar ao ponto de equilíbrio, e a relação construída livre de uma educação desprovida de autoritarismo, mas centrada no respeito, forjará gerações educadas e livres.
Este é um tema que parece esgotado. Muito, ou quase tudo, já se escreveu sobre a necessidade de se propor limites para os filhos. A explicação mais trabalhada é a de que saímos de um processo educacional doméstico bastante autoritário para um estágio oposto, o outro lado do pêndulo. O que assistimos é uma total liberalidade, que chega a beira de um descontrole. Sempre ouvimos dizer que esse caminho pendular vai nos levar ao ponto de equilíbrio, e a relação construída livre de uma educação desprovida de autoritarismo, mas centrada no respeito, forjará gerações educadas e livres.
No entanto, essa geração que está ainda atônita e sem muitas estratégias não pode apenas ficar esperando o lento movimento pendular. Tem que sair a buscar formas que ajudem a construir uma pedagogia para os limites. Afinal é essa geração de transição que construirá a nova.
Lembrei-me deste tema depois de uma conversa que tive com colegas, num jantar acontecido na cidade de Buenos Aires, na última sexta-feira. Do grupo eu era o de maior idade e fiquei atento à discussão, porque ainda tenho filhos pequenos. Eles desejavam saber qual a minha estratégia para impor limites, e eu desejava saber também deles o que estavam fazendo, pelo fato de ter educado (e estar educando) gerações que estavam situadas em várias fases do movimento pendular.
Fiquei mais ouvindo do que falando e também refletindo sobre o que aconteceu com essa questão de limites com meus filhos. Para os mais velhos posso me considerar vitorioso, criei-os livres e, ao mesmo tempo, dependentes. Digo isto porque percebo que alçaram vôo, mas sempre retornam em busca de conselhos. O que consegui foi inverter a ordem (se para melhor ou pior ainda não tenho a resposta definitiva). Primeiro a ousadia e depois a reflexão. Gostam de aprender com os erros (digamos equívocos), mas no momento oportuno são abertos para refletir sobre um novo caminho.
Lembrei-me deste tema depois de uma conversa que tive com colegas, num jantar acontecido na cidade de Buenos Aires, na última sexta-feira. Do grupo eu era o de maior idade e fiquei atento à discussão, porque ainda tenho filhos pequenos. Eles desejavam saber qual a minha estratégia para impor limites, e eu desejava saber também deles o que estavam fazendo, pelo fato de ter educado (e estar educando) gerações que estavam situadas em várias fases do movimento pendular.
Fiquei mais ouvindo do que falando e também refletindo sobre o que aconteceu com essa questão de limites com meus filhos. Para os mais velhos posso me considerar vitorioso, criei-os livres e, ao mesmo tempo, dependentes. Digo isto porque percebo que alçaram vôo, mas sempre retornam em busca de conselhos. O que consegui foi inverter a ordem (se para melhor ou pior ainda não tenho a resposta definitiva). Primeiro a ousadia e depois a reflexão. Gostam de aprender com os erros (digamos equívocos), mas no momento oportuno são abertos para refletir sobre um novo caminho.
A mesma tática não se aplica aos do meio, e tampouco aos mais jovens. Continuo nesse permanente desafio de aprimorar as estratégias na construção de limites. Para os do meio parece que a melhor tática ainda é a do estica e puxa. O difícil é determinar quanto de corda podemos esticar. Algumas vezes já fui extremamente duro e, em outras, benevolente (quase frouxo). Então, caminho ainda entre o autoritarismo e o relaxamento consequente.
E para os pequenos (ainda os tenho), criá-los como netos? Não parece adequado. Netos são desafios educacionais para os pais. Tarefa de avô é assistir e, vez por outra, deseducá-los (risos).
No meio da conversa, um dos amigos virou-se para mim e perguntou: “lembra-se do “papafigo” (significava na verdade o papa fígado). Figura que habitava a imaginação das crianças de nossa época. Podia ser descrito como um velho com um saco nas costas que roubava as criancinhas para comer seus fígados. Claro que lembro, respondi. E como deixei de fazer determinadas traquinagens por medo dessa estranha figura. Nesse momento descobri que a pedagogia dos limites para os meus pais fora forjada na figura do “papafigo”.
E para os pequenos (ainda os tenho), criá-los como netos? Não parece adequado. Netos são desafios educacionais para os pais. Tarefa de avô é assistir e, vez por outra, deseducá-los (risos).
No meio da conversa, um dos amigos virou-se para mim e perguntou: “lembra-se do “papafigo” (significava na verdade o papa fígado). Figura que habitava a imaginação das crianças de nossa época. Podia ser descrito como um velho com um saco nas costas que roubava as criancinhas para comer seus fígados. Claro que lembro, respondi. E como deixei de fazer determinadas traquinagens por medo dessa estranha figura. Nesse momento descobri que a pedagogia dos limites para os meus pais fora forjada na figura do “papafigo”.
Qual figura pode representar para os nossos filhos pequenos o “papafigo”? Caso descubramos, daremos alguns passos na construção de uma nova pedagogia dos limites.
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