OMIRÁ
N
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o dia 24 de setembro, à tarde, na Secretaria
de Saúde do Município de Maceió, tivemos mais uma reunião do Comitê da Saúde,
na qual estiveram presentes profissionais e autoridades envolvidas com os
problemas do sistema de saúde de nosso Estado de Alagoas. Temas importantes são
discutidos e ações são propostas ou encaminhadas, com o objetivo de uma melhor
qualificação dos serviços. O objetivo principal, ou um desses objetivos, é o
cidadão é atendido pelo Sistema Único de Saúde.
Daquela reunião participou, também, a
Vereadora Heloísa Helena, que levou em sua companhia a Senhora Arísia Barros,
professora, publicitária, escritora e ativista do movimento negro. Não a
conhecia, mas logo percebi tratar-se de uma mulher de fibra, autêntica,
lutadora, idealista e bem focada na causa que defende. Todo e qualquer
movimento precisa de gente assim, que lute por sua causa e seus direitos.
A reunião transcorria normalmente, com breves
e contundentes pronunciamentos, além de apartes e questões de ordem. Em dado
instante a Vereadora Heloísa Helena pediu a palavra, mais uma vez, como sempre,
para falar sobre a Professora Arísia, oportunidade em que solicitou um breve
espaço, para a mesma se pronunciasse.
Foi aí, que tomei conhecimento, pela primeira
vez, da palavra omirá, consequentemente, da Cartilha Omirá, que trata sobre
ciclos de vida e da saúde afro-brasileira, da gestação à infância. Nasceu então
a motivação para escrever estas linhas, como informação e conhecimento.
A Cartilha Omirá nasceu no Projeto Raízes de
Áfricas, coordenado pela Professora Arísia, que contou com a assessoria de
vários profissionais, todos qualificados no assunto.
Logo na introdução, ficamos sabendo sobre o
porquê e a importância da Cartilha, o que é corroborado com as colocações da
médica Jurema Pinto Werneck: “Saúde da População Negra é um conceito criado
para agrupar e destacar três aspectos dos processos de saúde e doença: - O
racismo, que influência direta e indiretamente as condições de vida e saúde, da
população negra, ou seja, atua como determinante e condicionante da saúde. – A
vulnerabilidade diferenciada desta população a determinados agravos ou doenças.
– O conhecimento e vivência das culturas e tradições afro-brasileiras, que
trazem visões de mundo específicas e modos de agir que influenciam visões e
práticas de saúde.”
Sei que a curiosidade do leitor, agora, é
saber o significado da palavra omirá, que na língua yoruba, quer dizer
liberdade.
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