Neste Domingo, aprendemos que os mandamentos de Deus propõem vida e infinitas bênçãos para todos os que os seguem; e, ao escutarmos Jesus, conforme o evangelho que hoje nos é apresentado por Mateus, aprendemos a construir nossas vidas sobre alicerces sólidos. Nesse sentido, devemos viver o cristianismo não como obrigação, mas como graça especial. Assim, somos chamados a fazer a opção pela bênção e pela vida, cumprindo a vontade do Pai. Deste modo, Jesus nos mostra que não basta dizer que temos fé, ou que simplesmente vamos à Igreja aos domingos, como se isso fosse demonstração de fé. Não! O nosso sentimento de fé deve ser traduzido em ações práticas e concretas no cotidiano de nossas vidas. Nossa fé deve nos conduzir a construir nossas vidas sobre o alicerce sólido da Palavra de Deus. Movidos pela fé, alimentada pela graça de Deus poderemos, com certeza, chamar a Deus de “Senhor”.
9º Domingo do Tempo Comum
1ª Leitura: Livro do Deuteronômio 11,18.26-28.32
Salmo: 30
2ª Leitura: 1ª Carta de São Paulo aos Romanos 3,21-25.28
Evangelho: Mateus 7, 21-27
EVANGELHO - Mateus 7,21-27
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor entrará no reino dos céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Naquele dia, muitos vão me dizer: Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres? Então eu lhe direi publicamente: Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal.
Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve esta minhas palavras e não as põe em prática é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!
Palavra da Salvação – Glória a vós, Senhor.
HOMILIA PROF. DIÁCONO MIGUEL A. TEODORO
Estamos encerrando o primeiro ciclo de semanas do Tempo Comum. Fazemos uma pausa neste tempo, pois entraremos no Tempo Quaresmal. Nesse sentido, o que se pode concluir dessa primeira parte do Tempo Comum? Vejamos:
Nas semanas anteriores fomos de diversas maneiras, exortados a viver de acordo com as orientações de Jesus. Procurem se lembrar: desde o dia 09 de janeiro de 2011, quando celebramos o Batismo de Jesus, a Palavra de Deus vem nos orientando para que façamos, conscientemente, a verdadeira opção por Jesus e pelo Reino por Ele inaugurado.
Observem que, na festa do Batismo, Jesus assumiu a missão recebida do Pai. Missão que Ele próprio nos revela e que também nos é atribuída; No segundo Domingo do Tempo Comum fomos instruídos, juntamente com o testemunho de João Batista, a proclamar que Jesus é o Filho de Deus, e que sobre Ele repousou o Espírito Santo do Pai e, assim, devemos afirma que Ele é aquele que era esperado: o Emanuel. Deus-conosco; no terceiro Domingo, aprendemos que Jesus é a luz da humanidade e, como Ele é a Palavra iluminadora de Deus, apresentada a nós, fez de nós Luz para iluminar as trevas de nossas comunidades; no quarto Domingo, Jesus nos denominou de Bem Aventurados e nos chamou de filhos e filhas de Deus; no quinto Domingo, para nos tornarmos símbolos do compromisso cristão, fomos convocados pelo Mestre Jesus a sermos Sal e Luz para que pudéssemos nos tornar verdadeiros agentes de transformação da realidade que nos cerca; no sexto Domingo, fomos convidados a fazer uma escolha entre a vida e a morte. Aprendemos a viver novas formas de nos relacionar com os outros e de colaborar para a concretização do Reino de Deus; no sétimo Domingo, embora vivamos numa realidade marca pela vingança e violência, a Palavra de Deus nos ensinou o que devemos fazer para amar a todos de igual modo; e, no Domingo anterior, Jesus nos ensinou que, mesmo diante das facilidades que o mundo nos oferece, não devemos nos entregar às preocupações do mundo, mas devemos, sobretudo, buscar em primeiro lugar o Reino de Deus.
Porém, hoje, neste Domingo, o nono do Tempo comum, onde encerramos o primeiro ciclo deste tempo, aprendemos que os mandamentos de Deus propõem vida e infinitas bênçãos para todos os que os seguem; e, ao escutarmos Jesus, conforme o evangelho que nos é apresentado por Mateus, aprendemos a construir nossas vidas sobre alicerces sólidos.
Nesse sentido, devemos vivenciar o cristianismo não como obrigação, mas como graça especial que Deus, nosso Pai, nos concede. Assim, somos chamados a fazer a opção pela bênção e pela vida, cumprindo a vontade do Pai. Deste modo, Jesus nos mostra que não basta dizer que temos fé, ou que simplesmente vamos à Igreja aos domingos, como se isso fosse demonstração de fé. Não! O nosso sentimento de fé deve ser traduzido em ações práticas e concretas no cotidiano de nossas vidas. Nossa fé deve nos conduzir a construir nossas vidas sobre o alicerce sólido da Palavra de Deus. Movidos pela fé, alimentada pela graça de Deus poderemos, com certeza, chamar a Deus de “Senhor”.
Para que possamos ter o direito de chamar a Deus de Senhor, antes porém, é preciso que assumamos, como cristãos, o compromisso como o Reino de Justiça que nos é proposto. Isso exige compreensão, Mas não deve ficar por aí. Da compreensão com a cabeça, a luta pela justiça, pela solidariedade e pela fraternidade deve passar para as mãos e os pés, isto é, nosso compromisso deve transformar-se em ação prática, que produz efeitos e transforma a realidade em que vivemos.
Não adianta ficarmos rezando apenas com palavras e confortavelmente protegidos dentro de quatro paredes, ou usando o santo nome de Deus e de Jesus para remendar situações provocadas pela injustiça, ou meios para justificar-se para com Deus, com a finalidade de esconder seus feitos, suas práticas e suas ações injustas. Não adianta tentar fazer média com Deus. Devemos compreender com a nossa inteligência que não é possível enganar a Deus, pois Ele não é como os homens.
Deus não quer que tenhamos essa forma de ação. Não. Ele quer que nossa oração nos leve à prática da justiça, ou, melhor ainda, Deus quer que aprendamos a rezar através da ação que transforma a realidade, criando um Reino onde prevaleça a justiça que Ele quer. Cada um de nós seremos julgados. Não pelo o que cremos ou dissemos, mas por aquilo que de fato fazemos.
Ouvindo ou lendo tudo isso, podemos ficar admirados ou assustados. No entanto, uma coisa é certa: neste domingo nós aprendemos com Jesus que primeiro devemos vivenciar e praticar, para depois explicar e ensinar, pois o verdadeiro anúncio nasce da ação prática que cada membro da comunidade realiza em nome de Jesus.
ORAÇÃO
Senhor, faça de mim um cristão autêntico. Mas que eu seja um cristão que saiba ouvir mais para praticar mais o que me pede a sua santa Palavra. Amém.
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