Suzy Maurício
Psicóloga
Segundo Winnicott, a hierarquia fraternal poderia ser dividida em: primogênito, filho do meio, caçula, gêmeo e filho único. Educar um filho único está longe de ser o bicho de sete cabeças que afirmam alguns pais.
Comumente atribui-se aos filhos únicos as características de egoístas, mimados, centralizadores, birrentos, que não sabem dividir, etc. Este comportamento ocorrerá, aos únicos ou com outros irmãos, vai depender da educação dada pela família, suas permissividades e ausências de limites. Na verdade, todos somos seres únicos.
Na ausência de irmãos, a família propiciará o convívio com primos, amigos, outras crianças. Os únicos aprenderão que são um a mais no universo de muitas crianças, no mundo e ao redor de si. No convívio com outras crianças na escola, no clube, em casa, no social, com seus animais de estimação, exercitarão o dividir: atenção, carinho e cuidados. As famílias modernas estão optando por menos filhos no casamento.
O bom desenvolvimento de uma criança não está diretamente relacionado a ter irmãos ou não tê-los. Há algumas famílias com 6 filhos, por exemplo, em que a mãe privilegia 2 – afetiva e materialmente- em detrimento aos demais, que crescem infelizes e solitários, afastando-se da relação intrafamiliar. Importante é que pais e mães construam com seus filhos uma relação de amor ÚNICA, tendo um, dois, três, ou mais filhos. Todos com limites e regras.
Superproteção, transformar filhos em reizinhos, ávidos por todos os brinquedos (sem valorizar nenhum) que os olhos alcacem (os pais alimentam isso, dando tudo que pedem), depositar no filho(a) os sonhos que não realizou, transformá-lo em ‘o melhor’ em tudo, é um comportamento de alguns pais, com filhos únicos ou não.
Acabemos com o (pre)conceito de filho único, somos todos únicos em nossas relações com os pais e os demais. A grande dificuldade talvez esteja em nós, no modo como educamos nossos filhos.
Fonte: http://suzymauricio.blogsdagazetaweb.com
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