terça-feira, 12 de outubro de 2010

A CRIANÇA E A FAMÍLIA

Josué de Castro
Médico, Professor e Escritor

O Cristianismo consagra a família com sublimes e fecundas vivências. A família é secular e universalmente distinta na sociedade, constituindo base emocional na formação da personalidade com o relacionamento psicodinâmico que se desenvolve entre pais e filhos. É um relacionamento com fortes sentimentos, e conflitos de liberdade, dependência e liderança. Começando pelo casal com influências sócio-culturais e espirituais. Os filhos devem estar preparados para o enfrentamento das malversações sociais, com estrutura psíquica sólida obtida através da educação e da origem genética saudável.

Froebel, educador alemão ensinava a criança como uma flor, que floresce melhor quando cuidada por um jardineiro dedicado. Preconizava recreação livre com excursão pelos campos, estudo da natureza e trabalhos manuais. Lauretta Bender, pioneira na Psiquiatria Infantil considerava um ambiente permissivo, advertindo que a completa liderança para liberar sentimentos e impulsos determinaria a desintegração do caráter. A escola inglesa Summerhill (Neill) afirma que a permissividade incontrolável dirigia os jovens para o ócio e as drogas, impedindo os estudos e a formação intelectual. A criança onisciente e onipotente, que sabe tudo e contesta o processo educativo, apresenta constantes erros por ignorância. Países adiantados estão criando o Ministério da Juventude, para em consonância com a família, praticarem uma educação lógica assegurando estabilidade social e emocional dirigidas à capacitação profissional. Os filhos formam um elo indestrutível com os pais. Os sentimentos desenvolvem uma relação infinita e insubstituível.

As terapias das crianças devem se constituir jogos, recreação, arte e diálogo. Ou seja, ludismo, arteterapia, meloterapia e logoterapia, solidariedade e segurança dos pais e da família, o que é mais importante. Os filhos do divórcio alcançam índices maiores de desordens psicossociais. O conflito parental é grave. Desunião, agressão e alienação dos pais separados tem consequências jurídicas. Crianças e jovens assassinos na Escola é omissão e responsabilidade da família.

Advinda da protetora vida uterina com condições especiais de alimentação e defesas imunológicas, a adaptação imediata ao estranho universo que se apresenta ao recém-nascido é sempre um enigma. O trauma do nascimento, segundo a psicanálise. As necessidades psicológicas são evidentes.

Pais que acompanham e orientam os filhos a seguirem seus próprios caminhos oferecem um progresso na vida infantil e adolescência, consolidando a personalidade. Crianças cujos pais não se conscientizam do dever educá-las com dedicação, terminam apresentando sintomas variados. A valorização da família, instituição fundamental da sociedade, se constitui uma tradição nossa. Não será o falso modernismo, a título de uma renovação educacional e social, que invalide o pensamento clássico. A convivência entre pais e filhos é repleta de afetividade desenvolvendo um laço de estima consistente e interminável. O adolescente caminhando para a vida adulta deve conviver inclitamente com os pais no lar, formando sua própria família.

A vida escolar, a adolescência e inicio da maturidade requerem atenções distintas. A compreensão deve orientar logicamente e racionalmente pais e os professores. A escola é básica e fundamental para existência inteligente e harmônica. As experiências emocionais cognitivas de Jean Piaget estão relacionadas com vivências educacionais e sociais. Educação não compreende improvisação. Educamos nossos filhos para a vida, para um mundo letal. E finalmente.

A criança é o pai do homem, pois precedendo o adulto, este depende de sua evolução e formação. Por que as crianças olham para o céu? Porque são criaturas de Deus, vieram de Deus e para Ele irão. O Dia da Criança, todos os dias do ano. A criança, a família e Deus.

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