domingo, 8 de janeiro de 2012

LITURGIA DA EPIFANIA DO SENHOR - 08/01/2012




“SEJAMOS ESTRELA A GUIAR OS IRMÃOS ATÉ JESUS!
Jesus é a Luz para os que estão nas trevas. Quem O acolhe, transforma-se em luz, em estrela que atrai outros e os guia até Jesus para que O adorem e O tenham como seu Deus e Guia. E esses novos iluminados se fazem também novas estrelas a guiar outros irmãos até Jesus! Que a Eucaristia nos ilumine e nos faça sempre mais estrela-guia até Jesus!

EPIFANIA DO SENHOR
1ª Leitura: Is 60,1-6
Salmo Responsorial:  71
2ª Leitura: Ef 3,2-3a.5-6
Evangelho: Mt 2,1-12

EVANGELHO
MATEUS 2,1-12
1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.

3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém.

4Reunindo todos os sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer.

5Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta:

6E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.

7Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”.

9Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino.

10Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande.

11Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.

12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.

— Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

HOMILIA
Padre Queiroz

EPIFANIA - VIEMOS DO ORIENTE ADORAR O REI.

Hoje celebramos com alegria a solenidade da Epifania do Senhor, palavra que significa manifestação. Os magos tinham cores diferentes, representando todos os povos. Um era branco, outro negro e o terceiro pardo. Aquela criança que nasceu tão humilde numa gruta é o rei não só de Israel, mas de todas as nações.

Os presentes oferecidos à criança são uma retribuição pelo grande presente que a humanidade recebeu: a redenção. Eles têm também sentido simbólico, indicando as características daquela criança:

1) O ouro é o rei dos metais; Jesus é o rei dos reis. Oferecer ouro a Jesus é reconhecê-lo como o Senhor da nossa vida. Somos de Deus. “Eu te chamo pelo nome, tu és meu” (Is 43,1).

2) O incenso é usado para o culto a Deus; Jesus é Deus. Oferecer-lhe incenso é reconhecer a sua divindade. Os magos voltaram felizes, porque têm agora onde adorar. “Onde está o teu tesouro aí está o teu coração” (Mt 6,21).

3) A mirra é uma resina que tem duas propriedades: perfumar e evitar o apodrecimento. Por isso untavam os defuntos com essa resina. Indica que Jesus vai terminar sua vida terrena sendo assassinado, mas este não será o seu fim. Nenhum sofrimento é o fim. Unido com Jesus, todo sofrimento torna-se um trampolim. Nós também queremos dar presentes a Jesus.

“Retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.” Deus protege seus filhos e filhas, e lhes indica outro caminho, se necessário. “Não perdereis um só fio de cabelo.”

“Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado.” Jesus veio transformar; quem está preso ao mal e não quer ser transformado, persegue Jesus ou seus discípulos. A Comunidade cristã é a continuação de Jesus na terra. Ela tem a mesma missão e também a mesma sorte dele; uns a acolhem, outros perseguem. “Vede, eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10,16).

O nosso testemunho produz dois efeitos contrários, como aconteceu com a notícia do nascimento de Jesus: uns se alegram e outros se inquietam. A presença do Reino de Deus alegra os que amam a verdade e suscita ódio aos que vivem na mentira. “Teus filhos vem de longe...” (Is 60,1-6). O Reino de Deus representa uma ameaça aos que se opõem a ele. Desses a estrela se esconde.

A viagem da vida tem uma estrela que nos guia. E nós também somos chamados a ser estrelas, indicando às pessoas onde está Cristo. “Vós sois a luz do mundo”. Nós agradecemos a Deus todas as pessoas que ele mandou para nos indicar o caminho dele e da santa Igreja: nossos pais, nossa catequista, o pároco, a avó... E queremos ir em frente, fazendo o mesmo.

Certa vez, um pai e seu filho de onze anos foram pescar em um lago. A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.

Veio a noite e, de repente, a vara do garoto se envergou, indicando que havia algo enorme no anzol. O pai olhava com admiração, enquanto o filho, habilmente, erguia o peixe da água. Era o maior peixe que ele já tinha visto.

Sua pesca, porém, só era permitida na temporada. O pai e o filho olhavam para o peixe bonito, suas guelras para trás e para frente.

O pai então acendeu um fósforo e olhou para o relógio: pouco mais de vinte e duas horas. Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.

Disse ao menino: “Você tem de devolvê-lo, filho! Vai aparecer outro”. “Mas não tão grande quanto este”, disse a criança, choramingando.

O garoto olhou à volta do lago, não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente a olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, pelo tom de voz do pai, ele sabia que a decisão era inegociável. Devagarinho tirou o anzol da boca do peixe e o devolveu à água. O peixe movimentou-se rapidamente e desapareceu.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje o garoto é um arquiteto bem sucedido. Ele leva seus filhos para pescar no mesmo local. Sua intuição estava correta: nunca mais conseguiu pegar um peixe tão maravilhoso como o daquele dia. Entretanto, sempre vê o mesmo peixe, sempre que depara com uma questão ética. Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de certo ou errado. Agir corretamente quando se está sendo observado é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.

Essa conduta correta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o peixe à água. A ética é como uma moeda de ouro: tem valor em toda parte.

Epifania é manifestação de Cristo. A sociedade precisa conhecer a verdadeira face de Cristo: caminho, verdade, vida.

“Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe.”

Naturalmente, Maria mostrou o Menino Jesus a eles. E mostrou sorrindo, como fazem todas as mães, ao mostrar seu bebê para uma visita. Este foi o momento exato da Epifania, o momento em que o Filho de Deus é apresentado ao mundo, representado naqueles magos. E Maria foi o instrumento usado por Deus para realizar esta primeira Epifania. Ela não só gerou Jesus, mas o mostrou e manifestou ao mundo.

Várias vezes Maria Santíssima mostrou: na apresentação no Templo, nas Bodas de Caná, e o mostrou em muitos outros momentos, evidentemente.

Aí está uma virtude de Maria, que podemos imitar: apresentar Jesus, pois ele é o grande amigo que as pessoas poderiam ter, se déssemos uma mãozinha.

O mundo atual padece de uma doença terrível: a noite do espírito, ou a ausência de Deus. Maria fez, e continua fazendo, a parte dela. E nós?... Não é Deus que se ausenta, mas as pessoas que se ausentam dele. Imagine um satélite girando no espaço, e que perde o contato com o centro espacial. Ele fica girando sem rumo, até cair, ou se desintegrar no espaço. É o que acontece com quem anda desconectado de Deus. Muitos são Epifania de Cristo pela própria vida.

Viemos do Oriente adorar o Rei.

ORAÇÃO
Ó Deus, que hoje revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas, que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu. Amém!

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