Dom Antônio Muniz |
A Igreja caminha com a humanidade inteira...
Dom Antônio
Muniz
Arcebispo de
Maceió, AL.
S
|
eguindo
a orientação do próprio Catecismo, somos conscientes de que em sua missão:
"A Igreja caminha com a humanidade inteira. Experimenta com o mundo a
mesma sorte terrena; é como o fermento e a alma da sociedade humana a ser
renovada em Cristo e transformada na família de Deus".
Por
esse e outros fatos importantes, este mês deve ser motivador para que assumamos
o nosso papel de cristão missionário, seja na nossa família, comunidade e ou
sociedade. Porém, este momento não deve ser somente de ação, deve ser também de
reflexão. Pois, para sermos missionários não precisamos percorrer grandes
distâncias. Ser missionário é fazer a difícil viagem de sair de si, e ir ao
encontro do outro, do novo, do diferente como em busca dos frutos da fé em
Cristo. É preciso pensar, planejar, ver a maneira de agir sem que esses frutos
sejam estragados ou que sejamos machucados pelos espinhos. E isso exige de nós
uma abertura pessoal e comunitária para responder aos desafios de ser
missionário.
Quando
assumir o pastoreio desta Arquidiocese, vislumbrei essa realidade de Igreja,
tendo como base a luz do próprio Vaticano II, uma Igreja missionária e
samaritana, e depois de alimentar esta consciência, uma Igreja orante, com um
olhar fitado no Mestre Jesus. A partir destes pressupostos posso afirmar:
precisamos assumir com urgência os desafios e o compromisso de ser missionário,
que é o de ter a missão não somente de levar algo, mas também de descobrir. Não
somente de dar, mas receber. Não somente conquistar, mas partilhar e buscar
juntos sempre a verdade em Cristo através de nossos gestos, atitudes e atos. A
missão nos permite criar novos laços, novas relações, um novo jeito de olhar a
vida, um novo jeito de ser Igreja.
O
nosso Papa Francisco fazendo uma releitura da própria caminhada da Igreja,
mostra-nos claramente que: “Ser missionário é um compromisso de toda a
comunidade que vive e transmite a sua fé. Nenhuma comunidade cristã é fiel à
sua vocação se não for missionária. Jesus não é propriedade da nossa Igreja
Católica. Somos convidados a buscá-lo pelo testemunho da nossa fé, que
evidentemente nos reporta a religião, ligar novamente”. Só ligaremos novamente
se formos impulsionado pela fé na dimensão missionária e humana.
Alguns
santos pelo testemunho da fé nos mostraram o poder do ímpeto missionário. Assim
nos ensinou São Francisco de Assis: "Ao irem pelo mundo, não discutam, nem
porfiem com palavras, nem façam juízo de outrem, mas sejam mansos, pacíficos,
modestos, afáveis e humildes, tratando a todos honestamente, como convém”.
Por
isso não sejamos individualistas vivendo uma fé intimista, mas, com a missão de
juntos construirmos a Igreja, onde nos coloquemos como discípulos missionários
de Jesus Cristo, colocando a mão no arado, para que possamos como missionários
levar o amor de Deus e a caridade àqueles que ainda não vivem uma fé que nos
coloca no espírito de redes de comunidade, na partilha e na caridade.
Como
cristãos conscientes, tomemos o mês de outubro como ocasião de reflexão e de um
ponto de partida para um trabalho que embora seja árduo, é compensado e nos
ajudará a construir um mundo melhor.
Fonte: Jornal O Semeador
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