Para os que se casam “na igreja” é preciso mais que uma superficial e apressada preparação ao casamento de fim de semana. A maioria dos que se casam não conseguiram compreender a dimensão sacramental da sua união. Ora, esse é o diferencial na formação cristã para o casamento e a base para compreender a estreita interação de fé e vida conjugal e familiar.
Uma boa preparação ao casamento deve partir justamente de uma concepção clara do sacramento, despida de elementos mágicos. Compreendendo-se a dinâmica da sacramentalidade da união do casal, ficará claro que todas as abordagens seguintes sobre as múltiplas dimensões do relacionamento conjugal, da convivência afetiva, das expressões de amor, do diálogo, da sexualidade, da paternidade e tudo mais, têm relação direta com o sacramento. O desafio para os que se casam será, portanto, cultivar e fazer crescer por toda a vida a densidade sacramental da sua união pela vivência cotidiana do amor conjugal.
Por que o matrimônio é um sacramento?
Helio e Selma Amorim
Uma boa preparação ao casamento deve partir justamente de uma concepção clara do sacramento, despida de elementos mágicos. Compreendendo-se a dinâmica da sacramentalidade da união do casal, ficará claro que todas as abordagens seguintes sobre as múltiplas dimensões do relacionamento conjugal, da convivência afetiva, das expressões de amor, do diálogo, da sexualidade, da paternidade e tudo mais, têm relação direta com o sacramento. O desafio para os que se casam será, portanto, cultivar e fazer crescer por toda a vida a densidade sacramental da sua união pela vivência cotidiana do amor conjugal.
Por que o matrimônio é um sacramento?
Helio e Selma Amorim
MFC/RJ
O matrimônio pode ser um sacramento divino, se há, de fato, uma forte referência a Deus. Como nos demais sacramentos, há uma matéria prima indispensável: o amor entre um homem e uma mulher que, numa perspectiva de fé, tomam o amor de Deus por nós como modelo para o seu amor. Os que assim se unem conheceram como o Deus da Bíblia nos ama: amor gratuito e fiel, amor-doação-serviço comprometido com a nossa humanização, que respeita a nossa originalidade, e aceita nossas limitações, que não domina, antes nos liberta, que não manipula e sufoca, antes nos promove e ajuda a caminhar, um amor capaz de levar a dar a vida por nós.
Então percebem que a sua união, fundada no amor, é um sinal ou reflexo ainda que pouco luminoso do amor de Deus. Estão dispostos a viver esse amor numa profunda relação inter-pessoal, dialogal, de revelação mútua, mutuamente comprometidos com a realização das potencialidades do outro, que se expresse em atos concretos e gestos simbólicos. Nunca fechado em si mesmo, mas aberto ao mundo e comprometido com a justiça e a humanização da história humana, nela intervindo, como Deus sempre o fez, em favor nos mais fracos. Estão prontos, então, a proclamar que a sua união é um sacramento divino. Para isso, convidarão a comunidade cristã, seus parentes e amigos, aos quais anunciarão a sua união e pedirão apoio para vivê-la nessa dimensão sacramental.
Esse é o sentido da celebração religiosa do casamento que inaugura uma nova família cristã. A comunidade presente, consciente do que está sendo celebrado, responderá ao pedido do casal, comprometendo-se a ajudá-lo na concretização da sua disposição de se amarem sempre como Deus nos ama. O sacerdote que, em nome da comunidade preside a celebração, reconhece e proclama, então, que essa união é um sacramento divino, cujos ministros são, na verdade, os que se casam. Porque, de fato, somente eles são capazes de dar à sua união essa dimensão sacramental. Este ritual tão emocionante e a vivência do casal serão os sinais sensíveis desse sacramento. A Graça que tornará esse sinal eficaz será derramada por Deus sobre o casal e sobre todos aqueles que assumiram o compromisso de ajudá-lo a viver a sua união como sacramento.
Entretanto, há graus de sacramentalidade matrimonial. Se a dimensão sacramental decorre da qualidade e profundidade do amor que une o casal, quanto mais se amam, mais se assemelhará o seu amor ao amor de Deus, portanto, mais nítida e real será a sua sacramentalidade. Na vivência do casal, ao longo de sua vida conjugal, haverá tempos de maior e tempos ou momentos de menor densidade sacramental.
Essa compreensão do sacramento representa um desafio evidente. Quer dizer que o sacramento não é um selo de garantia ou marca indelével e definitiva gravada numa linda celebração. Aquele não foi um ato mágico, que transformou em sacramento o que antes não era. Na verdade, a sacramentalidade nasceu no momento em que os dois reconheceram a semelhança do seu amor com o amor de Deus e o assumiram como tal. A celebração foi o anúncio e o pacto estabelecido com a comunidade cristã. Tampouco ficou definido, naquele momento, o grau de sacramentalidade da sua união. Talvez fosse apenas incipiente e ainda débil essa dimensão sacramental, diante do imenso potencial de crescimento e amadurecimento do amor dos dois.
