PRESSÃO ALTA PODE SER IGUAL À “FEBRE”?
Participava de um evento científico na cidade de Gramado, neste domingo que passou, e, logo depois de minha apresentação, ouvi de um estimado colega de Porto Alegre (o Eduardo Barbosa) o seguinte comentário, em tom de pergunta: “Mota (como carinhosamente sou chamado depois de perder o nome e dois sobrenomes), depois de suas colocações fico a pensar se a pressão alta não seria como a “febre”. Ou seja, quando temos hipertensão esse achado não significaria que temos uma doença inflamatória, e os números da pressão não seriam assim como uma informação semelhante a que obtemos quando lemos num termômetro que alguma infecção está nos acometendo?”.
Na viagem de volta vinha pensando dentro do avião na colocação de meu amigo. A resposta que lhe ofereci foi: “que pressão alta, ainda diagnosticada no consultório pelo aparecimento de valores acima de 14 x 9, medida pelo menos duas vezes, em duas visitas médicas, na verdade representa uma condição clínica muito mais significativa do que essa simples elevação de números. A pressão alta, de fato, representa um estado de inflamação dos vasos, e a doença pode estar presente mesmo antes dos números se alterarem”.
A questão, não totalmente resolvida, é saber se a pressão sobe primeiro e, por isso, lesa os vasos, ou se os vasos lesados por um processo de inflamação fazem a pressão subir. Do que não duvidamos é que uma coisa piora a outra, ou seja, a pressão alta lesa os vasos e os vasos lesados aumentam a pressão.
No paciente e no público leigo que nos acompanha lendo e comentando o que tenho escrito pode surgir a seguinte inquietação: e que implicação isso poderá ter para o meu tratamento?
Posso afirmar que isso resulta em duas questões cruciais. A primeira é que, se a pressão for mesmo a “febre” devemos antecipar o seu tratamento antes de ela subir? Sendo assim, devemos imaginar que o tratamento dos indivíduos denominados como pré-hipertensos pode significar ganhar tempo na proteção dos vasos.
A outra implicação é saber que tipo de remédio será mais adequado para essa situação. Temos disponíveis remédios para tratar a pressão alta (“a febre”). Temos também remédios para tratar a doença inflamatória dos vasos que pode estar provocando a “febre” (pressão alta).
O que parece ser coisa totalmente resolvida é que algumas atitudes de mudança no estilo de vida podem evitar ou mesmo postergar o aparecimento de doenças nos vasos, evitando a “febre” (pressão alta): diminuir a quantidade de sal na comida; controlar o peso; exercitar-se pelo menos cinco vezes na semana; aumentar a ingestão de frutas, verduras e legumes; cessar o tabagismo e moderar o consumo de bebida alcoólica.
Recomendações que já estamos cansados de ouvir, mas que são de difícil execução. Por isso permitimos que a “febre” apareça, anunciando a doença nos vasos.
Participava de um evento científico na cidade de Gramado, neste domingo que passou, e, logo depois de minha apresentação, ouvi de um estimado colega de Porto Alegre (o Eduardo Barbosa) o seguinte comentário, em tom de pergunta: “Mota (como carinhosamente sou chamado depois de perder o nome e dois sobrenomes), depois de suas colocações fico a pensar se a pressão alta não seria como a “febre”. Ou seja, quando temos hipertensão esse achado não significaria que temos uma doença inflamatória, e os números da pressão não seriam assim como uma informação semelhante a que obtemos quando lemos num termômetro que alguma infecção está nos acometendo?”.
Na viagem de volta vinha pensando dentro do avião na colocação de meu amigo. A resposta que lhe ofereci foi: “que pressão alta, ainda diagnosticada no consultório pelo aparecimento de valores acima de 14 x 9, medida pelo menos duas vezes, em duas visitas médicas, na verdade representa uma condição clínica muito mais significativa do que essa simples elevação de números. A pressão alta, de fato, representa um estado de inflamação dos vasos, e a doença pode estar presente mesmo antes dos números se alterarem”.
A questão, não totalmente resolvida, é saber se a pressão sobe primeiro e, por isso, lesa os vasos, ou se os vasos lesados por um processo de inflamação fazem a pressão subir. Do que não duvidamos é que uma coisa piora a outra, ou seja, a pressão alta lesa os vasos e os vasos lesados aumentam a pressão.
No paciente e no público leigo que nos acompanha lendo e comentando o que tenho escrito pode surgir a seguinte inquietação: e que implicação isso poderá ter para o meu tratamento?
Posso afirmar que isso resulta em duas questões cruciais. A primeira é que, se a pressão for mesmo a “febre” devemos antecipar o seu tratamento antes de ela subir? Sendo assim, devemos imaginar que o tratamento dos indivíduos denominados como pré-hipertensos pode significar ganhar tempo na proteção dos vasos.
A outra implicação é saber que tipo de remédio será mais adequado para essa situação. Temos disponíveis remédios para tratar a pressão alta (“a febre”). Temos também remédios para tratar a doença inflamatória dos vasos que pode estar provocando a “febre” (pressão alta).
O que parece ser coisa totalmente resolvida é que algumas atitudes de mudança no estilo de vida podem evitar ou mesmo postergar o aparecimento de doenças nos vasos, evitando a “febre” (pressão alta): diminuir a quantidade de sal na comida; controlar o peso; exercitar-se pelo menos cinco vezes na semana; aumentar a ingestão de frutas, verduras e legumes; cessar o tabagismo e moderar o consumo de bebida alcoólica.
Recomendações que já estamos cansados de ouvir, mas que são de difícil execução. Por isso permitimos que a “febre” apareça, anunciando a doença nos vasos.
.
A leitura da coluna de Marco Mota está se tornando obrigatória. parabéns.
ResponderExcluirPaula