A Bíblia nos fala muitas vezes a respeito do temor de Deus, que é verdadeira sabedoria: "pois toda a sabedoria consiste no temor de Deus; nela está o temor de Deus. E em toda a sabedoria reside o cumprimento da lei" (Ecl 19,18). Tobias é elogiado, porque, durante os seus dias, conservou o temor de Deus: "Mas perseverou firme no temor de Deus, e continuou a dar-lhe graças em todos os dias de sua vida" (Tb 2,14). E o conselho bíblico é para que estejamos sempre ao lado de uma pessoa justa e santa, que é aquela que guarda o temor de Deus: "Sê, porém, assíduo junto a um santo homem, quando conheceres um que seja fiel ao temor de Deus" (Eclo 37,15).
Mas, afinal, que é esse temor de Deus? Certamente não devemos confundir o temor de Deus com o medo de Deus. Seria um grave engano, pois, como diz são João: "No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor" (1Jo 4,18). Ademais, muitas vezes, Jesus disse: Não temais! (Cf Mt 10,28; 31; 17,7; 28,10; Mc 13,7; Lc 12,7, 32; Jo 6,20).
O temor de Deus significa o respeito, a veneração e o cumprimento dos preceitos do Senhor, ou seja, teme a Deus aquele que segue os seus mandamentos e cumpre a sua vontade. Porém, isto significa que quem teme a Deus, deve se precaver contra as possíveis punições e castigos, que a justiça divina poderá lhe infligir, pois não ficará impune que transgride os mandamentos divinos. Basta lembrar, aqui, a palavra de Jesus: “Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também” (Lc 7,36-38).
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