domingo, 6 de setembro de 2009

23º DOMINGO DO TEMPO COMUM


JESUS QUER A PESSOA ÍNTEGRA

Pe. Nilo Luza, ssp

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Ouvir e falar são necessidades fundamentais do ser humano. Trata-se ainda de duas faculdades complementares, tanto é que a deficiência de uma pode prejudicar a outra. Também é recomendável que uma não invada o espaço da outra, uma vez que, para ouvir, se deve evitar falar e, quando se fala, normalmente não se ouve o outro.

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O surdo-mudo do evangelho não possuía essas duas propriedades e por isso o Senhor lhe devolve a possibilidade de ouvir e falar. Ser surdo e mudo significava ser excluído do convívio social, ter a vida diminuída, não poder ouvir a palavra de Deus, o que era visto como castigo. Jesus, ao curá-lo, reintegra-o, restitui-lhe dignidade e identidade, devolve-lhe a esperança. As palavras e os gestos de Jesus provocam nova criação: “Ele tem feito bem todas as coisas” (Mc 7,37; cf. Gn 1,31).

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O relato do evangelho assume significados simbólicos: pode representar, por exemplo, as pessoas que têm o ouvido fechado à palavra e aos apelos de Deus e, com isso, recusam o seu dom. Quantos convites Cristo nos dirige e nós fazemos de conta que não ouvimos ou que não é conosco!

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Pode representar também todos os que se fecham aos apelos dos irmãos e irmãs necessitados. Nossas comunidades comportam-se como surdas quando não dão ouvido aos gritos dos pobres e das vítimas da injustiça, quando não se comprometem com sua libertação.

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Há, além disso, surdos e mudos que continuam, ainda em nossos dias, negando o direito que toda pessoa tem a uma vida digna: um teto para se abrigar, um pedaço de chão para plantar e colher, um emprego digno e justo com o qual sustentar a própria família...

São surdos-mudos todos os que se enclausuram em si mesmos, não se abrem aos outros, não criam um canal de comunicação com os semelhantes nem reconhecem suas necessidades...

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EVANGELHO Marcos 7,1-8.14-15.21-23

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. 3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. 5Os fariseus e os mestres da lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”. 14Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai todos e compreendei: 15o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. 21Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem”. – Palavra da salvação.

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