segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CORREIO MFC BRASIL Nº 248

O JOVEM E A RELIGIÃO
Jorge Leão
MFC/MA

Conhecer a história das religiões constitui, desse modo, um ponto decisivo para alargar a visão da criança ou adolescente. Logo cedo, os pais podem apresentar outras maneiras de compreender a Deus, como, por exemplo, pelas lendas de nossos irmãos indígenas e os relatos africanos da origem do mundo.

Assim também livros como a Bhagavad Gita (texto da tradição hindu) e o Tao te King (texto fonte do taoísmo na China) nos trazem pontos de ligação com o Evangelho, a partir de temas como o amor, o autoconhecimento e a sabedoria da paz a todos os seres.

Então, depois de conhecer e ler outros textos sagrados, certamente o jovem terá mais condições de dialogar com as diferenças, fazendo de nossa devoção uma oportunidade de amadurecimento, inclusive de nossa leitura do Evangelho.

Por isso, é muito importante que o jovem esteja disposto a abrir sua mente para novas formas de pensar o sagrado. Ver e ouvir outros relatos da presença dos cultos religiosos nas culturas que são anteriores à tradição judaico-cristã, que baliza o Ocidente. Este seria um momento oportuno para debater acerca do conhecimento aprofundado destas tradições.

Não se trata aqui, como às vezes se possa pensar, apenas de “tolerar” outra tradição religiosa, mas de conhecê-la em sua riqueza simbólica, a fim de compreender os pontos essenciais que nos aproximam. O diálogo ecumênico implica em reconhecer que as religiões são como rios que deságuam todos no mesmo oceano.

O jovem pode ser enriquecido pela leitura religiosa do mundo, que implica em contemplar a ordem da realidade pelo viés do sagrado. Isso deve ajudá-lo a crescer e a amadurecer como indivíduo, situado no mundo, em processo de interrelação contínua.

É importante, porém, cuidado para não transformar atitude religiosa em fundamentalismo, a fim de que não se perca o espírito de abertura, espontaneidade, doação, questionamento, criticidade, autenticidade, próprios da juventude.

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