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mundo vai caminhando e por influência da
mídia, das revistas, os jovens vão querendo se auto afirmar. E também por serem
características próprias da idade. O cigarro e o álcool, apesar de todos os
seus efeitos negativos, sempre foram usados como símbolo do machismo, de
conquistas. As bebidas alcoólicas produzem no jovem dois efeitos, variáveis de
acordo com a quantidade ingerida e as características pessoais: estimulante e
depressor. Logo após a ingestão causa euforias, desinibição, facilidade para
falar, sensação de poder.
Depois
com a ingestão de mais álcool manifesta-se o segundo efeito: falta de
coordenação motora, descontrole, violência, sono, podendo até chegar ao estado
de coma. Daí o volumoso número de acidentes de motos e carros nos fim de semana
causando mortes em muitas famílias.
Os
hospitais estão cheios de fraturados e sofredores que saíram dos seus limites,
transformando suas vidas em um verdadeiro inferno e a de muita gente. O
alcoolismo atinge atualmente de 5% a 10% da população brasileira adulta. Mas os
índices de consumo mais preocupantes estão ligados ao público jovem. Os jovens
brasileiros estão começando a beber cada vez mais cedo: abaixo dos 14 anos.
Uma
pesquisa recente da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), apostou que 5
de jovens entre 14 e 17 anos bebem uma vez por semana, consumindo cinco ou mais
doses por vez; 24% bebem pelo menos uma vez por mês e 13% dos adolescentes
brasileiros possuem um padrão intenso de consumo antes dos 18 anos. Os bares
nos fins de semana de todas as cidades brasileiras estão sempre cheios de
jovens adolescentes. O jovem que começa muitas vezes com um ’cervejinha’ com os
amigos, sem se aperceber, daqui a pouco está sendo objeto de uma dependência
que irá preocupar. A adolescência é a ante-sala do amadurecimento, é o
verdadeiro prefácio do livro da vida. É a fase de irreverência e do protesto.
Cabe aos pais vigiá-los, orientá-los através do diálogo para que não se percam.
Assim,
está na hora da família olhar esse problema de frente. O dia-a-dia está banalizado
e tudo gera violência. A naturalidade com que muitos pais olham seu filho
bebendo sem controle e acham graça, permite que ele assim o faça tendo o aval
dos pais. O Brasil de hoje está difícil
de ser corrigido. Temos que ter uma
geração com um sentido de vida, de ética, de sensibilidade para que possamos
viver no futuro com paz e progresso.
MILTON HÊNIO
NETTO DE GOUVEIA, nascido em 06 de maio de 1937, na cidade de Maceió, no bairro
do Farol, no Parque Gonçalves Lêdo, onde até hoje mantém seu consultório
pediátrico.
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