CAIJUAR
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udo a seu tempo e no tempo certo. Com o
passar do tempo, pode se eternizar, tanto no aspecto físico ou apenas na
memória ou em ambas as situações. Noutras ocasiões pode passar e nada ficar.
Tais fatos acontecem não só com os seres humanos, mas, também, com as coisas
materiais.
Pois bem, entre os anos de 70 e 90 d.C. foi
construído e inaugurado o Amphhitheatrum Flavium, mundialmente conhecido como O
Coliseu, localizado no centro de Roma, na Itália, monumento em que, pela sua
grandeza, retratou o poder e esplendor de Roma na história antiga, na época dos
Flávios. Foi o acontecimento marcante de um momento e que ainda permanece
admirado no mundo atual, ao ponto de se transformar em uma das “Sete maravilhas
do mundo moderno”, em junho de 2007. Eu e Fátima tivemos o prazer e a alegria
de vê-lo, em Roma, e tocá-lo, quando em passeio pela Europa, com um grupo de
amigos. Foi um momento inesquecível.
No mês de outubro próximo passado, estive na
cidade de Arapiraca, realizando palestras para os estudantes do Curso de
Direito das Faculdades ali existentes, além de participar de reunião com os
colegas magistrados, promotores, defensores, advogados e servidores, com o
objetivo de aprimorar o funcionamento do sistema de justiça, na região do
agreste. Quando o veículo adentrou na via pública de acesso ao Fórum, no bairro
Caititus, na manhã de uma quinta-feira, como um raio, o meu espírito me
conduziu ao tempo passado, e eu fiquei a procurar o que havia construído, mas
nada encontrei.
Estou me reportando ao Centro de Atendimento
Infanto-Juvenil de Arapiraca, ou simplesmente CAIJUAR, que seria construído em
terreno de cinco mil novecentos e quinze metros quadrados, com uma área
construída de mil quinhentos e oitenta e oito metros quadrados, todo financiado
pelo Centro Brasileiro para Infância e Adolescência – CBIA. Conseguimos, à
época, os apoios da Prefeitura de Arapiraca e da Câmara Municipal, para doação
da área e aprovação da lei específica. A finalidade do CAIJUAR seria a de
atender e acolher a criança e o adolescente de Arapiraca e da região, em
situação irregular, frente ao ECA. O Centro de Atendimento abrigaria o Juizado
de Infância e da Juventude, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a
Delegacia de Menores, a Equipe Interprofissional, o Conselho Tutelar Municipal,
dispondo, ainda, de setor médico (primeiros socorros), lactário, berçário,
dormitórios, dispensa, refeitório, cozinha, celas, garagens, etc.
Com muito esforço conseguimos construir e
inaugurar um terço da obra planejada, em cujo local foi instalada a 1ª Vara da
Comarca de Arapiraca – Juizado da Infância e Juventude, com a infra-estrutura
necessária ao seu regular funcionamento. Atualmente nada mais existe do sonho
sonhado e realizado parcialmente, nem mesmo as ruínas. Tudo foi destruído.
Ainda tenho esperança de que alguém iluminado, fará alguma coisa pelas crianças
e adolescentes de Arapiraca e do agreste de Alagoas.
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