sábado, 24 de agosto de 2013

OS AVÓS DE CADA DIA

Deputado Emanuel Pinheiro
Emanuel Pinheiro
Deputado Estadual - MT

A
quele avô e avó quietinhos, sentados na varanda vendo o tempo passar está se tornando cada vez mais raro. Esses personagens não estão mais tão presentes na sociedade atual. Com a rotina da vida moderna grande partes das famílias, que passam a maior parte do dia fora com obrigações entre trabalho e estudo, surgem os avós que estão cada vez mais atuantes no dia-a-dia dos netos.

Segundo pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os avós têm se dedicado cada vez mais nos cuidados do neto principalmente das mães adolescentes. A pesquisa revela ainda que os índices da gravidez na adolescência no Brasil têm parecido com os da Bolívia, Paraguai, Colômbia, enfim, uma realidade muito triste. Parece assustador, mas a cada vinte minutos uma menina de 14 anos se torna mãe no Brasil.

São vários os motivos que levam os velhinhos, que atualmente não são tão velhos assim, a se tornarem referência para os netos. Como muitas mulheres têm filhos muito jovens, a criança acaba morando com a avó desde bebê, e quando a mãe se casa o filho não quer acompanhá-la, pois já está acostumado com o cantinho da vovó.

Muitas vezes, é a aposentadoria deles a única fonte garantida de renda. E eles acabam bancando o convênio médico ou a escola dos netos. Talvez essa ajuda seja algo prejudicial, pois na maioria dos casos o comprometimento com os gastos extras tem provocado desequilíbrio no orçamento doméstico. É necessário que haja o planejamento familiar, cujas famílias precisam levar em consideração a qualidade de vida que podem oferecer a essas crianças.

Esse novo papel ganha força com o início do século 21, em que os idosos passaram a ter uma participação mais ativa na educação e no sustento dos netos. De fato, a situação econômica exige que as mulheres deixem o contexto familiar e trabalhem. Por isso, os avós passam a cuidar dos netos durante um período do dia ou integralmente.

Os dados do IBGE mostra que, enquanto em 1991 cerca de 2,5 milhões de netos eram sustentados pelos avós, em 2000 este valor subiu para 4,2 milhões. Segundo a pesquisa, para os próximos anos, ele tende a aumentar ainda mais. O aumento da expectativa de vida está favorecendo a relação entre avós e netos. Eles acompanham as crianças até a fase adulta.

Neste caso, todo cuidado é pouco para que os avós não assumam de uma vez por todas o papel dos pais. Aliás, envelhecer é o grande dom da vida. Se não envelhecermos não saberemos a delicia que é ter netos, bisnetos e, se a vida for muito gentil conosco, tataranetos.

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