domingo, 25 de julho de 2010

17º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Prof. Diácono Miguel A. Teodoro


A oração insistente do justo em favor do povo é capaz de chegar ao coração de Deus. Mas, qual é a maneira correta de orar? Jesus nos ensina que a oração do Pai Nosso, embora de característica genuinamente coletiva, pode ser feita de forma individual. Porém, quando sai do coração do orante, em favor dos quais busca interceder, significa que o seu pedido pode alcançar as graças de Deus, porque o seu próprio filho nos instruiu sobre o valor e a importância da oração. Através da oração descobrimos que o Pai sempre se revela favorável quando pedimos com fé e perseverança. Para que o mundo seja mais justo, fraterno e solidário, devemos entender melhor a oração do Pai Nosso.

17º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Cor Litúrgica: Verde
1ª Leitura: Gênesis 18, 20-32
Salmo: 137(138)
2ª Leitura: Colossenses 2, 12-14
Evangelho: Lc 11,1-13

EVANGELHO
Um dia Jesus estava orando num certo lugar. Quando acabou de orar, um dos seus discípulos pediu:
- Senhor, nos ensine a orar, como João ensinou os discípulos dele.
Jesus respondeu:
- Quando vocês orarem, digam:
"Pai, que todos reconheçam
que o teu nome é santo.
Venha o teu Reino.
Dá-nos cada dia o alimento
que precisamos.
Perdoa os nossos pecados,
pois nós também perdoamos
todos os que nos ofendem.
E não deixes que sejamos tentados."

Então Jesus disse aos seus discípulos:

- Imaginem que um de vocês vá à casa de um amigo, à meia-noite, e lhe diga: "Amigo, me empreste três pães. É que um amigo meu acaba de chegar de viagem, e eu não tenho nada para lhe oferecer."
- E imaginem que o amigo responda lá de dentro: "Não me amole! A porta já está trancada, e eu e os meus filhos estamos deitados. Não posso me levantar para lhe dar os pães."

Jesus disse:

- Eu afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo dele, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo o que ele precisar. Por isso eu digo: peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate. Por acaso algum de vocês será capaz de dar uma cobra ao seu filho, quando ele pede um peixe?

COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Pai-Nosso

A oração de 11, 2b-4 nos coloca em contato com o Pai, continuamente lembrando do projeto de Deus e do nosso compromisso com esse projeto. Aí pedimos, agradecemos, louvamos e renovamos a nossa fé e confiança. Sobretudo, nos lembramos de que Deus é Deus e nós não somos Deus.

Somos criaturas suas, filhos seus que devem confiar no seu amor. Agora, transformar a oração em chance de exibição é entortar tudo. Pura máscara. Ou então, ficar repetindo e repetindo, como papagaios, pensando que Deus é burro ou surdo. Uma ofensa a Deus, que sabe muito bem do que precisamos, antes mesmo de lhe pedirmos.

Ele só espera que peçamos porque não gosta de se intrometer em nossas vidas. Todavia, o que é que devemos pedir? Nesse sentido, em resposta, Lucas coloca aqui o Pai Nosso, oração de Jesus e de todos os que com ele se comprometem. Na oração do Pai Nosso está o o modelo da oração cristã, fonte da espiritualidade dos pobres.

Foi pensando nisto que Lucas aprofunda este tema dominante em seu Evangelho. Porque? Ora, os discípulos vêem Jesus orar e se interessam em aprender a orar também. Entenda bem: João Batista já havia ensinado seus discípulos a orar. A oração ensinada por Jesus, o Pai-Nosso, em Lucas é mais resumida do que em Mateus. A seguir temos a história de um amigo que é importunado por outro, a fim de socorrer um terceiro. O pedido, com insistência, é atendido.

Finalmente, uma comparação, com certo exagero literário, mostra que Deus, mais do que os homens, dará mais do que coisas boas, dará o próprio Espírito Santo a quem pedir. A narrativa sobre Abraão (primeira leitura) sugere um modelo de pedido insistente. Ao pedirmos o nosso batismo, comprometemo-nos com a prática da justiça que remove o pecado do mundo (segunda leitura). Uma vez batizados, a prática da oração e da misericórdia para com nosso próximo, no amor, leva-nos à comunhão com Deus, fazendo-nos participantes de sua vida eterna.

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