Dom José Alberto Moura, CSS
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Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo Metropolitano de
Montes Claros
J
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á,
às vésperas do Natal, contemplamos o que acontece com o plano de Deus para a
humanidade. Ele nos havia falado através da criação, da natureza e dos
profetas, que sua aliança conosco seria em ordem ao amor, profundamente
realizador. Isto supõe sempre a liberdade de aceitarmos ou não sua palavra
orientadora. O não humano nos desgastou e nos colocou em nossa insuficiência.
Sem Ele não temos base adequada de realização. Estragamos com o convívio, com a
natureza e toda a sorte de promoção do bem de cada um.
Foi
preciso que Deus pronunciasse outra Palavra, em seguida, para mostrar o rumo da
vida dentro da compreensão de nosso ser humana. O Filho assumiu nossa carne e
nos fala do jeito nosso para compreendermos a Palavra do Pai. Em Jesus temos a
Palavra realizada e realizadora. É preciso escutá-la, aceitá-la, assumi-la e
transmiti-la. Isso é a tarefa que o nascimento de Deus-humano nos apresenta.
Jesus é a Palavra do Pai que se torna um de nós e nos vai indicando o caminho
que leva à vida de plena realização. A história presente é de fundamental
importância, com os cuidados de quem segue as pegadas do Filho, para acertarmos
o caminho da vida.
Na
conversa do anjo com Maria, anunciando sua maternidade em relação ao Filho de
Deus, foi-lhe dito: “Ele reinará para sempre
sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lucas 1,33). De
fato, em toda a caminhada humana na terra, é preciso aceitarmos o reino do
Filho. Só Ele nos dá garantia de vida plena e salvação na terra e para o céu.
Quando Ele reina, há solidariedade, justiça, entendimento, compaixão, inclusão
social, união de esforços para a promoção da vida, da família e do bem comum. A
natureza é respeitada. Não há concentração de terra, de dinheiro, de fruto da
ciência e da cultura nas mãos de alguns em detrimento dos demais. O exercício
do poder e das vocações se dá na dimensão do serviço a todos. Ninguém passa
necessidades. O caráter é cultivado para o bem. A mídia se torna um instrumento
de promoção da verdade, da dignidade da vida, da família e da boa educação...
Até se aprenderá com as plantas a necessidade de frutificação: “Da figueira brotam os primeiros frutos,
soltam perfume as vinhas em flor” (Cântico 2,13). Recebemos talentos e
devemos fazê-los frutificar em bem da coletividade.
No
Filho Deus pronuncia sua Palavra definitiva. Acolhendo-a somos capazes de ser
também pessoas de palavra porque assumimos a Palavra ou o Verbo feito carne.
Vivemos, então, a vida nova que nos impulsiona a realizar o que Deus nos
propõe. Nossa convivência se torna outra: de amor, respeito e promoção da
dignidade humana, a partir dos mais deixados de lado. Tornamo-nos pessoas do
bem, mesmo se isso exigir sacrifício, doação, disponibilidade, renúncias e
superação do egoísmo. Cooperamos incansavelmente com a justiça e a paz! Com o
Verbo feito carne também nos tornamos pessoas que dão vida e esperança para
todos. Como o apóstolo Paulo vivemos a vocação: “É por ele que recebemos a graça da vocação para o apostolado” (Romanos
1,5).
Fonte: CNBB
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