Assim, todos os gestos e ações que contribuem para o crescimento do amor, acrescentarão mais densidade sacramental à união conjugal. O carinho e gestos de ternura, o relacionamento sexual como expressão e celebração festiva do amor, a ajuda mútua, o reconhecimento das qualidades do outro, o incentivo à sua realização pessoal, o respeito à individualidade - tudo contribuirá para o crescimento do amor e, portanto, para a crescente densidade sacramental da união conjugal. Essa é a temática natural da preparação ao casamento.
Mas isto não se aprende num fim de semana...
O matrimônio pode ser um sacramento divino, se há, de fato, uma forte referência a Deus. Como nos demais sacramentos, há uma matéria prima indispensável: o amor entre um homem e uma mulher que, numa perspectiva de fé, tomam o amor de Deus por nós como modelo para o seu amor. Os que assim se unem conheceram como o Deus da Bíblia nos ama: amor gratuito e fiel, amor-doação-serviço comprometido com a nossa humanização, que respeita a nossa originalidade, e aceita nossas limitações, que não domina, antes nos liberta, que não manipula e sufoca, antes nos promove e ajuda a caminhar, um amor capaz de levar a dar a vida por nós.
Então percebem que a sua união, fundada no amor, é um sinal ou reflexo ainda que pouco luminoso do amor de Deus. Estão dispostos a viver esse amor numa profunda relação inter-pessoal, dialogal, de revelação mútua, mutuamente comprometidos com a realização das potencialidades do outro, que se expresse em atos concretos e gestos simbólicos. Nunca fechado em si mesmo, mas aberto ao mundo e comprometido com a justiça e a humanização da história humana, nela intervindo, como Deus sempre o fez, em favor nos mais fracos. Estão prontos, então, a proclamar que a sua união é um sacramento divino. Para isso, convidarão a comunidade cristã, seus parentes e amigos, aos quais anunciarão a sua união e pedirão apoio para vivê-la nessa dimensão sacramental.
Esse é o sentido da celebração religiosa do casamento que inaugura uma nova família cristã. A comunidade presente, consciente do que está sendo celebrado, responderá ao pedido do casal, comprometendo-se a ajudá-lo na concretização da sua disposição de se amarem sempre como Deus nos ama. O sacerdote que, em nome da comunidade preside a celebração, reconhece e proclama, então, que essa união é um sacramento divino, cujos ministros são, na verdade, os que se casam. Porque, de fato, somente eles são capazes de dar à sua união essa dimensão sacramental. Este ritual tão emocionante e a vivência do casal serão os sinais sensíveis desse sacramento. A Graça que tornará esse sinal eficaz será derramada por Deus sobre o casal e sobre todos aqueles que assumiram o compromisso de ajudá-lo a viver a sua união como sacramento.
Entretanto, há graus de sacramentalidade matrimonial. Se a dimensão sacramental decorre da qualidade e profundidade do amor que une o casal, quanto mais se amam, mais se assemelhará o seu amor ao amor de Deus, portanto, mais nítida e real será a sua sacramentalidade. Na vivência do casal, ao longo de sua vida conjugal, haverá tempos de maior e tempos ou momentos de menor densidade sacramental.
Essa compreensão do sacramento representa um desafio evidente. Quer dizer que o sacramento não é um selo de garantia ou marca indelével e definitiva gravada numa linda celebração. Aquele não foi um ato mágico, que transformou em sacramento o que antes não era. Na verdade, a sacramentalidade nasceu no momento em que os dois reconheceram a semelhança do seu amor com o amor de Deus e o assumiram como tal. A celebração foi o anúncio e o pacto estabelecido com a comunidade cristã. Tampouco ficou definido, naquele momento, o grau de sacramentalidade da sua união. Talvez fosse apenas incipiente e ainda débil essa dimensão sacramental, diante do imenso potencial de crescimento e amadurecimento do amor dos dois.
Assim, todos os gestos e ações que contribuem para o crescimento do amor, acrescentarão mais densidade sacramental à união conjugal. O carinho e gestos de ternura, o relacionamento sexual como expressão e celebração festiva do amor, a ajuda mútua, o reconhecimento das qualidades do outro, o incentivo à sua realização pessoal, o respeito à individualidade - tudo contribuirá para o crescimento do amor e, portanto, para a crescente densidade sacramental da união conjugal. Essa é a temática natural da preparação ao casamento.
Mas isto não se aprende num fim de semana...
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