GRAUS IMPENSÁVEIS DE PERVERSIDADE
Helio e Selma Amorim*
Para atender as preferências de tarados sexuais que incluem a procura de travestis de menos de 14 anos, os bandidos têm uma força-tarefa que alicia meninos de boa aparência em cidades das regiões mais pobres do país com a promessa de trabalho em São Paulo. As famílias são enganadas e ganham esperança de dias melhores para os filhos. Ou simplesmente são sequestrados.
Entra em ação outra equipe, a que transporta os meninos para a cidade grande, recebidos pela quadrilha da ponta, aquela que prepara as crianças para a prostituição infantojuvenil.
A preparação começa com a intimidação e promessa de ganhos. Segue a adequação física dos meninos, com o uso de hormônios que arredondam as suas formas e asseguram rostos imberbes, silicone para modelar os seios, crescem os cabelos. Como quem engorda um porco ou peru que será servido no Natal. Logo vestirão roupas femininas provocantes e passarão às ruas para o trabalho escravo degradante. Os tarados pedófilos chegam e consomem o produto desejado, pagam mal. Voltarão amanhã. Os meninos-travestis não terão mais chances de fuga ou de retorno para casa: a família nem reconheceria a criança ou adolescente metamorfosiado.
Difícil acreditar em tamanha deformação moral nessa prática hediondamente criminosa com efeitos terríveis, talvez irreversíveis, na vida dessas pobres vítimas. Infelizmente é real, filmada e televisada às oito da noite, pela Band, para horror de telespectadores horrorizados em suas poltronas depois do jantar. Metade da quadrilha está presa e confessou. A outra metade está foragida, mas identificada, depois de meses de investigação. Ponto para a polícia.
Restam muitos problemas: onde acolher e como assistir as vítimas, profundamente feridas e deformadas física e psiquicamente; como desmontar outras quadrilhas que provavelmente estejam nesse ramo de negócio naquela e em tantas outras cidades; o que fazer como cidadão comprometido com o bem comum. Autoridades políticas e policiais parecem perdidas diante do tamanho social e geográfico do problema. As pessoas de boa vontade não dispõem de instrumentos eficazes para a atuação individual na cura dessa ferida social, a não ser na ajuda pontual em casos de vítimas próximas. Melhor e mais efetivamente integrando-se em entidades sociais intermediárias que se dediquem à luta pelos direitos da infância e adolescência.
O que também pode fazer facilmente como responsabilidade social cidadã será a denúncia de casos comprovados ou mesmo apenas suspeitos de práticas de pedofilia na vizinhança, abusos sexuais com crianças – muitas vezes dentro das famílias – e a prática hedionda da exploração da prostituição infantil. Não se omita. Use o telefone. Talvez alguém se salve por sua intervenção.
*Membros do MFC e Instituto da Família - INFA
Helio e Selma Amorim*
Para atender as preferências de tarados sexuais que incluem a procura de travestis de menos de 14 anos, os bandidos têm uma força-tarefa que alicia meninos de boa aparência em cidades das regiões mais pobres do país com a promessa de trabalho em São Paulo. As famílias são enganadas e ganham esperança de dias melhores para os filhos. Ou simplesmente são sequestrados.
Entra em ação outra equipe, a que transporta os meninos para a cidade grande, recebidos pela quadrilha da ponta, aquela que prepara as crianças para a prostituição infantojuvenil.
A preparação começa com a intimidação e promessa de ganhos. Segue a adequação física dos meninos, com o uso de hormônios que arredondam as suas formas e asseguram rostos imberbes, silicone para modelar os seios, crescem os cabelos. Como quem engorda um porco ou peru que será servido no Natal. Logo vestirão roupas femininas provocantes e passarão às ruas para o trabalho escravo degradante. Os tarados pedófilos chegam e consomem o produto desejado, pagam mal. Voltarão amanhã. Os meninos-travestis não terão mais chances de fuga ou de retorno para casa: a família nem reconheceria a criança ou adolescente metamorfosiado.
Difícil acreditar em tamanha deformação moral nessa prática hediondamente criminosa com efeitos terríveis, talvez irreversíveis, na vida dessas pobres vítimas. Infelizmente é real, filmada e televisada às oito da noite, pela Band, para horror de telespectadores horrorizados em suas poltronas depois do jantar. Metade da quadrilha está presa e confessou. A outra metade está foragida, mas identificada, depois de meses de investigação. Ponto para a polícia.
Restam muitos problemas: onde acolher e como assistir as vítimas, profundamente feridas e deformadas física e psiquicamente; como desmontar outras quadrilhas que provavelmente estejam nesse ramo de negócio naquela e em tantas outras cidades; o que fazer como cidadão comprometido com o bem comum. Autoridades políticas e policiais parecem perdidas diante do tamanho social e geográfico do problema. As pessoas de boa vontade não dispõem de instrumentos eficazes para a atuação individual na cura dessa ferida social, a não ser na ajuda pontual em casos de vítimas próximas. Melhor e mais efetivamente integrando-se em entidades sociais intermediárias que se dediquem à luta pelos direitos da infância e adolescência.
O que também pode fazer facilmente como responsabilidade social cidadã será a denúncia de casos comprovados ou mesmo apenas suspeitos de práticas de pedofilia na vizinhança, abusos sexuais com crianças – muitas vezes dentro das famílias – e a prática hedionda da exploração da prostituição infantil. Não se omita. Use o telefone. Talvez alguém se salve por sua intervenção.
*Membros do MFC e Instituto da Família - INFA
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