segunda-feira, 2 de novembro de 2009


MANIFESTAÇÃO DE REPÚDIO

As drogas estão corroendo o tecido social de forma assustadora no Brasil. A mais destruidora é comprovadamente o álcool, destacadamente a cachaça, barata, de fácil circulação por todos os recantos mais remotos do país. Há destilarias por toda parte. Produzimos um bilhão de litros por ano.

O vício é poderoso, a dependência se torna incurável. Os estragos são variados: destruição da saúde física e mental do alcoólatra, desagregação da sua família, violência doméstica e no trânsito, deixando rastros de infelicidade, dor e morte, registrados nos noticiários de todos os dias.

Os graves custos sociais também se traduzem em custos financeiros bilionários para o sistema de saúde. Em suma, a cachaça é um inimigo perverso e traiçoeiro das famílias, pior ainda por ser tratado como elemento folclórico da nossa cultura, chamada carinhosamente de pinga ou cachacinha.

Na última quarta-feira, 28 de outubro, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou a criação do Dia Nacional da Cachaça, Projeto de Lei do deputado ruralista Valdir Colatto (PMDB-SC), com parecer favorável do relator, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), este alegando que “a cachaça já foi incorporada ao cotidiano de milhares de brasileiros”.

O projeto vai à aprovação do plenário da Câmara e, se aprovado, seguirá para o Senado. Na argumentação os autores dessa façanha destacam que “o produto é um dos símbolos do povo brasileiro”.

Imagina-se que a Comissão de Educação deva ter uma pauta robusta de temas e projetos a discutir e aprovar para que aconteça uma verdadeira e necessária revolução no modelo educacional do país. A criação de um dia de exaltação da cachaça a nível nacional é uma aberração, na contramão da sua pauta.

As entidades que subscrevem seu repúdio formal a esse projeto de lei convidam outras organizações a somarem esforços para sustar esse desvio de conduta de parlamentares muito bem remunerados pelo povo brasileiro, mas cegos à sua realidade.
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"Se vai dirigir, não beba. Se beber, não dirija.
Mas se ama a sua família, deixe de beber".

2 DE NOVEMBRO - DIA DE FINADOS

O culto aos mortos é muito antigo e esteve presente em quase todas as religiões, principalmente nas mais antigas. Inicialmente era ligado aos cultos agrários e de fertilidade. Os mais antigos acreditavam que, como as sementes, os mortos eram enterrados com vistas à ressurreição.

Na prática da Igreja Católica, o Dia de Finados surgiu como um vínculo suplementar entre vivos e mortos, destinado a todos. O próprio mundo profano, em geral, também aderiu a essa prática. Os falecidos, sempre estiveram presentes nas celebrações da Igreja e no Memento dos mortos, no cânon da missa. Já no século I, os cristãos rezavam pelos falecidos: visitavam os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram. No século V, a igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava.

No século X, a Igreja Católica instituiu oficialmente o Dia de Finados. A partir do século XI, os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) passaram a obrigar a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII, esse dia passou a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1o de novembro é a Festa de Todos os Santos.

Com o passar do tempo, a comemoração ultrapassou seu aspecto exclusivamente religioso, para revelar uma feição emotiva: a saudade de quem perdeu entes queridos. Hoje, o Dia de Finados é um dos feriados mais universais. São cerca de mil anos de celebração pela fé na ressurreição.

As pessoas costumam celebrar os mortos levando flores aos túmulos e rezando por eles. Alguns preferem chamar a data de "Dia da Saudade", retirando o peso do aspecto fúnebre e enfatizando as melhores lembranças daqueles que se foram.