domingo, 10 de junho de 2012

LITURGIA DO 10º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 10/06/2012

  


JESUS NÃO SE DEIXOU
VENCER PELO DEMÔNIO!
O Senhor nos chama ao seu serviço e unidos a Ele podemos colaborar na obra da criação, da transformação do mundo e da redenção. Assim, animados e fortalecidos pelo Espírito Santo, seguindo o exemplo de Jesus, deixemo-nos conduzir pela vontade do Pai. Guiados pela Palavra da Vida, sejamos construtores do Reino de Deus, lutando e procurando vencer as forças do mal.

10º Domingo Tempo Comum
1ª Leitura: Gn 3,9-15
Salmo Responsório:  129
2ª Leitura: 2Cor 4,13-18-5,1
Evangelho: Mc 3,20-35

EVANGELHO
MARCOS 3,20-35

Naquele tempo, 20Jesus voltou para casa com os seus discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. 21Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si.

22Os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios.

23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído.

27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno”.

30Jesus falou isso, porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”. 31Nisso chegaram sua mãe e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”. 33Ele respondeu:

“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

— Palavra da Salvação.

- Glória a vós, Senhor.

HOMILIA
VIDA CRISTÃ
Província Franciscana da
Imaculada Conceição do Brasil

“OS VERDADEIROS IRMÃOS
E OS ADVERSÁRIOS DE JESUS”

No evangelho de hoje, Mc apresenta a exigência da conversão, da opção pró ou contra Jesus. Tudo gira em redor da pergunta pela origem de seu “poder”: virá do demônio (1ª leitura) ou de Deus?

Esta questão é tratada por Mc num “sanduíche” literário. As fatias externas (3,20-21.31-35) são a tentativa dos parentes de Jesus para desviá-lo de sua pregação messiânica, sob alegação de que ele “está fora de si”, o que equivalia a dizer que ele estava possuído pelo demônio. Quanto à intervenção dos parentes, Jesus explica que sua verdadeira família não é a do sangue, mas a da fé operante: os que fazem a vontade do Pai (3,35). Ficamos chocados porque a mãe de Jesus está incluída entre os parentes. Mas isto acentua ainda mais a mensagem: a mãe de Jesus não tem prerrogativas por causa de seu parentesco carnal, mas por causa da fé (como Lc sugere numa duplicata do presente episódio: Lc 11,27-28).

A fatia central (3,22-30) é a acusação de que Jesus exorciza pelo poder de Beelzebul. A resposta de Jesus contém três elementos. 1) Quanto a seu ”poder”: este não vem do demônio, pois como poderiam o reino ou a casa do demônio ficarem em pé, se fossem divididos? Convite velado para entender que o poder de Jesus vem de Deus e é aquela misteriosa “autoridade” do Filho do Homem, que Mc já apontou na primeira atuação de Jesus (cf. 4º dom. T.C.). 2) Quanto à pessoa de Jesus, uma pequena parábola: se alguém quer arrombar uma casa (esta palavra a liga com a imagem anterior) deve primeiro amarrar o “forte” que está lá dentro. Portanto, aquele que consegue isso, é o “mais forte” título com o qual Jesus tinha sido anunciado pelo Batista (1,7) e imagem messiânica (cf. Is 49,24-25).3) Quanto aos escribas: eles se firmam no próprio pecado do demônio, o orgulho contra o Espírito de Deus. Mc (3,28-30) utiliza aqui uma palavra que aparece, provavelmente num contexto mais original, em Lc 12,10. Em Lc, significa que o que contraria o Filho do Homem (Jesus histórico) pode ser perdoado, mas não o que se faz contra o Espírito Santo, que auxilia os cristãos na perseguição (Lc 12,11-12; a apostasia). Em Mc, significa que tudo pode ser perdoado (por Jesus ou por Deus, cf. Mc 2,10.17), mas não o pecado contra o Espírito Santo, ou seja, a rejeição da força de Deus que se revela na atuação de Jesus, vencendo todo o mal.

A conclusão do conjunto (a segunda fatia do tema dos parentes), forma assim um contraste com a atitude dos escribas, a incredulidade levada a um extremo diabólico: unir-se a Jesus para fazer a vontade do Pai é pertencer à sua “casa”, comunidade de irmãos e irmãs.

A 2ª leitura é a continuação da de domingo passado. Paulo reconhece em Sl 116[115], o Espírito da fé se expressando (é escrito sob inspiração do Espírito):

“Creio, por isso falo”. Tendo este Espírito, Paulo fala: seu testemunho evangélico a respeito da Ressurreição de Cristo e nossa. Isso é o que o toma firme (2Cor 4, 16). Mesmo que agora estejamos na tribulação (vaso de barro!), este “pesar” é leve em comparação com o “peso” da glória (“glória”, kabod, significa “peso”), pois nós enxergamos o que não se vê! A morada em que estamos (a existência neste mundo) será desfeita, mas teremos uma que não é feita com mãos humanas (termos que Cristo usou para anunciar sua ressurreição, cf. Me 14,58).

O espírito global da presente liturgia é o da força de Cristo, em que devemos confiar, para que ela se manifeste em nós também.

ORAÇÃO
Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda.  Amém!

Editado por MFC ALAGOAS

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