sábado, 1 de outubro de 2011

POR QUE AS MULHERES VIVEM MAIS? PORQUE ELAS FALAM MAIS!

Dra. Elimar Jacob Salzer Rodrigues

Elimar Jacob Salzer Rodrigues
Médica – Psiquiatra – Psicoterapeuta
Mestrado pela UFRJ - Professora da UFJF

É sério, no site da Central Intelligence Agency (CIA) disponível em https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/br.html, encontramos dados de 2010 que nos indicam a expectativa média de vida dos homens e das mulheres em mais de uma centena de países e confirmam a maior longevidade das mulheres.

Países
Homens
Mulheres
Brasil
68,7
76
Canadá
78,72
84
Chile
74,26
80,96
Argentina
73,52
80,17

Há relação com os estilos absolutamente diferentes de expressão emocional, manejo do estresse, comunicação e aprendizado entre homens e mulheres.

As mulheres procuram mais ajuda do que os homens, verbalizam mais, fazem mais prevenção, vivem mais.

Os homens reprimem os sentimentos, negam seus sintomas, até que eles se tornam tão tóxicos que explodem de maneiras destrutivas.

A antropóloga Helen Fisher, escreveu um livro chamado "O primeiro sexo", onde ela não se refere aos homens e sim às mulheres. Mostra nele que o profissional que será requerido no século XXI para enfrentar os atuais e futuros desafios, e ter sucesso, deverá apresentar a grande característica comportamental das mulheres: a capacidade de desenvolver pensamentos em rede (web thinking) e de conseguir realizar coisas distintas ao mesmo tempo.

Durante um período longo na pré-história, homens e mulheres se dedicavam, igualmente, à subsistência do núcleo familiar.

As mulheres caminhavam em grupos colhendo frutos, vegetais e materiais para cocção: gravetos, lenha, raízes, sendo responsáveis por 80% dos insumos do clã. Conversavam entre si, aprendiam a observar, a ver mais longe e mais detalhadamente.

Os homens iam isoladamente à caça e ficavam escondidos, calados, o mais quietos possível, espreitando a presa durante horas, focados obstinadamente em um único objetivo.

Tais comportamentos estariam na base da grande fluência verbal das mulheres com a emissão de 8.000 palavras por dia, contra 3.500 dos homens.

O contato da mãe com o bebê, amamentando-o, fitando-o, decifrando os seus sinais, desenvolveu nas mulheres a capacidade de se dirigirem às pessoas olhando-as nos olhos e de pressentir pensamentos, reações, verdades e mentiras, pela simples expressão do interlocutor, além de trabalharem sem perder de vista a prole.

SENSIBILIDADE. INTUIÇÃO. CONEXÃO.

Persiste hoje como uma grande qualidade feminina a sua capacidade de exercer simultaneamente múltiplos papéis: esposa, mãe, profissional, provedora, administradora, cuidadora e tudo isso linda! Dessa forma, quando ela fica sem algumas dessas atribuições, ainda lhe restarão muitas.

Se há alegria e otimismo, elas conseguem ocupar-se de maneiras satisfatórias durante toda a vida. Os homens, em geral, são definidos apenas pela profissão que exercem e quando a perdem ficam inativos. Outra peculiaridade feminina é a conexão. Elas são solidárias, cultivam amizades, ligam-se a grupos. Têm opinião própria, mas estão abertas às novas idéias. São solicitadas, úteis, necessárias.

SÃO MUITAS AS FORMAS PELAS QUAIS AS MULHERES MANIFESTAM AMOR E INTERESSE.

Paradoxalmente, a mulher é mais sujeita a sintomas depressivos, na proporção de 2:1 em relação ao homem.

Estima-se nessa relação, a participação de alterações hormonais na mulher, como na TPM, gravidez, puerpério, climatério. Pode haver. Entretanto, a saúde não depende apenas da programação genética, das influências hormonais, mas também das nossas atitudes e condições emocionais.

O tratamento emocional, quando necessário, trabalhará estimulando a habilidade de cada pessoa de solucionar problemas através do autoconhecimento, do aprimoramento das relações interpessoais, do envolvimento com projetos e com o aprendizado do novo.