domingo, 20 de junho de 2010

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Neste 12º Domingo do Tempo Comum, somos desafiados, nesta Eucaristia, a confessar que Jesus é o Cristo de Deus. Nossa fé nos impele a derrubar toda barreira discriminatória e reconhecer que em Cristo somos um. Celebremos em comunhão com todos os refugiados, que buscam uma pátria acolhedora, e com todos os migrantes, que anseiam por melhores condições de vida.

12º Domingo do Tempo Comum
Cor Litúrgica: Verde
1ª Leitura: Zacarias 12, 10-11;13,1
Salmo: 62(63)
2ª Leitura Gálatas 3,26-29
Evangelho: Lucas 9,18-24

Evangelho - Tema: A AFIRMAÇÃO DE PEDRO
Certa vez Jesus estava sozinho, orando, e os discípulos chegaram perto dele. Então ele perguntou:
- Quem o povo diz que eu sou?
Eles responderam:
- Alguns dizem que o senhor é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é um dos profetas antigos que ressuscitou.
- E vocês? Quem vocês dizem que eu sou? - perguntou Jesus.
Pedro respondeu:
- O Messias que Deus enviou.
Então Jesus proibiu os discípulos de contarem isso a qualquer pessoa. E continuou:
- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.
Depois disse a todos:
- Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira.

Comentário do Evangelho: Transfiguração e no horto das Oliveiras
Este episódio sobre a identidade de Jesus, como em Marcos, é um elo de articulação para uma nova parte do Evangelho de Lucas. Daqui em diante serão feitas alusões aos sofrimentos de Jesus em Jerusalém, e será narrada a caminhada entre a Galileia e Jerusalém.

Lucas registra a oração de Jesus em momentos decisivos. Assim foi na sua opção pelo batismo de João, na escolha dos Doze, na transfiguração e no horto das Oliveiras. Várias eram as opiniões quanto à origem de Jesus. Para as opiniões emanadas da ideologia do poder dos chefes religiosos de Israel, um personagem que se evidencia só merece credibilidade se tiver origem nobre e grandiosa.

Contudo, pessoas identificadas com os anseios populares podem superar este controle ideológico. As identificações com João Batista, com Elias, ou com algum dos antigos profetas exprimem a expectativa de um líder popular libertador.

Entretanto, caberá a Pedro, próximo a Jesus, a interpretação equivocada, identificada com a ideologia do sistema religioso da sinagoga: Jesus é o messias ("cristo") davídico, escolhido por Deus. Está implícita aqui a ideologia da aliança eterna de Deus com a casa de Davi (cf. profecia de Natã, 2Sm 7).

Em decorrência segue-se a severa repreensão aos discípulos. A narrativa destina-se amplamente às novas comunidades a fim de que não se atrelassem à ideologia messiânica de poder, opressora e conservadora, da sinagoga.

No momento da redação do Evangelho de Lucas o Templo já havia sido destruído. Na segunda parte do texto temos o "primeiro anúncio da paixão", seguindo-se mais outros dois (9,43-44; 18,31-33), sobre o sofrimento, morte e ressurreição de Jesus.

Pode-se perceber que estes três anúncios têm origem em tradições das comunidades primitivas oriundas do Judaísmo, com a interpretação sacrifical da morte de Jesus. Teriam, então, origem em advertências feitas por Jesus sobre a ameaça de morte que pairava sobre ele, uma vez que os chefes religiosos das sinagogas e do Templo já estavam planejando esta morte.

Zacarias destaca a inclusão da casa de Davi e de Jerusalém no derrame, sobre todos os povos, do espírito de perdão e misericórdia (primeira leitura). A universalidade da fé e da filiação divina é atestada por Paulo (segunda leitura), na adesão à fé de Abraão, um arameu, de cuja descendência, segundo a tradição bíblica, originam-se Israel e diversos outros povos da região.

Oração
Espírito do Messias solidário e servidor, não me deixes nutrir esperanças vãs de um messianismo glorioso e mundano, que não corresponde à opção do Senhor Jesus.

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