sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

ANO NOVO! POR QUE EM 1º DE JANEIRO?

*Adiloar Franco Zemuner
Mais um Ano Novo! Mais uma vez analisaremos as ações ou omissões que ficaram para trás no ano findado e pensaremos nos feitos que poderemos realizar no ano iniciado! Muito mais neste ano do que nos anteriores, uma pergunta foi insistentemente formulada: Por que se comemora o Ano Novo em 1.º de janeiro? Resolvi tecer algumas considerações a fim de responder essa indagação.

Inicialmente, vale registrar que há 2000 a.C., os babilônios comemoravam o Ano Novo em data que na atualidade equivaleria a 23 de março. Era uma grande festa que perdurava por onze dias em razão da chegada da primavera, pois com ela a terra era arada para recepcionar a nova safra que seria plantada, gerando na mente daquele povo a idéia de um Ano Novo. Na verdade, comemorava-se o recomeço.

Todavia, em 46 a.C., o Governador romano Júlio César determinou 1.º de janeiro como o Dia do Ano Novo, data que deveria ser dedicada ao deus mitológico Janus. Mas, por que Janus? Em seu editorial, Roberto Civita(1) registra: Janus, o deus das portas e transições da mitologia romana, deu seu nome ao mês de janeiro pela capacidade de simultaneamente ver passado e futuro. Com efeito, esse deus tinha duas faces, uma voltada para frente e outra para trás. Assim, ele caminhava rumo ao que os olhos da face dianteira podiam ver e concomitantemente podia ver com os olhos da outra face o seu passado se afastar, motivos esses que levaram Júlio César a determinar que o deus Janus seria comemorado, então, no Dia do Ano Novo. Ressalte-se que desse nome Janus derivam as palavras janua (porta); januella (porta pequena = janela) e januarius (janeiro).

Com a introdução do calendário gregoriano em 1582 d.C., 1.º de janeiro continuou sendo reconhecido como Dia do Ano Novo na Itália, na França, na Espanha, em Portugal e, paulatinamente, em outros países como Inglaterra, Estados Unidos da América e em toda a América Latina, salientando-se que essa data também tem sido comemorada na grande maioria dos povos não cristãos(2).

Nesse sentido, aproveitemos o limiar deste Ano Novo para as mudanças que podemos implementar visando doze meses de muitas realizações.

Finalmente, não olhemos para o Ano Novo com indiferença, pois, a indiferença é um sentimento mórbido, mas que continuemos a construção de uma sociedade onde, cada vez mais, a Paz seja proclamada; o Amor seja cultivado; a Ética seja praticada; a Liberdade seja mantida; a Democracia seja assegurada; a Lei seja respeitada, a Justiça seja aplicada e o Ser seja humano.

Feliz Ano Novo!

*é advogada. Doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais pela UMSA, Buenos Aires. Mestre em Direito Negocial pela UEL. Professora de Direito na UEL e na Faculdade Arthur Thomas - Londrina-PR.