AUTORIDADE DOS PAIS
Helmut Troppmair
Professor Titular da USP
Atitudes firmes são fundamentais na educação dos filhos
Não restam dúvidas de que hoje há insegurança sobre a educação dos filhos. Existem teses, teorias, experiências as mais diversas e que apontam direções, muitas vezes opostas, que trazem um dilema para os pais: Como educar? Qual é o caminho correto?
Há poucas décadas, não havia dúvidas para um adulto e para uma criança ou jovem sobre as atitudes a tomar e o caminho a seguir. Já estava definido o que e onde estudar. Havia um consenso sobre o comportamento desejado e ficava muito claro o que deveria ser feito e o que devia ser evitado. Educava-se simultaneamente com amor e rigor, com permissões e proibições, com prêmios e castigos.
Rejeitados os métodos antigos e autoritários, surgiram o que a literatura chama de pais progressistas: evitam uma intervenção na vida dos filhos, procuram orientar, dialogar e apelar para um comportamento racional. Abrem mão de toda autoridade e pedem aos filhos compreensão e cooperação. Em verdade, esse repúdio a uma forma excessivamente rigorosa de educar levou os pais a uma atitude que muitos pedagogos consideram como fuga das responsabilidades educacionais.
Muitos pais, hoje, têm medo de enfrentar os filhos; não têm autoridade para exigir que os filhos menores não dirijam o carro ou a moto, que colaborem em determinadas tarefas, que voltem de seus passeios a certa hora da noite.
Procura-se cultivar a participação dos filhos ainda bem pequenos na vida familiar, apesar de serem crianças ainda não-aptas, não-amadurecidas para determinadas responsabilidades e problemas. Muitos filhos sofrem pressões em situações embaraçosas, quando são obrigados a opinar entre colocações feitas pelo pai ou pela mãe. A falta de firmeza dos pais leva a criança a impor a sua vontade. Ela determina o que vai comer, o que vai vestir, que programa assistir na TV, como deve ser mobiliado seu quarto.
Acostumados desde cedo a impor sua vontade, a criança e o adolescente não aceitam ser contrariados. A reação bem conhecida de todos é espernear, gritar, chorar ou alegar doença. E acabam por praticar atos mais graves que preocupam toda a família.
A criança, em verdade, quer confiar em seus pais; pai e mãe devem ser referências, devem estabelecer regras e objetivos para que a criança se sinta abrigada e segura. "Meu pai é o mais forte, o mais inteligente, minha mãe, a mais bonita". É um sentimento de confiança e de orgulho da criança. Deixá-las proceder como querem (teoria dos antipedagogos) não é um gesto de grandeza, de modernidade dos pais; é mais uma fuga de suas responsabilidades e medo de serem chamados de quadrados.
Se os pais não estabelecerem para as crianças os parâmetros de comportamento, se não tiverem firmeza em suas atitudes, os filhos tornar-se-ão inseguros: em lugar de uma orientação firme, seguem modas, modelos, opiniões adquiridas nas ruas ou através dos meios de comunicação e adotam valores, no mínimo, discutíveis.
Atrás de uma criança que se impõe pela força, pela rebeldia, pelo grito, muitas vezes se esconde uma pessoa insegura e medrosa.
A propósito: Você tem "autoridade" ou você é "autoritário", nas relações com seus filhos e semelhantes? - Qual a diferença?
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