quinta-feira, 16 de abril de 2009







HIPERTENSÃO MASCARADA

O diagnóstico de pressão alta (a não ser em situações especiais, quando o paciente já tem o coração doente) não deve mais ser feito apenas baseado nas medidas da pressão dentro dos consultórios médicos. A medida da pressão fora (em casa; no trabalho) torna-se quase obrigatória para afastar duas situações relativamente frequentes.

Uma delas, a mais comum, é a hipertensão do avental branco. O paciente ao chegar ao consultório, especialmente na presença do médico, altera muito a pressão. Mas se utilizarmos algumas formas científicas de medir a pressão fora do consultório ela (a pressão) será normal. Mais recentemente começamos a falar de uma nova modalidade, que é exatamente o contrário da hipertensão do avental branco. Denominada de hipertensão mascarada, é caracterizada pelo encontro de pressão normal no consultório e aumentada quando fora dele.

Essa modalidade é de detecção mais difícil, porque ainda estamos acostumados a diagnosticar a pressão alta tomando por base essas medidas tradicionais realizadas no interior dos consultórios.
Quais as consequências de não se ter esse tipo de hipertensão devidamente diagnosticado? Como o diagnóstico não é realizado, o tratamento não é estabelecido e o paciente fica exposto aos riscos de ter uma doença importante de forma escondida (mascarada).

A suspeita de se ter essa modalidade de hipertensão pode ser feita quando encontramos num paciente com pressão sempre normal alterações no coração, no cérebro, nos rins e, principalmente, nos vasos (em especial no fundo de olho). O paciente vai ao oftalmologista para um exame de rotina e ao ter o seu fundo de olho examinado o médico lhe pergunta se tem hipertensão? Naturalmente o paciente fala que não, mas deve ser orientado a procurar esclarecer o motivo daquela alteração (tão típica dos quadros de pressão alta) ter surgido.

Não conhecemos muito sobre essa modalidade nova de hipertensão, mas já sabemos que ela não anda sozinha, e sim agrupada a outros fatores de risco como: obesidade, estresse emocional e tabagismo (ou melhor, tabaquismo como me ensinou o querido professor Uedison Numeriano).

O maior problema é que a hipertensão mascarada tem sua gravidade comparada à hipertensão não controlada, e como tem os números de pressão “escondidos” torna-se uma nova inimiga ainda mais importante que a própria pressão alta “revelada”.

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