terça-feira, 17 de setembro de 2013

ATÉ QUE PONTO SOU CRISTÃO?

Pe. Anacleto Ortigara, MS
Curitiba/PR
O
nde eu me encontro neste momento na minha caminhada de discípulo, de cristão, dentro da Comunidade? De que lado me vejo?

Lembrando que não é julgamento, nem exame de consciência. É simplesmente um momento para refletir sobre meu momento atual na caminhada de fé e de compromisso.

Onde me encontro... num lado... no outro lado... ou, às vezes, no meio.

Ao fazermos esta reflexão, vamos ouvir os dois lados da pergunta e, em seguida, cada um vai se colocar onde se acha neste momento da caminhada.... num lado... no outro lado.... ou no meio... Repetiremos isso para cada pergunta, mudando de lugar, de lado, de acordo com a reflexão e onde você se acha na caminhada. Faremos o deslocamento num espírito de oração, em silêncio, lentamente e com sinceridade. É uma reflexão individual e ninguém vai reparar quem se posiciona em que lugar. O importante é entrar em contato com sua realidade atual, neste momento na caminhada de fé e compromisso.

Não me interesso muito em aprender coisas novas, não participo dos momentos de formação...

Sinto-me vivo... atento... engajado com as pessoas e com a comunidade...

Todos somos chamados para sermos discípulos de Jesus, para seguir os exemplos dele dentro da nossa realidade atual. Já temos tudo que necessitamos para isso, a graça já foi concedida. Mas dentro de cada um de nós, ainda existem dons, talentos, potencialidades ainda não descobertos, ainda escondidos, não assumidos. São dons, por mais simples que sejam, que servem para construir o Reino de Deus entre nós.

Às vezes, falta auto-confiança para deixar transparecer um talento, outras vezes desconhecemos ou desconfiamos do tesouro que está dentro de nós. É possível que alguém já tenha nos alertado de um “dom” que temos, mas não acreditamos. Pode ser que somos um pouco preguiçosos – é mais fácil, mais cômodo, ficar do jeito que somos. Mas dentro de cada um de nós existe um dom não assumido, algo que faz parte da graça de Deus na nossa vida, algo que possa servir a comunidade, que possa contribuir para a construção do Reino dos céus.

Neste momento vamos pegar uns minutos para refletir em silêncio sobre a graça de Deus, a bondade de Deus para conosco. No silêncio do nosso coração, procuramos reconhecer e assumir esta capacidade, este talento, este dom... por menor ou mais simples que seja... que ainda escondemos, receamos deixar transparecer...

Ao escolher um desses dons escondidos, receamos deixar transparecer... ao escolher um desses dons escondidos, cada um vai escrevê-lo em uma ou poucas palavras – sem se identificar. Procure ser sincero – não terá que falar diante de ninguém!

Ao terminar... recolhem-se as folhas com gesto de oferta. Estas folhas representam uma potencialidade enorme da nossa comunidade. Do mesmo jeito que o Brasil tem uma imensidão de petróleo no “pré-sal” do oceano, a nossa comunidade tem uma riqueza imensa nestes dons ainda escondidos. Se nós nos abrirmos, arriscarmos, e deixarmos transparecer o que escrevemos nestas folhas... Imaginem como vamos crescer na nossa caminhada de seguidores, discípulos de Jesus. Imaginem como vamos aprofundar a qualidade da nossa comunidade a serviço de um mundo mais humano, mais fraterno!

Vamos rezar neste momento e pedir a coragem de assumir os dons que Deus nos deu:

Senhor, faça de mim um meio da tua comunicação;
- onde tantos joguem bombas, que eu leve a palavra da união;
- onde tantos procuram ser servidos, que eu leve a alegria de servir;
- onde tantos fecham as mãos para bater, que eu abra o coração para acolher;
- onde tantos adoram o dinheiro, que eu saiba venerar a pessoa;
- onde tantos sofrem de solidão na multidão, que eu leve o encontro com alguém;
- onde tantos só olham para a terra, que eu saiba olhar também para o céu.

Senhor, não quero ser um simples hóspede de tua casa. Desejo contribuir com minhas atividades, ainda que pequenas. Quero que tua verdade seja mais conhecida e amada, na minha família e nos outros ambientes em que vivo e frequento. Amém.


Trabalho realizado pela Irmã Debra Ann Farwell - Congregação Irmãs Missionárias do Rosário, com citações retiradas do Livro “Formação de Animadores de Comunidade" - Autoria: Padre Anacleto Ortigara, Missionário Saletino e Assessor Eclesiástico do MFC Curitiba – Paraná.

Um comentário:

  1. Belo artigo, a postura de cristão deve ser avaliada sempre , se vê cristãos que apenas vive pela euforia e na hora de ta em trabalhos comunitárias fogem dizendo que não tem tempo, mas vivem outras atividades, preguiça na verdade de se doar, ser discípulos requer doação.

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