segunda-feira, 10 de maio de 2010

A FORMAÇÃO DOS FUTUROS PADRES

MONS. DELFINO BARBOSA NETO
Reitor do Seminário Provincial de Maceió



A preparação para o sacerdócio foi e sempre será uma das preocupações de toda Igreja Católica. Os jovens, antes da ordenação sacerdotal, depois do Ensino Médio, passarão oito anos de formação e discernimento sobre a própria vocação. Entrar no Seminário não significa sair padre, pois “são muitos os chamados e poucos os escolhidos”.

A função do Seminário é ajudar os jovens a discernir e perceber se são aptos para o sacerdócio ministerial ou se não, por alguma conduta inapta a sua opção de vida consagrada de padre. Esses que entraram não caíram do céu, eles são tirados da sociedade em que vivemos. Ninguém tem impresso na testa se tem reta intenção ou caráter de vida, podemos até afirmar ser essa a tarefa mais difícil da formação. No entanto, o Seminário busca dar uma boa base cristã para que o jovem tenha um bom discernimento, seja para ser padre ou um bom pai de família, caso ele não tenha sinais visíveis de vocação para o ministério sacerdotal.

São quatro dimensões de avaliação para os candidatos ao sacerdócio ministerial: a humano-afetiva, a intelectual, a espiritual e a pastoral. Na formação humano-afetiva buscamos avaliar e motivar os jovens seminaristas na sua relação consigo mesmo e com os outros. Nesta dimensão são dadas orientações abertas e claras sobre a vida celibatária e sobre a dinâmica da sexualidade consagrada, informações que ajudarão os jovens a discernir se têm condições de abraçar a vida presbiteral. Cada jovem vem de uma realidade diferente e, se em uma casa de família, os pais têm dificuldades em conhecer bem seus filhos, é possível também que haja tais dificuldades num Seminário. No entanto, o Seminário busca promover uma formação humano-afetiva equilibrada e rejeita todo tipo de perversão sexual que venha a colocar em dúvida a vida do padre, enquanto um ungido do Senhor, que é sacramento ambulante e nos faz ver hoje, com seu testemunho de vida, o Cristo Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas. O Seminário, como uma instituição da Igreja Católica, segue princípios que não admitem para o ministério sacerdotal homens que não queiram nem tenham uma vida casta. A formação humana, dentro do equilíbrio, promove encontro das pessoas com Jesus Cristo na pessoa do padre.

Na formação Intelectual, esperamos promover um conhecimento profundo criando uma base filosófica aos nossos jovens seminaristas, para saberem dialogar de modo racional e acadêmico, tendo sempre como princípio a verdade e não as ideologias do mundo hodierno.

Na formação espiritual, aprofunda-se a relação com Deus, fonte e sentido de sua vocação, mediante a prática de vários exercícios espirituais. A última dimensão na formação do futuro padre é a pastoral, nesta os seminaristas vêem a realidade da vida em paróquia, encontram-se com grupos, movimentos e pessoas individualmente, fazem auto-avaliação de sua vocação numa comunidade de pessoas que têm virtudes, mas também limitações.

Os seminaristas são frutos das nossas orações pelas vocações, não são anjos, mas homens que estão no mundo, recebendo as influências do mundo, lutando para não se conformar com ele, mas lutando para transformá-lo. Vêm da família que encontramos na nossa sociedade, marcada por problemas, mas sempre animada pela fé em Deus que nos faz vencer todos os obstáculos da vida. Com esses escândalos é lógico que devemos estar mais atentos, para conhecer nossos jovens seminaristas. Esta é a vontade da Igreja católica e, principalmente, de nosso papa, ao qual devemos total obediência.

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