domingo, 13 de fevereiro de 2011

LITÚRGIA DO 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Neste 6º Domingo do Tempo Comum somos convidados por Jesus a fazer escolhas: diante de nós estão a vida e a morte, a felicidade e a infelicidade. Iluminados pelo Espírito, que possamos alcançar a sabedoria para aprendemos a viver novas formas de nos relacionar com os outros e de colaborar para a concretização do Reino de Deus, pois a sabedoria provinda do Espírito de Deus é imensa e nos ajuda a discernir entre o bem e o mal e a fazer a vontade do Pai que está nos céus. Nossas escolhas nos levarão a arcar com as consequências. Sejamos sábios nos permitindo conduzir pela sabedoria de Deus, e não pela sabedoria dos poderosos que se fundamentam no legalismo e no farisaísmo que geram situações de morte.

6º Domingo do Tempo Comum
1ª Leitura: Livro do Eclesiásticos 15, 16-21
Salmo: 118
2ª Leitura: Leitura do Livro da 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios 2, 6-10
Evangelho: Mateus 5, 17-37

EVANGELHO - Mateus 5,17-37
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos Profetas. Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: enquanto o céu e a terra durarem, nada será tirado da Lei - nem a menor letra, nem qualquer acento. E assim será até o fim de todas as coisas. Portanto, qualquer um que desobedecer ao menor mandamento e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem obedecer à Lei e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado grande no Reino do Céu. Pois eu afirmo a vocês que só entrarão no Reino do Céu se forem mais fiéis em fazer a vontade de Deus do que os mestres da Lei e os fariseus.

- Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: "Não mate. Quem matar será julgado." Mas eu lhes digo que qualquer um que ficar com raiva do seu irmão será julgado. Quem disser ao seu irmão: "Você não vale nada" será julgado pelo tribunal. E quem chamar o seu irmão de idiota estará em perigo de ir para o fogo do inferno. Portanto, se você estiver oferecendo no altar a sua oferta a Deus e lembrar que o seu irmão tem alguma queixa contra você, deixe a sua oferta ali, na frente do altar, e vá logo fazer as pazes com o seu irmão. Depois volte e ofereça a sua oferta a Deus.

- Se alguém fizer uma acusação contra você e levá-lo ao tribunal, entre em acordo com essa pessoa enquanto ainda é tempo, antes de chegarem lá. Porque, depois de chegarem ao tribunal, você será entregue ao juiz, o juiz o entregará ao carcereiro, e você será jogado na cadeia. Eu afirmo a você que isto é verdade: você não sairá dali enquanto não pagar a multa toda.

- Vocês ouviram o que foi dito: "Não cometa adultério." Mas eu lhes digo: quem olhar para uma mulher e desejar possuí-la já cometeu adultério no seu coração. Portanto, se o seu olho direito faz com que você peque, arranque-o e jogue-o fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ser atirado no inferno. Se a sua mão direita faz com que você peque, corte-a e jogue-a fora. Pois é melhor perder uma parte do seu corpo do que o corpo inteiro ir para o inferno.

- Foi dito também: "Quem mandar a sua esposa embora deverá dar a ela um documento de divórcio." Mas eu lhes digo: todo homem que mandar a sua esposa embora, a não ser em caso de adultério, será culpado de fazer com que ela se torne adúltera, se ela casar de novo. E o homem que casar com ela também cometerá adultério.

- Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: "Não quebre a sua promessa, mas cumpra o que você jurou ao Senhor que ia fazer." Mas eu lhes digo: não jurem de jeito nenhum. Não jurem pelo céu, pois é o trono de Deus; nem pela terra, pois é o estrado onde ele descansa os seus pés; nem por Jerusalém, pois é a cidade do grande Rei. Não jurem nem mesmo pela sua cabeça, pois vocês não podem fazer com que um só fio dos seus cabelos fique branco ou preto. Que o "sim" de vocês seja sim, e o "não", não, pois qualquer coisa a mais que disserem vem do Maligno.

Palavra da Salvação – Glória a vós, Senhor.

HOMILIA PROF. DIÁCONO MIGUEL A. TEODORO
Mateus, no seu evangelho, apresenta às suas comunidades oriundas do judaísmo Jesus como sendo aquele que vem atender às expectativas suscitadas pelo Primeiro Testamento. Contudo, conforme vimos no 4º domingo do Tempo Comum, com a proclamação das bem-aventuranças, Jesus transmite seus novos mandamentos, e afirma que quem viver estas bem-aventuranças é grande no Reino dos Céus.

Jesus não pretende reformar o complexo doutrinal do judaísmo, mas vem revelar que qualquer doutrina ou lei só tem sentido se contribuir para o desabrochar da vida. Ele não propõe uma doutrina, mas ensina a prática restauradora da vida. Logo de inicio, no Sermão da Montanha, Jesus faz seis contraposições entre o que foi dito aos antigos, isto é, a doutrina do Primeiro Testamento, e o seu anúncio da novidade do Reino dos Céus.

No evangelho de hoje temos quatro destas contraposições. A primeira contraposição é entre o antigo mandamento: "não matarás", e a nova prática de Jesus que descarta mesmo qualquer ofensa, ódio, ou difamação ao irmão, com o empenho em reconciliar-se com ele, caso haja qualquer desavença.

A segunda contraposição acontece entre o mandamento: "não cometerás adultério", e um novo comportamento em que o próprio desejo do adultério não crie raízes no coração.

Em seguida temos a contraposição entre o direito de o homem despedir sua mulher, respaldado pela Lei de Moisés, e a remoção deste direito, pois o homem que assim fizer torna-se responsável caso a mulher se torne adúltera.

Finalmente, a quarta contraposição é feita entre os antigos mandamentos de "não jurar falso" e "cumprir os juramentos feitos ao Senhor", e a rejeição de qualquer forma de juramento.

Cabe a cada um assumir com responsabilidade seus atos, agindo de maneira coerente, refletida, e consequente, decidindo-se, simplesmente, pelo sim ou pelo não, pois Deus respeita as nossas escolhas e, por isso, cada um tem a liberdade de escolher entre o bem e o mal, porém, teremos que nos conscientizar que nossas escolhas estarão sob a égide do julgamento de Deus, cuja justiça não falha. Que nossos atos, gestos, ações e palavras não nos conduzam ao legalismo e farisaísmo que nos afastam de Deus.

ORAÇÃO
Pai, guiado pelos ensinamentos de Jesus, revela-me teu querer divino, livrando-me de dar-me por satisfeito com a observância superficial dos teus mandamentos.

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