domingo, 9 de janeiro de 2011

LITÚRGIA DA MISSA DO BATISMO DO SENHOR

Hoje concluímos o ciclo do Natal e lembramos nossos compromissos de batizados. Portanto, devemos lembrar que Jesus é o servo fiel e o Filho amado do Pai. Com Jesus nos fazemos servos do Senhor a serviço da comunidade e responsáveis por construir uma sociedade justa, pois a pratica da caridade e da justiça será nosso diferencial diante de Deus. Assim, neste Domingo somos todos bem-vindos à celebração do Batismo de Jesus. Ao ser batizado, ele é proclamado Filho querido e amado de Deus e assume publicamente a missão recebida do Pai. A páscoa de Cristo se revela em todos os batizados conscientes da missão que receberam de Deus.

Batismo do Senhor
1ª Leitura: Isaías 42,1-4.6-7
Salmo: 28
2ª Leitura: Atos dos Apóstolos 10, 34-38
Evangelho: Mateus 3, 13-17
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EVANGELHO - Mateus 3,13-17
Naqueles dias, Jesus foi da Galiléia até o rio Jordão a fim de ser batizado por João Batista. Mas João tentou convencê-lo a mudar de idéia, dizendo assim:

- Eu é que preciso ser batizado por você, e você está querendo que eu o batize?
Mas Jesus respondeu:

- Deixe que seja assim agora, pois é dessa maneira que faremos tudo o que Deus quer.

E João concordou.

Logo que foi batizado, Jesus saiu da água. O céu se abriu, e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre ele. E do céu veio uma voz, que disse:

- Este é o meu Filho querido, que me dá muita alegria!

Palavra da Salvação – Glória a vós, Senhor.

HOMILIA PROF. DIÁCONO MIGUEL A. TEODORO
Com toda clareza, constata-se nos quatro evangelhos que o ministério de Jesus tem início a partir do seu batismo por João Batista. Evidencia-se assim a importância de João Batista no projeto de Deus, ao assumir em plenitude sua humanidade a partir da encarnação de Cristo.

Lucas realça essa importância quando, em seu evangelho, faz um paralelo entre o anúncio da concepção e nascimento de João Batista e de Jesus. Jesus, reconhecendo a autenticidade do anúncio de João Batista, abandona sua rotina de vida em Nazaré da Galiléia e vai ao encontro de João na região do além-Jordão para receber o batismo.

Mateus também ressalta o encontro de Jesus e João. Porém, em outras palavras, o evangelista quer nos mostrar que Jesus é o Servo fiel e o Filho amado do Pai.

A partir desse encontro, começa a formar seu próprio discipulado dentre os discípulos de João para, a seguir, iniciar o próprio ministério, assumindo elementos do anúncio de João Batista. O batismo de João é mencionado onze vezes no Segundo Testamento, sempre com acento no seu caráter de fundamento ao ministério de Jesus.

Os evangelhos citam que mesmo Jesus, quando questionado pelas autoridades do Templo, dá a entender que o batismo de João é do céu.

Em Atos dos Apóstolos, no momento da escolha do sucessor de Judas, Pedro estabelece o critério básico para ser apóstolo: "É necessário, pois, que, dentre estes homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio, a começar do batismo de João até o dia em que foi arrancado dentre nós, um destes se torne conosco testemunha da sua ressurreição" (At 1,21-22). Também em sua fala, em casa de Cornélio, Pedro faz alusão ao começo do ministério de Jesus na Galiléia depois de ser batizado por João, conforme se lê em At 10,37-38.

Vejam: João Batista anunciava a conversão à prática da justiça como caminho para remover o pecado do mundo. A aspiração a uma realidade de justiça e paz já está presente em alguns textos do Primeiro Testamento, quando o povo vivia oprimido e explorado primeiro pelas cortes reais e, depois, pelas elites religiosas sediadas no Templo de Jerusalém.

No texto do "servo" de Isaías, conforme lemos na primeira leitura, encontramos o sonho de consolidação do direito e da justiça. Ao pedir o batismo de João, Jesus diz que "é assim que devemos cumprir toda a justiça!".

Depois de ser batizado, o seu gesto é confirmado pelo Espírito Santo e pelo Pai, com a proclamação: "Este é o meu Filho amado; nele está meu pleno agrado". Jesus, assumindo e renovando a mensagem de João Batista, declara a conversão com a prática efetiva da justiça como vontade do Pai e como bem-aventurança pela qual se entra em comunhão de vida eterna com Deus.

Posteriormente, Pedro, fiel ao Mestre, afirma, ainda em casa de Cornélio: "Estou compreendendo que Deus não faz discriminação entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença".

Esta é a verdadeira perspectiva universalista, em que todo aquele que se empenha na luta pela justiça, cultivando a vida, é agradável a Deus e entra em comunhão com ele, em qualqer época, povo ou nação.

ORAÇÃO
Pai ensina-me a cumprir toda a justiça, a exemplo de Jesus, fazendo-me solidário com quem se afastou de ti e precisa novamente encontrar-te.

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