Pe. Nilo Luza, ssp
Desde o tempo de Jesus até hoje, a preocupação com a vida eterna é uma realidade. “Vida eterna” é a vida que se inicia no presente e vai além destes poucos anos de nossa existência – é vida que perdura para sempre. Diante da pergunta do rico, que queria saber o “que fazer para herdar a vida eterna”, Jesus lhe apresenta alguns requisitos que servem também para nós.
A vivência dos mandamentos – do que já está previsto – é necessária, mas não basta. O freio que certas leis nos impõem – não faça isso nem aquilo – pode ser importante, mas precisamos ir além. Realizar o que está previsto pode ser até fácil e cômodo, mas não há muito mérito nisso; precisamos ser criativos e descobrir caminhos novos, e não apenas cumprir leis e preceitos. Para Jesus, não basta sermos apenas cumpridores de normas, por mais recomendáveis e santas que sejam. A cada um ele diz o que ainda “falta”.
O homem do evangelho disse que procurou viver os mandamentos desde a juventude. Jesus lhe propõe algo mais: desapegar-se dos muitos bens que o prendiam (Mateus acrescenta: “Se queres ser perfeito”). Diante dessa proposta, o rico preferiu seguir o próprio caminho. Ele não conseguiu desvencilhar-se dos seus bens.
A riqueza não pode tomar conta do coração; quando isso acontece, já não há espaço para Deus nem para os irmãos e irmãs.
Embora não seja a todos que Jesus propõe abandonar tudo, a todos ele convida ao desprendimento dos bens materiais. Ele continua revelando a cada um a conduta sábia de quem deseja seguir seus passos. Para entrar no seu reino, há necessidade de renunciar ao acúmulo, não pensar apenas em si mesmo, mas olhar também para os outros, partilhar com eles em suas necessidades. O apego ao dinheiro é grande obstáculo para o acesso ao reino de Deus.
EVANGELHO Marcos 10,2-16
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 2alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. 3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!”.
10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”. 13Depois disso, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as repreendiam. 14Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: 'Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o reino de Deus é dos que são como elas. 15Em verdade vos digo: quem não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. 16Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos. – Palavra da salvação.
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