quarta-feira, 8 de junho de 2011
RELACIONAMENTO NOS DIAS ATUAIS
MFC - Movimento Familiar Cristão
Temas para Reuniões
Não há nenhuma dúvida de que o amor está na contramão. Grande parte da humanidade está vivendo de uma maneira, num certo ritmo, que não combina com o amor.
A gente não tem tempo para nada, sempre atrás do dinheiro... ocupado com o trabalho, preso no trânsito, estressado de alguma forma. E, para amar, é preciso paciência, calma para sentir, tempo para se dedicar à relação, sutileza e cuidado para com o outro.
Vivemos em grandes centros urbanos, onde nem sempre se conhece o vizinho. As relações são cada vez mais impessoais. O sentir vai sendo “delegado”, e nada é tão interessante para tocar o coração. Cenas e cenas de um cotidiano brutal nos fazem acostumar com a ficção de um Blade Runner que virou realidade. A indiferença cresce e o compromisso é encarado como pura mão-de-obra.
Cada um fica na sua, tentando se tornar alguém apetitoso num grande supermercado do sexo. Os valores materiais estão em alta: academia, silicone, o ter e o não ter. Mas, o amor precisa antes de tudo que você seja. E isso é o mais difícil. Para ser, é preciso entender a sua natureza, que você é único e que o outro também o é.
Amor não combina com indiferença, pois deve levar a outra pessoa em consideração; ir na contramão da frieza, da intolerância, do egoísmo, do materialismo.
É muito recente ainda a emancipação feminina, aliás, um processo que, todavia não foi concluído. Mas a independência que elas conseguiram é algo que não foi assimilado pelos homens. Eles ficam assustados com a perda do domínio que exerciam há tanto tempo. As mulheres ampliaram o seu comportamento e passaram a viver o seu lado masculino, mais agressivo e batalhador. Estão cada vez mais no comando das empresas, da mídia e da administração pública. Mas continua dentro delas uma grande vontade de amar, de se entregar a um homem, de se relacionar.
Do outro lado os homens vivem o seu processo. Se antigamente se viam obrigados a casar para fazer sexo ou mesmo para responder a uma ordem da sociedade, agora as regras foram afrouxadas. Eles também conquistaram a sua independência. Supermercado, lavanderia, faxineira, mil e uma facilidades para quem vive só. Mesmo o sexo se tornou desvinculado de uma relação.
Se for assim, a que serve agora o casamento? Para que namorar? Qual é o papel do homem na vida de uma mulher e vice-versa?
Na falta de uma nova definição, sem saber quais são as novas regras do jogo, muita gente parte para uma vida onde o amor não tem vez. Ficam independentes e desencontrados.
Sou otimista. Entendo que tudo isso é apenas uma fase. Em algum outro tempo, no futuro próximo, compreenderemos melhor esta situação. E hoje, para amar, é preciso ter muito mais maturidade do que antes. Não são mais os fatores externos como contratos, patrimônio, família e filhos que seguram uma relação. Nem mesmo o sexo é o principal ponto. Para amar é preciso que cada um dos dois esteja preparado para isso. Competência para se relacionar. É preciso sentir a aridez do estar só; entender que a relação lhe oferece crescimento; compreender que o orgasmo de uma pura atração física é medíocre se comparado ao orgasmo que envolve um coração.
Para amar é preciso sair do ego, das suas convicções e ter habilidade de se entregar. Mas como confiar em alguém se vivemos contraídos neste mundo tão duro e cruel?
Não tenho dúvida de que o amor hoje está na contramão. Buscar o amor é como procurar uma agulha num palheiro, com a fé de que você irá encontrá-la.
Devemos refletir juntos a respeito de uma forma de abrir nossos olhos e a nossa consciência para que possamos amar de outro jeito. Agora, fora do trilho certo e do errado, mas com certeza, com muito mais autenticidade.
Assinar:
Postagens (Atom)